ANJINHOS DE SANGUE - miniconto


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Não aceite carona de estranhos, suas  mães sempre alertavam, mas, o moço bonzinho ofereceu sorvete...


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Como aqueles anjos, que se faz com o corpo na neve e são diversão para tantas crianças, Francisco se regojizava sobre um solo coberto de sangue. Com prazer admirava as estrelinhas gotejantes no teto do solar abandonado. Como se encantou com os gritos das meninas, ao serem penduradas na viga de madeira larga, aos poucos recebendo talhos profundos, minimamente calculados, para lhes causar muita dor. Que alegria preenchia seu mórbido ser, com as duas sangrando a princípio gritando depois gemendo, até morrerem. Ao silenciarem, esperou sentado com as costas apoiadas numa parede, lambendo sua lâmina afiada. Quando o gotejamento já era ínfimo, se deitou sobre o sangue inocente e ficou sorrindo fazendo anjinhos com o próprio corpo, aqueles olhos vidrados  fitando os seus, completavam o cenário.


**Imagem fonte Google
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 27/03/2019
Reeditado em 02/04/2019
Código do texto: T6609264
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