PARDOS DORMENTES (quem sabe um conto?)

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Às claras nas quebradas noturnas
Escurecidas mentes a tudo obscurecem
Peles luminosas de suores velozes
Traçadas rotas de violência, sejam róseas
Negras, ruivas, aziáticas, até mesmo simplórias

Gana apenas
Crueldade contra mecenas ou melenas
Gerando lágrimas em palácios, favelas, meios tribais
Dores sem cores
Adormecidas, dormentes, desiludidas
Negras nuvens brancas, brisas pardas
N'um céu que deveria ser de todos, por igual

Inocências sofridas, multicoloridas na mesma estatística
Coloridas e descoloridas testemunhas oculares
Sofrendo de cegueira temporária, subversão da omissão

A manhã escurecida dentro da noite de crime às claras
Rotunda de sangue, pavor e dor
Pontua ao inverso, o ideal de Zumbi
Sem guerra, lutas empoderadas
Muita fala, pouca ação
Preservando apáticos, estáticos
Pardos dormentes, claros viventes
Sem cores, Gente
Decente
Inocente

Os saltos de solados vermelhos, as bolsas de grife, os charutos caros feitos nas coxas, só enxergam o sabor, o tom, da cidade do alto da testa, para cima.

Para baixo, o óbvio olulante, rotineiro, menor
Vai ficando transparente, invisível aos olhares por detrás dos ray-ban's
Inodora sob os aromas chanel's e ensurdecida nas laterais dos celulares de última geração
Seguradoras que dão mais segurança à aparelhos do que à vidas.
Vida que segue...



*Imagem - Fonte - Google
*sospaisagismo.com.br
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 20/11/2019
Reeditado em 22/11/2019
Código do texto: T6799355
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