O Gato Preto

O gato vê a Coisa Faminta atravessar a parede.

A miniatura de pantera negra fixa os olhos falconídeos na criatura intangível, com a aparência de uma mulher pálida, buracos no lugar dos olhos e garras afiadas. A criatura é um emovere, um ser que influencia as reações químicas dos animais racionais - gatos e homens - e, assim, podem controlar suas emoções. Se você for atacado por um emovere, ele sugará suas emoções boas e deixará um veneno; ódio, medo, dor. O felino precisa proteger seu lar, como sua mãe lhe ensinou.

A criatura para a cinco metros do carnívoro, quatro do homem. Um líquido negro escorre das duas fendas em seu rosto. O pequeno mamífero a manda embora, o miado chama a atenção do mamífero maior, que joga um chinelo nele. O carnívoro se esconde, sem se importar com a ofensa. Tem pena dos homens.

O invasor se prepara para atacar, o felino o observa da escuridão. Precisa alcançar o emovere a tempo de impedir um contato com seu "dono". E o humano só atrapalha, como sempre. Mas o gato não se importa, tem pena dos homens; mesmo eles tendo se esquecido do pacto milenar. É melhor que ser um cão.

A criatura se move como uma água-viva. O gato corre para ajudar seu protegido, toca a criatura primeiro e a absorve. O grande símio o joga para longe com um chute. Digerir um emovere demora dias, pelo menos com o chute ele terá uma desculpa para a paralisia subsequente. E alguns mimos da Mulher. É doloroso, mas ele não se importa. Tem pena dos homens. Principalmente dos que não têm gato.