Ansiedade

Totalmente atordoado, desesperado, acorrentado... Refém da espera, fruto de um erro. Crueldade? Eu acho que sim.

Não raciocinava mais, um turbilhão de pensamentos aguçavam sua agonia. Indagações, proposições, possibilidades - todas más.

Ansiedade.

Ouvia dezenas de conselhos todos os dias. Não adiantava, não as ouvia. Em mais um surto, saiu de casa cerca de nove horas da manhã, mas a visão bem turva. Só queria fugir, porém não era possível. Estava consigo a fonte do desespero, como fugiria?

Tudo nebulado, gritos, acusações...

Isso é desumano.

Fugia, mas era perseguido. Cruzando a rodovia movimentada do bairro se ouviu: "Perigo!"

Um zunido...

Acordou sem querer acordar, era melhor ter morrido.

- Tudo bem contigo? Sofreste um acidente... - doutor Machado lhe disse.

Preocupado com o paciente que suava e fixava o olhar a nenhum lugar logicamente aparente...

Lógica...

Foi atacado naquela hora. Perdeu o controle. Enfermeiras ouviram os pedidos de socorro e tentaram ajudar, mas era uma força escomunal. O que era aquele homem?

No que se tornara?

Os seguranças chegaram e evitaram um mal maior.

A prisão se perpetua em sua mente conturbada e desesperada...

Rodrigo Hontojita
Enviado por Rodrigo Hontojita em 04/03/2021
Código do texto: T7198524
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