Síndrome do pânico
Não conseguia pensar com clareza, o ar não chegava aos pulmões e as mãos estavam suadas.
Percorri o caminho até o hospital com a certeza de que morreria ao volante. Com muito esforço repetia em minha mente que tinha de ser forte, meu pai precisava de mim.
Estacionei e comecei exercícios para diminuir o ritmo da respiração, minha psiquiatra diz que isso diminui a ansiedade e pode evitar a crise de pânico. Meia hora depois a coisa ficou pior, eu não conseguia sair do carro. Estava claro que o tratamento a peso de ouro daquela piranha não estava funcionando.
Três horas depois cheguei a recepção. A recepcionista educadamente me disse que o horário de visitas já tinha acabado. Expliquei que se tratava do meu pai prestes a falecer. Contrariada, pegou o telefone e ligou para o médico. Assim que desligou me olhou nos olhos, pediu desculpas e informou que o paciente tinha falecido a poucos minutos.
Dias depois do enterro liguei para a psiquiatra, precisava de uma consulta urgente. Depois do que passei decidi resolver aquela situação.
Cheguei ao consultório na manhã seguinte. Fui autorizado a entrar. Contei minha aflição. Ela, como sempre, permaneceu em silêncio. Mas só até eu atirá-la pela janela do vigésimo andar.
Aí ela gritou um bocado.