Degraus da maldade: Parte dois

Me arrepender? Eu jamais irei me arrepender do que fiz... Muito pelo contrário, posso dizer que amei fazer isso!! Afinal, eles tiveram o que mereciam.

E foram com essas palavras, que fui condenada pela maior atrocidade da história. Você deve estar se perguntando o que fiz, mas não se preocupe, irei contar detalhe por detalhe. Garanto que irá me taxar como monstro, mas logo perceberá que o que fiz, foi tudo por um único propósito.

Sou Alice, e desde pequena, sofri os mais diversos tipos de bullying existentes nesse mundo. Posso estar exagerando um pouco. Mas acredite... Já passei por muita coisa desde então. Estudei em muitos colégios durante minha vida.

E posso te garantir que, não teve um em que eu não tivesse sofrido algum tipo de bullying. Desde os mais leves, até os mais pesados. E como sempre fui muito boba, apenas deixava isso de lado, achando que estivessem fazendo isso por brincadeira. Mas eu sabia que no fundo, bem no fundo, era tudo proposital.

Sempre fui uma garota muito calada e de poucos amigos, quer dizer... Amigo nenhum. Eu era considerada estranha por todos os meus colegas. Era chamada de Alice, a esquisita. Nunca soube o motivo de ter sido tratada dessa forma, nunca causei nada a ninguém... Como disse, sempre fui muito calada e na minha.

Lembro de uma vez em que... Estávamos na educação física, e era algo que eu realmente não gostava. Todos sabiam disso, por isso, ficava em meu canto, apenas observando o pessoal jogar ou fazer exercícios. Mas como eu nunca tinha paz por ali... Alguns garotos, juntos de algumas garotas, simplesmente se aproximaram de mim, e com diversas bolas duras em suas mãos, olharam sorrindo para mim... E bom, acho que você já deve imaginar o que rolou. Sim, fui alvejada por todas aquelas bolas, tanto que uma delas acertou um de meus dedos, que fraturou na hora.

Criança pode ser algo muito maldoso, isso irá depender de sua criação, ou até mesmo por passar traumas em sua casa, com isso, descontar seus medos e frustrações em outras pessoas. Nesse caso, em mim.

Lembro também, de uma vez em que, em uma das nossas aulas de natação, pegaram minhas roupas, jogando-as na água. Não pude fazer nada, e por mais que eu falasse com o professor, ele riria da minha cara. Sim, por incrível que pareça, já tive muitos professores cuzões, e que não davam a mínima para os seus alunos.

Mas acho que me desviei de mais do rumo dessa história... Não foi a minha intenção. O foco aqui, são em cinco pessoas em específico, as que mais me causaram danos e traumas de infância. Seus nomes...? Bianca, Julia, Thomas, Marcos e Jonas.

Cada um deles estudou em um colégio diferente, por mais que estivessem separados, estavam unidos pelo o acaso, me torturar de todas as formas possíveis. Acho que todos nós temos um limite para certas coisas, e assim como todos, eu havia chegado ao meu.

Eu sabia que se não tomasse algum tipo de providência, nenhum deles iria parar de jeito nenhum. Primeiro foi a Bianca, uma garota completamente mimada, fresca e mesquinha. Ninguém podia chegar perto e nem respirar perto.

E como ela tinha toda essa frescura, pedia para os outros fazerem tudo em seu lugar. Desde pegar dinheiro do lanche de certos alunos, roubar certos pertences e por aí vai. Dia após dia, e eu sofrendo em suas mãos. Por fim, decido fazer algo.

Sabia a rotina dela todinha, durante e fora do colégio, sempre fui uma garota sorrateira, posso dizer. Dificilmente alguém me pegava fazendo algo de errado por aí. Principalmente uma garota mimada igual Bianca.

Confesso ter vigiado a garota por pelo menos duas semanas e meia, para ter total certeza de que ela não mudaria sua rotina do nada. Para a minha sorte, nada fez. Mas durante essas duas semanas, a garota e os seus ‘’capangas’’, ficaram no meu pé. Mas sabia que sua hora estava chegando e que provavelmente, iria me divertir um pouco.

Durante esse tempo, estudei cautelosamente a garota, e planejei algo para que pudesse fazer com ela. Chegado o grande momento, para que assim, pudesse acabar de vez com Bianca.

Lá estava a garota, metida como sempre... Foi se aproximando junto de seus capangas, e causando com diversos alunos. Eu sabia que logo a garota se aproximaria de mim. E seria nessa hora, em que acabaria com ela. Bianca sempre ia para a sala, onde seus capangas ficavam e ia até o banheiro.

Nesse exato momento, deixei que ela mexesse comigo, para que assim, não desconfiasse absolutamente de nada. Caso isso acontecesse, meu plano iria por água abaixo e não era isso que queria. E como sempre, Bianca só me pediu o dinheiro do lanche e me empurrou, era habitual dela.

A garota foi saindo da sala, e seus capangas, ficaram por ali, já eu, apenas segui a garota, mas tive que ser sorrateira. Não queria que percebesse minha presença ali. Assim que Bianca chegou no banheiro, me aproximei aos poucos, vendo que só tínhamos nós duas por lá. Tranquei a porta

Sabia que Bianca estranharia alguém ter fechado a porta do local, apenas pude ouvir sua voz, perguntando quem estava por ali, nada respondi, apenas fui em sua direção. E assim que a garota terminou suas necessidades, abrindo a porta de onde estava, me viu, levando um susto. Eu sorri, empurrei Bianca, que tropeçou para trás, assim, batendo sua cabeça na privada. Ela não morreu de primeira, e não contente com isso, apertei a descarga e afoguei a garota ali mesmo.

Fechei a porta, para que assim, ninguém a visse naquele momento, decido sair às pressas, para que não me vissem por ali. Assim que cheguei na sala, me sentei em minha carteira, como se nada tivesse acontecido. Não tinha o porquê desconfiarem de mim. A escola era enorme, podia ter sido qualquer pessoa.

Algumas horas depois, e por fim, sentiram a falta da garota, decidiram procurar por todos os cantos, até que encontraram-na no banheiro, já morta. Para a minha sorte, ninguém desconfiou, mas meus pais decidiram me tirar daquele lugar. E como eu já havia feito minha proeza, confesso que me senti realizada.

E foi exatamente nesse momento, onde mudei de escola mais uma vez, e acabei sendo alvo de uma garota e um garoto: Julia e Thomas. Os seres mais filhos da puta que conheci.

Julia, uma garota porra louca, e que metia o terror em todos daquele colégio, já Thomas, era seu braço direito. Sempre ajudando a garota em suas travessuras... Eu era nova no colégio, não sabia muito bem sobre eles, apenas sabia que eles eram os donos do pedaço.

E assim como no antigo colégio, fui obrigada a aturar diversos tipos de bullying de ambos. Quando Julia faltava, era Thomas quem tomava conta do lugar e vice versa. Certa vez, enquanto comia meu lanche, Thomas e Julia se aproximaram de mim, perguntando se eu era a novata. Nada disse, apenas os olhei com cara de deboche.

Isso era bem típico de mim, quase sempre usava isso contra as pessoas ao meu redor, mas uma grande parte não gostava e ficava irritada comigo. Era engraçado ver as pessoas irritadas devido a minha cara de deboche.

Com os dois não foi diferente, senti Julia me pegar pela gola do meu uniforme, olhando fixamente em meus olhos e bufando igual um touro raivoso. A garota disse algo sobre ter que respeita-la, pois quem mandava ali, era ela e Thomas, seu braço direito. Apenas assenti, mas devido esse meu deboche todo, a garota derrubou meu suco em meu cabelo e pisoteou meu sanduíche. Olhou para mim e disse que se eu continuasse com aquilo, ela faria pior.

Os dias se passaram e continuei sofrendo bullying, tanto deles, como de outras pessoas, mas que não eram tão pesados quanto de Julia e Thomas. E assim como Bianca, decidi estudar os dois. Mas com eles, acabei demorando pelo menos um mês, finalmente podendo realizar dois assassinatos de uma só vez.

Sofri muito nas mãos de Julia e Thomas, confesso que ambos eram piores do que Bianca. Eles realmente pegavam pesado. Voltava com diversos hematomas para casa, e isso era constante.

Eu não iria deixar isso barato, não iria deixar mesmo... Sei que muita gente diz que vingança não leva nada, mas ao meu ver, leva sim. Isso alivia, acalma e me tranquiliza de certa forma. Ve-los sofrer... Foi maravilhoso.

Precisei acabar com um deles primeiro e depois com o outro, porque só assim, eu teria maiores chances de me vingar. E você deve estar se perguntando, como eu os matei... Posso dizer que foi algo simples e rápido.

Sabia muito bem que, Julia cobria uma parte da escola e Thomas, cobria a outra parte. O colégio era grande, e tinha como isso ser feito. Primeiro fui atrás de Thomas... Pobre Thomas, tão inocente... Sua morte foi brilhante, lembro até hoje, da forma em que ele me olhava nos olhos antes de morrer.

Ele costumava rondar por diversos lugares, e que era no mínimo perfeitos para tal ato. Enquanto ele caminhava por todos esses lugares, o acompanhei de forma sorrateira e segura. Decido pegar um atalho, que dava acesso a uma escada, a escada mais alta do colégio.

Decido pegar o garoto de surpresa, assim, seria rápido e ele não teria tempo algum de reação. Antes que ele pudesse me ver, olhei direto para o garoto, que ao me olhar, levou um pequeno susto. Apenas sorri, cortei sua garganta com um canivete que eu costumava levar e o empurrei da escada. Vê-lo cair dali, foi totalmente satisfatório.

Desço lentamente as escadas, e assim que cheguei perto, ele agonizava bastante, me olhou com uma cara de ‘’ por que?’’. Rio baixinho e vou atrás de Julia. Que ficava do outro lado do colégio.

Esses lugares onde ambos ficavam, eram pontos cegos, por isso, ninguém conseguiria ver meus feitos. Assim que cheguei na área da Julia, a olhei de longe, estava sozinha. Uma ótima oportunidade para matá-la.

Olhei para todos os lados de onde estávamos e ninguém estava por lá, o que era ótimo... Isso facilitaria ainda mais as coisas. Ela parecia estar distraída, e esse, seria o momento perfeito para abate-la. Sim, como um animal.

Fui me aproximando cada vez mais e mais daquela garota, e assim que cheguei perto o suficiente, cutuquei seu ombro. Ela virou-se para mim. A olhei com um sorriso em meu rosto, e com meu canivete, furei seus dois olhos.

Julia gritou desesperada, já que havia ficado cega naquele mesmo instante. O que me fez rir baixinho, mas como ela ainda não havia morrido, decido cortar sua garganta, assim como fiz com seu parceiro. A garota caiu no chão, enquanto agonizava muito, e confesso, vê-la naquele estado... Foi no mínimo interessante e satisfatório.

Saio dali o mais rápido que pude, para a minha sorte, ninguém havia reparado nada até o final da aula. E como todos saíam ao mesmo horário, consegui ir embora, antes que alguém desconfiasse. No dia seguinte, anunciaram a morte de ambos. Acabei rindo por dentro, já que não podia expressar nenhum pingo de felicidade naquele momento.

Durante esse tempo, acabei mudando para mais algumas escolas, e para a minha sorte, não sofri nenhum tipo de bullying, até chegar o ensino médio. Onde conheci Marcos e Jonas. Os garotos mais populares e cuzões do colégio onde estudei, e claro, os últimos da minha lista. Precisava fechar com chave de ouro, por isso, fiz tudo com muita calma, amor e carinho.

Marcos e Jonas era como carne unha, não se desgrudavam de jeito algum, por isso, onde um fosse o outro ia atrás e vice versa. Como eu era novata no colégio, acabei sendo apresentada para a minha turma, a qual ambos faziam parte. Eu já estava com os meus dezesseis anos, último ano do colégio e eu precisava fechar aquilo com chave de ouro.

Os garotos implicavam comigo de todas as formas possíveis, tanto que acabei sendo abusada por ambos mais de uma vez. Como deixei isso acontecer? Não me pergunte, nem eu mesmo sei o porquê deixei isso rolar. Sabe como é, ensino médio, muitas festas acontecem, e em uma dessas, eu resolvi ir e bom... Ambos me doparam e foi onde tudo aconteceu.

Isso só me deu mais ódio e coragem de fazer o que fiz, e tinha que ser algo extremamente pesado, para que assim, eu conseguisse realizar toda a minha vingança e concluí-la.

Dias se passaram, e eu os estudei, assim como os outros três, mas deixei que rolasse muita coisa, quis que isso só acontecesse no último dia de aula. Dito e feito... Assim que consegui estuda-los por completo, realizei o meu plano, que seria feito com perfeição, e sim, sozinha.

Nunca precisei da ajuda de ninguém, apenas informações necessárias, e que de certa forma, me ajudariam no meu plano. Último dia de aula, assim que todos estavam em aula, decido executa-lo enquanto estávamos em aula. Peço para o professor, se podia ir ao banheiro e o mesmo permitiu a minha ida. Saio da sala e vou até o armário de ambos. Deixo duas cartinhas e vou embora.

O que dizia nas cartas? Nada de mais, apenas que eu os encontraria depois da aula, no galpão vazio do colégio. Geralmente a galera ia para lá, justamente para se pegarem ou transarem freneticamente.

Era algo considerado normal por ali, mas enfim... Assim que volto para a sala. Horas se passaram e fui direto para o galpão, onde consegui armar tudo. Logo, os vejo chegar. Ambos se aproximam de mim, já na intuito de tentar fazer algo comigo.

Apenas sorri e disse para me esperarem dentro do banheiro do galpão, porque iria pegar algumas coisas e já os encontrava. Como eram tolos, foram correndo. Pobres coitados... Realmente acharam que iriam tirar a sorte grande aquele dia, mas não. Quem tinha tirado a sorte grande de verdade, fui eu.

Os garotos entraram no banheiro e ficaram me esperando, bom... Eu apenas segui o roteiro daquela enorme tragédia. O que eu fiz? Simples. Os tranquei no banheiro e enquanto isso, joguei gasolina por todo o galpão, assim, ateando fogo no local.

Eles nem chegaram a perceber, e quando perceberam, já era tarde demais... O galpão estava completamente em chamas, tudo estava em ruínas. Mas para o meu azar... Alguns alunos haviam visto e bom, fui pega.

Mas posso dizer que, foram os melhores feitos de minha vida, e não me arrependo nenhum pouco do que fiz. Muito pelo contrário, faria outras vezes tudo isso. Se fiz o que fiz, foi por um único motivo: Vingança.

A polícia logo chegou ao local, me levando em flagrante... Não pude fazer nada, apenas rir, olhar para todo aquele lugar em chamar e rir mais uma vez. E por conta desse meu feito, acabaram descobrindo os outros assassinatos que havia cometido... O que poderia me colocar um bom tempo atrás das grades.

Assim que cheguei a delegacia, sentou eu, o delegado e os promotores de justiça, que olharam para mim, com nojo e ódio. Eu apenas sorri e disse:

‘’Me arrepender? Eu jamais irei me arrepender do que fiz... Muito pelo contrário, posso dizer que amei fazer isso!! Afinal, eles tiveram o que mereciam.’’

B Folk
Enviado por B Folk em 26/06/2020
Código do texto: T6988566
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