A dívida sobrenatural
Um jovem tornou-se seminarista por obrigação do pai, um meio dele se livrar do garoto que, após a morte da mãe, divorciada do marido, foi morar na casa do pai. Ele já odiava ter que pagar pensão ao menino, agora deveria conviver com ele e sustentá-lo. Viu no internato de formação sacerdotal uma maneira de afastá-lo e não ter qualquer gasto com ele.
O menino sempre soube da intenção do pai, afinal, ele sempre fez questão de demonstrar que não gostava dele e ainda todo a apatia com o qual tratava o filho.
Já estava há uns meses no seminário, vez ou outra se deixava chorar por conta do ódio que tinha o pai por si, também amargava nas lágrimas a falta da mãe, que cuidou dele enquanto o pai separou-se da esposa para se juntar com uma sirigaita qualquer, que tomou-lhe muito dinheiro e fugiu, deixando o homem ainda mais desgostoso da vida.
O rapaz já havia feito os trabalhos do dia, estava ele em seu quarto, olhando pela janela, o céu nublado, o pátio esverdeado de gramas e uma fonte ao meio do jardim, com a imagem de São Inácio esculpido em cima.
Ele dedicava aquele tempo, o qual era aconselhado a reservar com orações, a refletir sobre a vida e ver aquele cenário de sempre pela janela, passava um momento lá e depois escrevia uma carta, para sua falecida mãe. Sempre que podia, ele jogava o papel com as escritas num rio que tinha ao lado, ele ia escondido, quando todos os colegas e padres iam rezar, de manhã, para o padroeiro da cidade, São Inácio. Nunca foi pego.
Ele passou o tempo que costumeiramente guardava para pensar, depois, foi escrever a carta para sua finada mãe, porém, quando virou...
Continua...