Ansiedade
Totalmente atordoado, desesperado, acorrentado... Refém da espera, fruto de um erro. Crueldade? Eu acho que sim.
Não raciocinava mais, um turbilhão de pensamentos aguçavam sua agonia. Indagações, proposições, possibilidades - todas más.
Ansiedade.
Ouvia dezenas de conselhos todos os dias. Não adiantava, não as ouvia. Em mais um surto, saiu de casa cerca de nove horas da manhã, mas a visão bem turva. Só queria fugir, porém não era possível. Estava consigo a fonte do desespero, como fugiria?
Tudo nebulado, gritos, acusações...
Isso é desumano.
Fugia, mas era perseguido. Cruzando a rodovia movimentada do bairro se ouviu: "Perigo!"
Um zunido...
Acordou sem querer acordar, era melhor ter morrido.
- Tudo bem contigo? Sofreste um acidente... - doutor Machado lhe disse.
Preocupado com o paciente que suava e fixava o olhar a nenhum lugar logicamente aparente...
Lógica...
Foi atacado naquela hora. Perdeu o controle. Enfermeiras ouviram os pedidos de socorro e tentaram ajudar, mas era uma força escomunal. O que era aquele homem?
No que se tornara?
Os seguranças chegaram e evitaram um mal maior.
A prisão se perpetua em sua mente conturbada e desesperada...