A Dama Da Lua Cheia - Segunda Versão

PARTE 1

Durante a noite de lua cheia foi quando a vi pela primeira vez. Ela estava toda bonita.

Eu estava do outro lado da rua e ela me chamou. Estava garoando.

Ela me chamou com à mão. Esperei os carros passarem e atravessei a rua. Foi aí que eu senti seu cheiro. Ela cheirava tão bem. Aquela garoa e aquele vento ajudava a dissipar o cheiro dela que eu estava tanto adorando.

Ela pegou na minha mão e eu me sentia enfeitiçado. Ela sussurrou no meu ouvido:

- Você quer me comer?

Aquilo quebrou o encanto. Estava tudo tão bonito pra ela estragar com aquela frase vulgar. Comecei a achar que era uma prostituta oferecendo serviços, mas sabia que não era.

Um carro passou em alta velocidade por cima da poça que ao invés de me sujar com água suja, me sujou com sangue e eu acordei.

Minha mulher não percebeu. Sentei na cama e levei a mão ao rosto. Fui ao banheiro e joguei uma água na cara. Olhei no espelho. Ela estava atrás de mim. Me virei, ela não estava. Estava eu ficando louco? Tendo alucinações com uma mulher que nem conheço?

PARTE 2

Peguei sua mão. Estávamos em um restaurante. Lhe servi bebida. Todos os outros clientes e funcionários do restaurante estavam mortos. Mortos por algo cortante. Eu não estava nem aí. Só pra ela.

Olhava seu rosto e o acariciava, então me lembrei quem é ela.

As imagens transformaram-se em fogo e depois tudo se apagou até a mais completa escuridão. Acordei novamente em minha cama.

PARTE 3

Já viu algo tão radiante de beleza que você não via mais nada? Era essa mulher. Minha professora de espanhol. Eu a adorava.

Contei como me sentia. Ela passou a mão em meu rosto e me olhou como se eu fosse um coitado e me rejeitou.

Então, enlouqueci. Não tinha mais mulher esposa, só tinha ela.

Na volta pra casa tramei como seria. Na próxima noite, ela seria minha.

Eu a sequestrei. Disse pra não ter medo. Eu só a queria, queria muito, e a tive.

Atrás do muro do cemitério, dentro do carro, a arma apontada pra ela. Eu gozei, ela chorou. Perguntei por que não foi bom. Ela me chamou de louco. Eu respondi que era amor.

Ela queria sair dali. Liguei o carro e fomos embora. Deixei-a em frente a sua casa.

Cada noite eu pensava nela.

A polícia foi até minha casa, mas não tinham provas. Eu disse que ela estava louca. Me assediava, mas eu disse que tinha esposa, por isso passou a me atormentar.

PARTE 4

Era noite de lua cheia. Ela estava nua e eu a matei em sua casa.

Cretino! Burro! Saí de sua casa e voltei triste pra minha casa. Minha mulher perguntou onde eu estava e lhe respondi:

- Não sei.

O que foi que eu fiz da minha vida? O que ela iria fazer com a minha vida?

FINAL

Tratei de tirá-la da minha cabeça. Esqueci. Ela não mais existia, mas ela não queria ser esquecida.

Estava sozinho em casa quando ela apareceu por trás de mim no sofá em que eu estava sentado. Ela me chamou. Eram exatamente três semanas depois. Seu corpo apodrecido me fez esquecer de sua beleza radiante.

Ela chegou : a morte. Eu não a aceito. Pego um abajur e quebro em sua cabeça. Ela agarra meu pênis e o arranca. Levo as mãos ao local. Ela me dá um tapa. Eu caio. É o meu inferno.

Todos os que estavam mortos no restaurante, em meus delírios, representavam o ódio dela por mim.

Agora a televisão cai sobre minha cabeça. Até quando vai durar? A faca. Ela está com a faca. Agora é o fim.

EPÍLOGO

Agora estamos nos dois no inferno. Eu por meu pecado, ela por sua vingança. Sentados à beira de uma mesa nos olhando e o fogo... o fogo envolve tudo, até tudo se consumir para a mais completa escuridão.

LEITOR: esta, na verdade, não é uma segunda versão, é um esboço da versão final que já publiquei aqui no site antes. Estava olhando em meus cadernos um texto pra publicar e me deparei com essa versão abandonada e resolvi publicar. Se quiser ler a versão final, procure em meu perfil. Desde já agradeço por ter lido até aqui.

Robert Phoenix
Enviado por Robert Phoenix em 19/08/2019
Reeditado em 19/10/2019
Código do texto: T6724354
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