o pacto
As comunidades viviam bastante isoladas umas das outras, viajar era um risco de vida, não haviam estradas mais apenas pequenas vielas ou mesmo trilhas precárias, por isso o comercio era bem restrito, sem falar nos já citados ladrões. Nessa época boa parte da Grã Bretanha ainda era coberta por florestas, era um mundo ainda medieval muito embora nas cidades já se respirava novos ares com a primeira revolução industrial, e uma nova mentalidade mais racional e moderna. E nesse tempo e nesse mundo que se passa nossa estória.
Numa pequena aldeia por nome Borley vivia um poderoso proprietário de terras seu nome era Jeremie Boche , era o homem mais rico de toda a região, ao longo dos anos ele havia adquirido quase todas as terras nos arredores da aldeia, em suas terras ele criava rebanhos de ovelhas para produção de lã , a base para indústria manufatureira de roupas em Londres, esse homem se tornou tão rico que adquiriu um titulo de nobreza , muito embora sua origem fosse humilde, mais a força do dinheiro o tornou nobre, assim todos se referiam a ele como o Barão Jeremie, no entanto era um homem mau, opressivo, vingativo e ganancioso, todos o temiam e o odiavam a o mesmo tempo, dezenas de pequenos proprietários foram obrigados a vender suas terras para ele e acabaram na mais profunda miséria, quem resistia corria o risco de ser assassinado, pois o barão tinham uma milícia particular de capangas violentos que ameaçavam a todos. O Barão era um homem cruel, ele mandava raptar os filhos de famílias que deviam dinheiro a ele, e ameaçava matar se não pagassem o que deviam, durante uma crise de fome as pessoas desesperadas iam aos armazéns do barão atrás de comida, mas ele cruelmente não dava um grão a ninguém. Quem quisesse comer tinham de pagar, aliás todos os comércios da aldeia pertenciam ao barão, assim toda a aldeia dependia da vontade do Barão para sobreviver.
Por essas e outras maldades o barão foi vítima de várias tentativas de assassinato mais estranhamente ele sempre escapava com vida, era como se algo o protegesse da morte. Enquanto todos temiam a noite o Barão não, ele dava longas cavalgadas noturnas, ele zombava do medo supersticioso dos aldeões em relação a escuridão, ele se sentia à vontade nas trevas, as pessoas diziam que alma do Barão era tão perversa que era escura como a noite.
O Barão vivia sozinho em sua fazenda, morava num casarão enorme que parecia mais um mausoléu cercado de muros altos e escuros, ele não tinha mulher ou filhos ou parentes conhecidos, sempre viveu sozinho, apenas com seus empregados e capangas que o temiam. Raramente ia a aldeia era uma figura soturna, de tempos em tempos ia a Londres supervisionar seus negócios, mais fora isso era um homem solitário e isolado do mundo ele vivia apenas para seus negócios, e acumular riquezas, ninguém jamais viu o Barão sorrir, estava sempre de cara fechada como fechado vivia em seu lugrebe mundo mais os empregados da casa as vezes comentavam aos sussurros que o Barão em certas noites saia a cavalo e só voltava pela manhã ninguém sabia para onde ele ia ou oque fazia, mais de certo que não era coisa boa. Mais agora o peso dos anos estava pesando o barão Jeremie estava velho, 79 anos de idade num tempo em a expectativa de vida era tão curta, alguém com essa idade era uma exceção, a maioria dos moradores nunca se lembrou de um tempo em que o barão não dominasse suas vidas, gerações haviam vivido e morrido, mais o Barão continuava firme. Havia muitas lendas sobre a origem da riqueza do barão muitos diziam que ele tinha vendido a alma ao demônio em troca da riqueza.
Quando o gélido sopro do inverno começou a açoitar os campos ingleses, e a natureza se rendia a o seu poder mortificador, o velho e perverso barão se recolhia a o conforto de sua mansão, ele parecia sentir um prazer mórbido ao ver o mundo se tornar branco e frio como o rosto de um cadáver. Nesse tempo o Barão ficava longas horas observando a paisagem monótona, ninguém sabia oque ele pensava ou sentia se é que sentia alguma coisa.
Jeremie estava sentado em sua cadeira de balanço numa tarde na varanda de seu casarão, seus olhos estavam pesados o velho estava adormecendo, quando ele ouvi um sussurro, - jeremie sua hora está chegando – o velho acorda ele olha ao redor imaginando que alguém havia falado com ele mais não vê ninguém, - que diabos foi isso – murmura o velho, mais não dá maior importância pega o cachimbo que estava sobre uma pequena mesa de vidro e fica fumando. Jeremie nunca sonhava, ele não se importava dizia – sonhar e para os tolos – mais naquela noite ele sonhou como a muito tempo não acontecia, sonhava que cavalgava em seu cavalo pela noite como costumava fazer, entrava na floresta desmontava e com uma pá cavava um buraco então lá estava a pequena estatueta negra, quer representava um demônio, então ele urinava sobre a estatueta e tirava um pequeno saco e jogava sangue sobre a mesma, depois disso ele a enterrava novamente, dizia certas palavras então montava no seu cavalo e ia embora. A o amanhecer ele acorda assustado, ele tinham sonhado, aquilo era um mau sinal, apesar do frio que fazia o velho barão se protegeu com um pesado casaco, montou em seu possante cavalo e entrou na floresta não foi fácil encontrar o lugar pois estava tudo coberto de neve, por fim ele achou afinal já fazia tantos anos que ele ia até aquele lugar, ele trazia uma pequena pá devido o acumulo de neve era mais difícil escavar mais apesar da idade Jeremie era um velho robusto, ele escavou e achou a pequena pedra que marcava o sítio, para seu horror o pequeno cofre de pedra estava vazio – onde está?, onde está? – gritava o desesperado velho, ele escavou e escavou mais nada encontrou , por fim se deu por vencido montou seu cavalo, e foi embora quando chegou em sua
casa, o barão, foi para seu quarto e ficou pensando – onde pode estar, será que alguém a encontrou e se isso aconteceu o que será de mim? – pensava o assustado ancião, que jamais sonhava .
60 anos antes
Jeremie nasceu numa família muito pobre, seu pai era camponês e sua mãe lavava roupa de ganho. Desde pequeno ele conviveu com a fome e doença , ele tinham sete irmãos sendo ele o mais velho, houve uma grande estiagem, a fome grassava pelos campos ingleses, seus pais acediam velas para os santos pedindo chuva, faziam promessas, tudo em vão um a um os filhos foram morrendo de fome e ou doenças, jeremie era o mais velho e mais forte, trabalhava como um escravo nas terras dos proprietários trabalhava em troca de comida, um dia quando ele voltava pra casa maltrapilho e sujo e faminto, encontrou uma cena trágica, em desespero o pai havia matado a mãe dele e se matado, Jeremie ficou sozinho no mundo naquele mundo cruel e injusto ele enterrou os pais com as próprias mãos. Após sepulta-los Jeremie ficou revoltado e com lagrimas nos olhos olhando para os túmulos disse – eu prometo a vocês nunca mais vou passar fome nunca mais vou ser humilhado - ai ele gritou – agora eu vou servir a o Diabo, já que Deus não me escuta - havia uma mulher com fama de ser bruxa, ela morava na floresta, muitos recorriam a ela para conseguir remédios ou favores mágicos, pois bem decidido a se tornar servo do coisa ruim , Jeremie foi na mata caçar matou uma lebre e a levou consigo foi ate a casa da bruxa, a velha o atendeu – o que deseja meu jovem? – senhora desejo me tornar servo do demônio – e porque deseja isso ? – porque quero ficar rico não quero mais viver na miséria – hum que dizer que pretende fazer um pacto – sim é isso desejo vender minha alma a o demônio para em troca ficar rico – a velha coçou os cabelos brancos e desalinhados e respondeu – e o que me oferece em troca – jeremie mostrou a lebre que tinham caçado – um belo animal eu aceito a oferta – ele entrega o animal a velha, a bruxa então foi para o interior de sua cabana, quinze minutos depois ela surge com uma pequena caixa de pedra dentro havia um ídolo de madeira, representando um demônio , ai a bruxa disse – esse é Ascalon o senhor das trevas enterre essa estatua na floresta mais antes urine sobre ela e despeje sangue de algum animal, após isso diga essas palavras - Ascalon entrego minha alma a ti em troca eu quero ficar rico mais de tempos em tempos você precisa renovar o pacto você deve fazer isso de novo mais um aviso um dia ele vai buscar tua alma - Jeremie respondeu – não me importo com isso contanto que eu fique rico tudo bem. Jeremie fez tudo o que a bruxa mandou quando terminou de enterrar a estatua, ele ouviu trovões, e vozes que viam das profundezas da terra – jeremie eu sou Ascalon você me pertenci - depois o som de um vento forte que fez as arvores balançarem ameaçadoramente, após isso o jovem Jeremie foi para sua cabana miserável ali teve uma surpresa achou uma arca cheia de moedas de ouro.... a partir desse dia a vida dele mudou radicalmente, tudo que Jeremie fazia dava certo, ele investiu o dinheiro comprou propriedades depois revendia pelo dobro do preço, comprou uma fazenda adquiriu escravos, ele ia acumulando riquezas e prosperando. Muitos se indagavam como um homem rude e ignorante como aquele podia prosperar tanto em tão pouco tempo, sim jeremie se tornou muito rico .
De volta ao presente.
Passos na escada se ouviam, Jeremie se levanta e caminha com uma vela na mão para iluminar seu caminho ele abre a porta e olha para o corredor mais nada ele vê a não ser o breu profundo, o velho homem coça sua barba e pensa – que diabos e isso agora toda noite eu ouço esses passos, mais quando me levanto e olho nada vejo devo estar ficando maluco – o ancião retorna para sua cama, todos na casa comentam que o velho jeremie está muito estranho. Apesar de já ter mais de 79 anos ele ainda era um homem robusto cavalgava quase toda noite.
Naquela noite chuvosa o Barão Jeremie iria receber convidados, alguns fazendeiros da região, para tratar de negócios, era raro aquele homem receber visitas, jeremie era muito solitário morava no seu grande casarão , cercada de muros altos, ele tinham um canil com mais de trinta cães, todos ferozes qualquer desavisado que se atrevesse a entrar na fazenda sem ser convidado seria atacado pelos terríveis mastins, sem falar dos capangas do velho Jeremie homens maus e violentos.
Havia duas meninas chamadas Julia e Isabelly que eram filhas do capataz da fazenda mais as pobrezinhas quase nunca iam ao casarão tinham medo do velho Jeremie . o capataz se chamava Allan, ele dizia para as filhas – não precisam ter medo o Barão não é tão mau assim, é apenas e um velho solitário só isso - mais as meninas conheciam as histórias que falavam do pacto com o diabo , de que ele era um vampiro que bebia sangue de crianças recém nascidas , outros diziam que o velho se transformava em um grande morcego em noites de lua cheia e voava pela escuridão sendo assim elas tinham medo do Barão - O capataz pai das garotas era talvez a única pessoa que o velho tinham alguma confiança, a muitos anos que ele trabalhava para ele sempre fiel cumpria as ordens de seu amo , as meninas só tinham visto o velho jeremie de perto apenas uma vez quando por acaso quando caminhavam para a escola ele passou montado em seu possante cavalo , mais ele nem notou a presenças das crianças. Elas ficaram com medo temiam serem atacadas pelo monstruoso velho, mais nada aconteceu elas correram para a escola chegando assustadas e suadas todos indagavam – o que houve meninas viram lobos ? – naquela época alcateias de lobos eram um perigo real para as pessoas mas elas nada respondiam apenas tremiam e arfavam cansadas pela corrida.
O som da chuva se precipitando sobre as vidraças das janelas abafava de certa forma as vozes dos convivas, era uma mesa farta com muito vinho, e carne assada, o senhores riam e bebiam apenas o velho Barão permanecia de cara fechada, sorvia em diminutos goles seu vinho , e comia pequenos bocados de carde de porco assado, aquela reunião não parecia agrada-lo alias nada podia alegrar aquele senhor terrível, dizem que sua única alegria era fazer o mau e acumular riquezas, era como se sua existência só tivesse aquele propósito nada mais importava. Jeremie apreciava os dias chuvosos em que tudo ficava cinza e frio, como sua alma, detestava os dias ensolarados e coloridos, aquilo o irritava pois cheirava a felicidade que ele nunca conheceu.
O senhor do casarão estava quase sempre em seu escritório, traçando planos, administrando suas muitas propriedades, ele dispensava secretários, ele preferia resolver tudo pessoalmente, estava sempre vestido com seu casaco, parecia estar sempre muito friorento usava um gorro na cabeça ou um chapéu, era careca, e sua pele enrugada pelo tempo parecia um pergaminho muito velho e amassado parte do seu rosto era coberto por uma barba branca e espessa. Nos dedos das mãos muitos anéis com estranhas figuras desenhadas, uma coisa todos notavam no casarão inteiro não havia nada relacionado com a religião, hora naqueles tempos era comum os grandes senhores terem oratórios ou mesmo pequenas capelas para orações , mais não na casa de Jeremie, inclusive ele tinham um cemitério particular, um terreno pronto para receber seu caixão quando ele morresse ele dizia – nem na morte quero me misturar com estes desprezíveis cristãos – aliás na casa o nome de Deus era proibido, ai daquele que dissesse – meu Deus - seria expulso imediatamente , como ele era muito rico e poderoso, todos faziam vista grossa para aquela atitude herege do velho Jeremie, ele dizia com arrogância – minha casa minhas leis – e ninguém podia contraria-lo .
Mais naquela noite de chuva algo acontecia muito além dos muros da fazenda, era como se uma porta, se abrisse dando acesso ao nosso mundo para algo muito além da imaginação um horror ancestral, uma imundície cósmica, repugnante e pestilenta, a ordem natural das coisas e rompida por essa força maligna que invade nossa realidade, algo jamais visto por olhos humanos apenas os olhos dos condenados podem ver a besta, Cérbero o cão dos infernos de três cabeças, o oraculo da perdição, aquele que guarda os portões do Hades , e que vai buscar a alma desgraçada dos que ousam fazer um pacto com satã , o grotesco ser perambula oculto em meio a vegetação molhada, mais para ele tudo o que existe no nosso mundo não o afeta, das suas fuças um fumo mau cheiroso de enxofre e bafejado na forma de um vapor esverdeado , os olhos das três cabeças são vermelhos como gotas de sangue fresco, e brilham na escuridão, apenas as feras conseguem perceber sua presença maléfica, os cães de jeremie latem e rosnam e correm enfurecidos sentindo a presença amaldiçoado do cão dos infernos, o barulho atrai as atenções de todos o velho jeremie indaga – o que diabos está acontecendo porque meus cães latem, será que algum infeliz ousa tentar invadir minha propriedade – o velho se levanta caminha até uma janela seus olhos então apesar do escuro avistam seis bolas de fogo vermelhas no meio da escuridão se movendo - o que é isso? - os convidados curiosos se aproximam mais nada veem de diferente apenas o escuro profundo da mata mais o velho continua vendo as bolas de fogo vermelhas - vocês não veem aquilo? – um dos homens diz – senhor eu não vejo nada – Allan o capataz , se adianta e diz – patrão quer que eu vá lá fora averiguar – não precisa eu mesmo vou - o velho pega seu mosquete carregado abre a porta vai para fora da casa os convidados ficam nas janelas e na porta vendo o terrível ancião armado e com uma lampião para iluminar seu caminho , os cães de repente param de latir e fogem apavorados isso nunca tinham acontecido antes ele pensa –o que está acontecendo? meus cães com medo não e possível – ele dizia que nem o próprio satã se atreveria a passar por seus cães , ele caminha até os muros da fazenda, como já disse antes jeremie não temia a noite, aliás ele parecia não ter medo de nada.
Ele abre as pesadas portas que dão acesso ao terreno em torno do casarão, e sai em direção a mata fechada e escura, ele prepara a arma sem medo ele berra – quem está ai? saia da minha propriedade ou vou atirar - atônitos os convidados retiram-se da casa e caminhão em direção aos muros do casarão, Allan o fiel capataz corre armado para proteger o patrão e grita – meu senhor volte e perigoso – o velho responde – cale-se Allan, eu posso resolver isso sozinho fique ai proteja a casa – o mais intrigante era que ninguém via nada ameaçando a casa foi então que um cheiro nauseante toma conta do ar, era um cheiro de carne pobre, - que porcaria e essa tem algum bicho morto por ai – resmunga o velho que coloca o lampião no chão e prepara a arma – estou avisando saia ou vou atirar foi ai que uma voz gutural se ouviu – jeremie sua hora chegou entregue sua alma a meu servo – na fazenda ninguém ouviu nada a não ser o murmúrio da mata soprada pelo vento frio da noite , ao ouvir isso o velho arregala os seus olhos e contempla as horrendas cabeças do cão infernal despontar da mata , era um vulto disforme com aqueles olhos vermelhos que brilhavam ameaçadores, as cabeças da besta arreganharam os caninos brancos para o velho e rosnam ameaçadoramente - graurrrrr - Jeremie gritou – não, eu ainda tenho muita coisa pra fazer não agora não – ele mirou nos olhos vermelhos e atirou , ao ouvir o tiro Allan e outros homens correm em direção a o velho – patrão o que houve em quem o senhor está atirando – berrou o homem , mais rápido como o raio a fera infernal deu um salto sobre jeremie – haaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa – ele berrou em agonia a arma caiu no chão, o lampião virou sobre a relva molhada , Allan apenas observou o corpo do velho tombar , ao chegar perto ele viu seu patrão morto com a cabeça separada do resto do corpo, nos olhos arregalados do ancião uma expressão de medo e enfiado na boca dele estava um pequeno ídolo de madeira com a forma de um demônio , um cheiro de enxofre foi tudo o que todos perceberam assim a vida maléfica do Barão Jeremie terminava e sua alma foi levada para o inferno por Cérbero o cão demônio.
O PACTO ou o homem que jamais sonhava.
“A morte estava no centro da vida, como o cemitério no centro da aldeia (…) neste mundo de sofrimento .... ‘’
Corria o ano de 1780 estamos no interior da Inglaterra, no condado de Essex. Era um tempo de pobreza e injustiça, a maioria da população morava no interior em pequenas vilas ou fazenda. As cidades eram poucas e pequenas e sujas. Nesse tempo o homem está totalmente a mercê das forças da natureza, uma seca prolongada, ou um período de chuvas muito fortes, significava a fome sem falar das epidemias que assolavam as cidades e o campo de tempos em tempos. A mortalidade infantil (devido a má alimentação e as doenças) era alta e a expectativa de vida não chegava aos 30 anos.
Além dos problemas reais, as pessoas conviviam com arraigados temores supersticiosos, numa era anterior a invenção da luz elétrica, a noite era o território da escuridão e do medo, dos demônios, das bruxas e dos fantasmas além dos perigos concretos como bandidos que espreitavam nas sombras e os animais selvagens. Mesmo nas cidades as pessoas se recolhiam logo cedo a relativa proteção de seus lares, por volta das 18 horas quando o manto agourento da noite começava a cobrir o mundo.
A vida noturna era muito restrita (nas cidades havia tavernas e bordeis), no interior não havia uma polícia, as vezes cidadãos se união e pagavam para que os mais corajosos fossem guardas noturnos. As pessoas só saiam a noite quando era estritamente necessário, era muito perigoso.“A morte estava no centro da vida, como o cemitério no centro da aldeia (…) neste mundo de sofrimento .... ‘’
Corria o ano de 1780 estamos no interior da Inglaterra, no condado de Essex. Era um tempo de pobreza e injustiça, a maioria da população morava no interior em pequenas vilas ou fazenda. As cidades eram poucas e pequenas e sujas. Nesse tempo o homem está totalmente a mercê das forças da natureza, uma seca prolongada, ou um período de chuvas muito fortes, significava a fome sem falar das epidemias que assolavam as cidades e o campo de tempos em tempos. A mortalidade infantil (devido a má alimentação e as doenças) era alta e a expectativa de vida não chegava aos 30 anos.
Além dos problemas reais, as pessoas conviviam com arraigados temores supersticiosos, numa era anterior a invenção da luz elétrica, a noite era o território da escuridão e do medo, dos demônios, das bruxas e dos fantasmas além dos perigos concretos como bandidos que espreitavam nas sombras e os animais selvagens. Mesmo nas cidades as pessoas se recolhiam logo cedo a relativa proteção de seus lares, por volta das 18 horas quando o manto agourento da noite começava a cobrir o mundo.
As comunidades viviam bastante isoladas umas das outras, viajar era um risco de vida, não haviam estradas mais apenas pequenas vielas ou mesmo trilhas precárias, por isso o comercio era bem restrito, sem falar nos já citados ladrões. Nessa época boa parte da Grã Bretanha ainda era coberta por florestas, era um mundo ainda medieval muito embora nas cidades já se respirava novos ares com a primeira revolução industrial, e uma nova mentalidade mais racional e moderna. E nesse tempo e nesse mundo que se passa nossa estória.
Numa pequena aldeia por nome Borley vivia um poderoso proprietário de terras seu nome era Jeremie Boche , era o homem mais rico de toda a região, ao longo dos anos ele havia adquirido quase todas as terras nos arredores da aldeia, em suas terras ele criava rebanhos de ovelhas para produção de lã , a base para indústria manufatureira de roupas em Londres, esse homem se tornou tão rico que adquiriu um titulo de nobreza , muito embora sua origem fosse humilde, mais a força do dinheiro o tornou nobre, assim todos se referiam a ele como o Barão Jeremie, no entanto era um homem mau, opressivo, vingativo e ganancioso, todos o temiam e o odiavam a o mesmo tempo, dezenas de pequenos proprietários foram obrigados a vender suas terras para ele e acabaram na mais profunda miséria, quem resistia corria o risco de ser assassinado, pois o barão tinham uma milícia particular de capangas violentos que ameaçavam a todos. O Barão era um homem cruel, ele mandava raptar os filhos de famílias que deviam dinheiro a ele, e ameaçava matar se não pagassem o que deviam, durante uma crise de fome as pessoas desesperadas iam aos armazéns do barão atrás de comida, mas ele cruelmente não dava um grão a ninguém. Quem quisesse comer tinham de pagar, aliás todos os comércios da aldeia pertenciam ao barão, assim toda a aldeia dependia da vontade do Barão para sobreviver.
Por essas e outras maldades o barão foi vítima de várias tentativas de assassinato mais estranhamente ele sempre escapava com vida, era como se algo o protegesse da morte. Enquanto todos temiam a noite o Barão não, ele dava longas cavalgadas noturnas, ele zombava do medo supersticioso dos aldeões em relação a escuridão, ele se sentia à vontade nas trevas, as pessoas diziam que alma do Barão era tão perversa que era escura como a noite.
O Barão vivia sozinho em sua fazenda, morava num casarão enorme que parecia mais um mausoléu cercado de muros altos e escuros, ele não tinha mulher ou filhos ou parentes conhecidos, sempre viveu sozinho, apenas com seus empregados e capangas que o temiam. Raramente ia a aldeia era uma figura soturna, de tempos em tempos ia a Londres supervisionar seus negócios, mais fora isso era um homem solitário e isolado do mundo ele vivia apenas para seus negócios, e acumular riquezas, ninguém jamais viu o Barão sorrir, estava sempre de cara fechada como fechado vivia em seu lugrebe mundo mais os empregados da casa as vezes comentavam aos sussurros que o Barão em certas noites saia a cavalo e só voltava pela manhã ninguém sabia para onde ele ia ou oque fazia, mais de certo que não era coisa boa. Mais agora o peso dos anos estava pesando o barão Jeremie estava velho, 79 anos de idade num tempo em a expectativa de vida era tão curta, alguém com essa idade era uma exceção, a maioria dos moradores nunca se lembrou de um tempo em que o barão não dominasse suas vidas, gerações haviam vivido e morrido, mais o Barão continuava firme. Havia muitas lendas sobre a origem da riqueza do barão muitos diziam que ele tinha vendido a alma ao demônio em troca da riqueza.
Quando o gélido sopro do inverno começou a açoitar os campos ingleses, e a natureza se rendia a o seu poder mortificador, o velho e perverso barão se recolhia a o conforto de sua mansão, ele parecia sentir um prazer mórbido ao ver o mundo se tornar branco e frio como o rosto de um cadáver. Nesse tempo o Barão ficava longas horas observando a paisagem monótona, ninguém sabia oque ele pensava ou sentia se é que sentia alguma coisa.
Jeremie estava sentado em sua cadeira de balanço numa tarde na varanda de seu casarão, seus olhos estavam pesados o velho estava adormecendo, quando ele ouvi um sussurro, - jeremie sua hora está chegando – o velho acorda ele olha ao redor imaginando que alguém havia falado com ele mais não vê ninguém, - que diabos foi isso – murmura o velho, mais não dá maior importância pega o cachimbo que estava sobre uma pequena mesa de vidro e fica fumando. Jeremie nunca sonhava, ele não se importava dizia – sonhar e para os tolos – mais naquela noite ele sonhou como a muito tempo não acontecia, sonhava que cavalgava em seu cavalo pela noite como costumava fazer, entrava na floresta desmontava e com uma pá cavava um buraco então lá estava a pequena estatueta negra, quer representava um demônio, então ele urinava sobre a estatueta e tirava um pequeno saco e jogava sangue sobre a mesma, depois disso ele a enterrava novamente, dizia certas palavras então montava no seu cavalo e ia embora. A o amanhecer ele acorda assustado, ele tinham sonhado, aquilo era um mau sinal, apesar do frio que fazia o velho barão se protegeu com um pesado casaco, montou em seu possante cavalo e entrou na floresta não foi fácil encontrar o lugar pois estava tudo coberto de neve, por fim ele achou afinal já fazia tantos anos que ele ia até aquele lugar, ele trazia uma pequena pá devido o acumulo de neve era mais difícil escavar mais apesar da idade Jeremie era um velho robusto, ele escavou e achou a pequena pedra que marcava o sítio, para seu horror o pequeno cofre de pedra estava vazio – onde está?, onde está? – gritava o desesperado velho, ele escavou e escavou mais nada encontrou , por fim se deu por vencido montou seu cavalo, e foi embora quando chegou em sua
casa, o barão, foi para seu quarto e ficou pensando – onde pode estar, será que alguém a encontrou e se isso aconteceu o que será de mim? – pensava o assustado ancião, que jamais sonhava .
60 anos antes
Jeremie nasceu numa família muito pobre, seu pai era camponês e sua mãe lavava roupa de ganho. Desde pequeno ele conviveu com a fome e doença , ele tinham sete irmãos sendo ele o mais velho, houve uma grande estiagem, a fome grassava pelos campos ingleses, seus pais acediam velas para os santos pedindo chuva, faziam promessas, tudo em vão um a um os filhos foram morrendo de fome e ou doenças, jeremie era o mais velho e mais forte, trabalhava como um escravo nas terras dos proprietários trabalhava em troca de comida, um dia quando ele voltava pra casa maltrapilho e sujo e faminto, encontrou uma cena trágica, em desespero o pai havia matado a mãe dele e se matado, Jeremie ficou sozinho no mundo naquele mundo cruel e injusto ele enterrou os pais com as próprias mãos. Após sepulta-los Jeremie ficou revoltado e com lagrimas nos olhos olhando para os túmulos disse – eu prometo a vocês nunca mais vou passar fome nunca mais vou ser humilhado - ai ele gritou – agora eu vou servir a o Diabo, já que Deus não me escuta - havia uma mulher com fama de ser bruxa, ela morava na floresta, muitos recorriam a ela para conseguir remédios ou favores mágicos, pois bem decidido a se tornar servo do coisa ruim , Jeremie foi na mata caçar matou uma lebre e a levou consigo foi ate a casa da bruxa, a velha o atendeu – o que deseja meu jovem? – senhora desejo me tornar servo do demônio – e porque deseja isso ? – porque quero ficar rico não quero mais viver na miséria – hum que dizer que pretende fazer um pacto – sim é isso desejo vender minha alma a o demônio para em troca ficar rico – a velha coçou os cabelos brancos e desalinhados e respondeu – e o que me oferece em troca – jeremie mostrou a lebre que tinham caçado – um belo animal eu aceito a oferta – ele entrega o animal a velha, a bruxa então foi para o interior de sua cabana, quinze minutos depois ela surge com uma pequena caixa de pedra dentro havia um ídolo de madeira, representando um demônio , ai a bruxa disse – esse é Ascalon o senhor das trevas enterre essa estatua na floresta mais antes urine sobre ela e despeje sangue de algum animal, após isso diga essas palavras - Ascalon entrego minha alma a ti em troca eu quero ficar rico mais de tempos em tempos você precisa renovar o pacto você deve fazer isso de novo mais um aviso um dia ele vai buscar tua alma - Jeremie respondeu – não me importo com isso contanto que eu fique rico tudo bem. Jeremie fez tudo o que a bruxa mandou quando terminou de enterrar a estatua, ele ouviu trovões, e vozes que viam das profundezas da terra – jeremie eu sou Ascalon você me pertenci - depois o som de um vento forte que fez as arvores balançarem ameaçadoramente, após isso o jovem Jeremie foi para sua cabana miserável ali teve uma surpresa achou uma arca cheia de moedas de ouro.... a partir desse dia a vida dele mudou radicalmente, tudo que Jeremie fazia dava certo, ele investiu o dinheiro comprou propriedades depois revendia pelo dobro do preço, comprou uma fazenda adquiriu escravos, ele ia acumulando riquezas e prosperando. Muitos se indagavam como um homem rude e ignorante como aquele podia prosperar tanto em tão pouco tempo, sim jeremie se tornou muito rico .
De volta ao presente.
Passos na escada se ouviam, Jeremie se levanta e caminha com uma vela na mão para iluminar seu caminho ele abre a porta e olha para o corredor mais nada ele vê a não ser o breu profundo, o velho homem coça sua barba e pensa – que diabos e isso agora toda noite eu ouço esses passos, mais quando me levanto e olho nada vejo devo estar ficando maluco – o ancião retorna para sua cama, todos na casa comentam que o velho jeremie está muito estranho. Apesar de já ter mais de 79 anos ele ainda era um homem robusto cavalgava quase toda noite.
Naquela noite chuvosa o Barão Jeremie iria receber convidados, alguns fazendeiros da região, para tratar de negócios, era raro aquele homem receber visitas, jeremie era muito solitário morava no seu grande casarão , cercada de muros altos, ele tinham um canil com mais de trinta cães, todos ferozes qualquer desavisado que se atrevesse a entrar na fazenda sem ser convidado seria atacado pelos terríveis mastins, sem falar dos capangas do velho Jeremie homens maus e violentos.
Havia duas meninas chamadas Julia e Isabelly que eram filhas do capataz da fazenda mais as pobrezinhas quase nunca iam ao casarão tinham medo do velho Jeremie . o capataz se chamava Allan, ele dizia para as filhas – não precisam ter medo o Barão não é tão mau assim, é apenas e um velho solitário só isso - mais as meninas conheciam as histórias que falavam do pacto com o diabo , de que ele era um vampiro que bebia sangue de crianças recém nascidas , outros diziam que o velho se transformava em um grande morcego em noites de lua cheia e voava pela escuridão sendo assim elas tinham medo do Barão - O capataz pai das garotas era talvez a única pessoa que o velho tinham alguma confiança, a muitos anos que ele trabalhava para ele sempre fiel cumpria as ordens de seu amo , as meninas só tinham visto o velho jeremie de perto apenas uma vez quando por acaso quando caminhavam para a escola ele passou montado em seu possante cavalo , mais ele nem notou a presenças das crianças. Elas ficaram com medo temiam serem atacadas pelo monstruoso velho, mais nada aconteceu elas correram para a escola chegando assustadas e suadas todos indagavam – o que houve meninas viram lobos ? – naquela época alcateias de lobos eram um perigo real para as pessoas mas elas nada respondiam apenas tremiam e arfavam cansadas pela corrida.
O som da chuva se precipitando sobre as vidraças das janelas abafava de certa forma as vozes dos convivas, era uma mesa farta com muito vinho, e carne assada, o senhores riam e bebiam apenas o velho Barão permanecia de cara fechada, sorvia em diminutos goles seu vinho , e comia pequenos bocados de carde de porco assado, aquela reunião não parecia agrada-lo alias nada podia alegrar aquele senhor terrível, dizem que sua única alegria era fazer o mau e acumular riquezas, era como se sua existência só tivesse aquele propósito nada mais importava. Jeremie apreciava os dias chuvosos em que tudo ficava cinza e frio, como sua alma, detestava os dias ensolarados e coloridos, aquilo o irritava pois cheirava a felicidade que ele nunca conheceu.
O senhor do casarão estava quase sempre em seu escritório, traçando planos, administrando suas muitas propriedades, ele dispensava secretários, ele preferia resolver tudo pessoalmente, estava sempre vestido com seu casaco, parecia estar sempre muito friorento usava um gorro na cabeça ou um chapéu, era careca, e sua pele enrugada pelo tempo parecia um pergaminho muito velho e amassado parte do seu rosto era coberto por uma barba branca e espessa. Nos dedos das mãos muitos anéis com estranhas figuras desenhadas, uma coisa todos notavam no casarão inteiro não havia nada relacionado com a religião, hora naqueles tempos era comum os grandes senhores terem oratórios ou mesmo pequenas capelas para orações , mais não na casa de Jeremie, inclusive ele tinham um cemitério particular, um terreno pronto para receber seu caixão quando ele morresse ele dizia – nem na morte quero me misturar com estes desprezíveis cristãos – aliás na casa o nome de Deus era proibido, ai daquele que dissesse – meu Deus - seria expulso imediatamente , como ele era muito rico e poderoso, todos faziam vista grossa para aquela atitude herege do velho Jeremie, ele dizia com arrogância – minha casa minhas leis – e ninguém podia contraria-lo .
Mais naquela noite de chuva algo acontecia muito além dos muros da fazenda, era como se uma porta, se abrisse dando acesso ao nosso mundo para algo muito além da imaginação um horror ancestral, uma imundície cósmica, repugnante e pestilenta, a ordem natural das coisas e rompida por essa força maligna que invade nossa realidade, algo jamais visto por olhos humanos apenas os olhos dos condenados podem ver a besta, Cérbero o cão dos infernos de três cabeças, o oraculo da perdição, aquele que guarda os portões do Hades , e que vai buscar a alma desgraçada dos que ousam fazer um pacto com satã , o grotesco ser perambula oculto em meio a vegetação molhada, mais para ele tudo o que existe no nosso mundo não o afeta, das suas fuças um fumo mau cheiroso de enxofre e bafejado na forma de um vapor esverdeado , os olhos das três cabeças são vermelhos como gotas de sangue fresco, e brilham na escuridão, apenas as feras conseguem perceber sua presença maléfica, os cães de jeremie latem e rosnam e correm enfurecidos sentindo a presença amaldiçoado do cão dos infernos, o barulho atrai as atenções de todos o velho jeremie indaga – o que diabos está acontecendo porque meus cães latem, será que algum infeliz ousa tentar invadir minha propriedade – o velho se levanta caminha até uma janela seus olhos então apesar do escuro avistam seis bolas de fogo vermelhas no meio da escuridão se movendo - o que é isso? - os convidados curiosos se aproximam mais nada veem de diferente apenas o escuro profundo da mata mais o velho continua vendo as bolas de fogo vermelhas - vocês não veem aquilo? – um dos homens diz – senhor eu não vejo nada – Allan o capataz , se adianta e diz – patrão quer que eu vá lá fora averiguar – não precisa eu mesmo vou - o velho pega seu mosquete carregado abre a porta vai para fora da casa os convidados ficam nas janelas e na porta vendo o terrível ancião armado e com uma lampião para iluminar seu caminho , os cães de repente param de latir e fogem apavorados isso nunca tinham acontecido antes ele pensa –o que está acontecendo? meus cães com medo não e possível – ele dizia que nem o próprio satã se atreveria a passar por seus cães , ele caminha até os muros da fazenda, como já disse antes jeremie não temia a noite, aliás ele parecia não ter medo de nada.
Ele abre as pesadas portas que dão acesso ao terreno em torno do casarão, e sai em direção a mata fechada e escura, ele prepara a arma sem medo ele berra – quem está ai? saia da minha propriedade ou vou atirar - atônitos os convidados retiram-se da casa e caminhão em direção aos muros do casarão, Allan o fiel capataz corre armado para proteger o patrão e grita – meu senhor volte e perigoso – o velho responde – cale-se Allan, eu posso resolver isso sozinho fique ai proteja a casa – o mais intrigante era que ninguém via nada ameaçando a casa foi então que um cheiro nauseante toma conta do ar, era um cheiro de carne pobre, - que porcaria e essa tem algum bicho morto por ai – resmunga o velho que coloca o lampião no chão e prepara a arma – estou avisando saia ou vou atirar foi ai que uma voz gutural se ouviu – jeremie sua hora chegou entregue sua alma a meu servo – na fazenda ninguém ouviu nada a não ser o murmúrio da mata soprada pelo vento frio da noite , ao ouvir isso o velho arregala os seus olhos e contempla as horrendas cabeças do cão infernal despontar da mata , era um vulto disforme com aqueles olhos vermelhos que brilhavam ameaçadores, as cabeças da besta arreganharam os caninos brancos para o velho e rosnam ameaçadoramente - graurrrrr - Jeremie gritou – não, eu ainda tenho muita coisa pra fazer não agora não – ele mirou nos olhos vermelhos e atirou , ao ouvir o tiro Allan e outros homens correm em direção a o velho – patrão o que houve em quem o senhor está atirando – berrou o homem , mais rápido como o raio a fera infernal deu um salto sobre jeremie – haaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa – ele berrou em agonia a arma caiu no chão, o lampião virou sobre a relva molhada , Allan apenas observou o corpo do velho tombar , ao chegar perto ele viu seu patrão morto com a cabeça separada do resto do corpo, nos olhos arregalados do ancião uma expressão de medo e enfiado na boca dele estava um pequeno ídolo de madeira com a forma de um demônio , um cheiro de enxofre foi tudo o que todos perceberam assim a vida maléfica do Barão Jeremie terminava e sua alma foi levada para o inferno por Cérbero o cão demônio.