O demônio não faz sentido.
- Não entendo o seu silêncio...
Semblante confuso, parecia até uma criança inocente. Demônio. Uma serpente traiçoeira. Chega como quem nada quer e dá o bote. Grito com a alma, o sangue que sai de minha boca e pinga na tesoura explica o meu silenciar.
O demônio ri.
Escárnio. É o que melhor sabe fazer. É tudo uma piada. A mordaça não bastava, resolveu tirar minha voz de vez. Por que não me tira logo a vida?
- Não teria graça...
O demônio sabe o que penso.
Sala fosca, amarras frouxas. Proposital. Uma falsa esperança, mas o demônio é astuto. Dopado. Um tentativa, ao me levantar logo cairia. Não adiantaria. Queria sentir perigo, sendo o próprio perigo. Qual o sentido?
O demônio não faz sentido.