A dívida sobrenatural - III
A oferta fez o rapaz ficar sem reação, não tinha idéia do que fazer, ora, um demônio aparecera para ele, revelou que seus pais, na verdade, eram bruxos e ofertaram a vida do filho em troca da destruição da vida de outrem...
Algo lhe martelava a mente, sua mãe prometeu dar o próprio como pagamento, mas não o fez. Por que?
- Sua mãe, como uma verdadeira imbecil, desistiu de lhe entregar enquanto estava grávida, por algum motivo idiota repensou a decisão de entregar você a mim quando nascesse. Disse que era a primeira vez que seria mãe e essas coisas irritantes, por isso, não poderia entregar-te a mim, pois tu és sangue dela, parte dela; jamais poderia fazer isso, tanto por você, como por ela também. Que coisa engraçada. Desde então não quis mais seu pai, esse que insistia em sacrificá-lo.
A mãe de Felipe, depois de dar a luz, largou de vez o ocultismo e dedicou-se ao filho, pois sempre foi um sonho que tivesse um, isso foi o que fez a mulher a largar a ideia, seu nome era Quitéria. Protegeu o filho das más intenções do marido, mas algo atormentou a mesma por anos, afinal, tinha dado o filho, de uma forma ou de outra, como garantia ao pacto, um dia ele haveria de cobrar a dívida.
Com isso, Quitéria, que afastada estava dos atos satânicos, resolveu fazer sua última ação. Ofereceu a si mesma como forma de salvação da vida de Felipe, daria a própria alma para que não fosse a do filho a ser levada. O demônio aceitou, levou a alma dela para o Inferno, como escrava, na Terra foi constatada que a causa da morte foi um ataque fulminante. Felipe deveria, enfim, estar a salvo do mau destino, mas o Diabo é astuto, não lhe importava ser trapaceiro, queria apenas mais e mais almas, então, foi até Felipe e fez a oferta, sairia ganhando de um jeito ou de outro.
- Vamos! O que me diz afinal. Vai ou não aceitar a oferta?
Gritou irritado o ser maligno. O garoto arfava, tinha motivos para ter ódio do pai e fazer mal a ele, até porque foi o mesmo quem tentou dar-lo num ritual, não tinha que sentir pena. Ao mesmo tempo achava errado, aprendeu, apesar da má vontade no seminário, que era errado se fizesse o que o demônio queria...
Olhou nos olhos do maligno, respirou fundo, daria enfim a resposta.
- Eu aceito!