AMORES ETERNOS

Já faziam anos desde que Joaquim não ia no túmulo de mãe, ele nunca se perdoou pela sua morte, apesar de não ter tido culpa alguma Joaquim acredita que por estar dirigindo o carro poderia ter evitado o acidente que ceifou a vida de sua amada mãe. Mas naquele dia parecia que a culpa o havia abandonado e ele finalmente feito as pazes consigo mesmo. Por isso resolveu depois de tanto tempo voltar ao cemitério naquele dia de finados que marcaria um recomeço.

O túmulo de sua mãe fica bem debaixo de um pé de jambo. O cemitério estava muito cheio naquele dia, muitas pessoas estavam ali, muitas delas possivelmente também estavam ali para fazer as pazes com seus demônios igual a Joaquim. Quando ele já estava indo embora chegou uma moça para visitar um túmulo vizinho ao de sua mãe. Joaquim não pôde deixar de notar que aquela moça era deveras atraente. Ele puxou assunto com ela e logo os dois viraram amigos, conversa vai, conversa vem algo começou a surgir entre eles. Parecia improvável, mas naquele momento uma paixão arrebatadora tomou conta dos dois, ali naquele cemitério, debaixo daquele pé de jambo.

A mãe de Joaquim em vida ansiava para que o filho encontrasse o amor nos braços de uma mulher que sentisse o mesmo por ele, mas nunca aconteceu. Por ironia do destino aquele tão esperado momento aconteceu diante de seu túmulo.

O desejo consumia o casal ardentemente como um fogo brotasse do interior de suas almas, eles notaram que havia um pequeno quarto afastado da multidão, lá havia uma cama velha empoeirada, mas o local não importava. Por mais mórbido que parecesse aquele era o momento de consumar a paixão avassaladora do casal. Eles se amaram naquela cama empoeirada durante o dia inteiro. Ao voltar para debaixo do pé de jambo. A moça pegou um dos frutos e ambos o morderam selando um pacto de amor eterno em que um nunca deixaria o outro, e que nem a morte os poderia separar.

O casal apaixonado nem sequer se deu conta de que o dia já estava no fim, as pessoas já haviam deixado seus entes queridos em seu descanso eterno e voltado para suas casas. Joaquim pegou a moça pela mão e perguntou onde era sua casa, ela sorridente apontou para o túmulo vizinho ao da mãe de Joaquim. Ele deu uma gargalhada achando graça da piada, mas ao olhar para a barriga da mulher viu que havia um buraco ali e as tripas e órgãos estavam todos pendurados para fora, atormentado com aquela visão terrível ele tentou correr, mas tropeçou e caiu aos pés da moça morta.

-Porque você não me ama mais Joaquim?

-Joaquim correu o mais rápido que pôde para o portão do cemitério gritando por ajuda, ao atravessar o portão para fora ele percebeu que entrou novamente no cemitério e estava correndo na direção oposta, novamente ao encontro da mulher morta, ele desesperado voltou a tentar atravessar o portão, e novamente entrou no cemitério, ao se virar ele viu que o portão já não estava mais lá, e que os muros eram muito altos para subir. Naquele momento Joaquim caiu no chão aos prantos, e ao observar uma das covas próximas viu que seu nome e foto estavam lá. A mulher se aproximou dele.

-Você não se lembra meu amor, quando veio aqui ano passado? Você disse que me amava, prometeu que nunca me deixaria, você partiu meu coração naquele dia Joaquim. Mas eu te perdoo você é meu para sempre.

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Chico Alhandra
Enviado por Chico Alhandra em 27/08/2019
Reeditado em 04/09/2019
Código do texto: T6730938
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