Pôr-do-Sol
- Não viste? Algo passou no horizonte!
- Não... estava disperso. Observava o arrebol, só você para prestar atenção em coisa além dessa beleza à nossa vista...
Recebeu as palavras como uma crítica, todos que iam lá vislumbravam o fenômeno fascinante... Ele era o único que dava atenção às coisas "desimportantes". Porém, que algo estranho passou por perto, passou...
Preferiu seguir o exemplo-geral e sentou-se na grama para observar o pôr-do-sol. Olhava fixamente por um tempo e logo percebia que não via de fato o ocaso, perdia-se nos pensamentos.
Divagações sobre a coisa que viu passar...
"Não! Tenho que focar!"
Voltou o olhar ao astro despedindo-se com pompa.
Reprimiu, novamente, os questionamentos que martelavam sua mente. As atenções estavam voltadas ao fenômeno e nada mais importava.
"O que era... NÃO!"; "E se for... CHEGA!".
Ora, quando o último raio de Sol foi-se, as estrelas foram se revelando e se unindo à prateada dama numa dança do apagar da soberana luz celeste, foi que deram conta da solidão que os rondava.
Solidão? Não. Estavam sozinhos os dois amigos, até descobrirem a companhia que um ser monstruoso os fazia. Não deu nem tempo...
Ah, meu filho, reprimiu seus pensamentos... O preço deste erro foi, daqueles que te amavam, choro e lamento...