O segundo andar
Era uma noite fria e silenciosa, aquelas noites que acha ter melhor ficado em casa.
Daquelas noites que em cada esquina algo te observa, nas noites onde o medo em nossos corações aflora.
Foi numa nessa noite, que eu vi o mal encarnado pela primeira vez
Quando sair do seminário fui mandado a uma cidadezinha pequena, meus primeiro ano como padre foram tranquilos, celebrando as missas e ajudando a comunidade que fui enviado. Mas tudo começou a piorar depois de um ano, coisas estranhas começaram a acontecer. A principio pensei que era coisa da imaginação, sempre fui louco por historias de terror e minha mente poderia ta assimilando isso, e por isso vivia despreocupado com essas coisas.
Resolvi fazer uma festa em comemoração ao dia da nossa senhora aparecida, que dês de criança fui devoto e pra recardar recursos para os mais necessitados. 12 de outubro de 2001 jamais esqueço essa data tão terrível na minha vida e na vida daquela família, nunca tinha visto eles na igreja acho que eram novos no bairro.
Chegado o final da missa, todos foram para a quermesse e eu fiquei pra trocar de roupa e fecha a igreja, dava uns 5 minutos da igreja ao pátio onde estava tendo a festa.
Retirei a minha batina e fui trancar a igreja. Fechei as portas laterais e fui me aproximando da porta frente, quando sentir aquele calafrio terrível, o desespero batendo em meu peito, foi a pior sensação que já tinha sentido.
Me aproximo mais da porta, um vento forte invade a igreja. Meu corpo age por si só, e caio ajoelhado no chão, e começo a rezar um pai nosso .Quando ouço uma voz grossa “ padre, acha mesmo que deus está te ouvindo”. O desespero fala mais alto em mim, que começo a gritar o pai nosso e aquilo rir e fala “ Grite mais alto padre, possa que ele lhe salve”.
Tomo coragem e abro meus olhos para ver quem é que falava, mas só aquela voz tinha sumido. consigo me levantar e correr pra fora da igreja, ao fecha a porta vejo que tem alguém sentado nas primeiras cadeiras da frente, mas fecho mesmo assim, tenho medo de saber quem ou oque está lá.
Corri mais que eu corri na minha vida toda pra a quermesse, queria olhar pra trás mas meu corpo não deixava.
Agi como nada tivesse acontecido, até que um tempo aquilo saiu da minha mente.
Estava andando e cumprimentando as pessoas que estavam lá, quando eu vi aquela família sentados numa mesa sozinhos. Resolvi ir conhece-los saber quem era aquela família nova.
Conversamos por horas, eles tinham vindo de são paulo pra morar lá. mas a filha do casal era muito calada, tinha um rosto pálido, como se tivesse doente. perguntei se a garota estava doente, os pais trocaram olhares e falaram logo que não, ela estava bem.
A festa tinha acabado e as pessoas estavam voltando pra suas casas, mas aquela família ainda continuava sentados lá, como precisasse conversar a sós. não quis incomodar mais então nem fui lá, fiquei despedindo dos outros cristãos.
Todos foram embora e eles continuaram lá sentados, pareciam que estavam esperando eu voltar pra mesa.
Fui encontra eles pra ver se eles estavam precisando de algo.
Chegando a mesa o pai foi logo dizendo “Padre perdão por ainda está aqui, é que precisamos conversar urgente”. logico que fui logo me sentando pra e deixando que falarem, nessa hora eu queria era mesmo é ir embora e esquecer tudo que houve naquela noite, mas disse “ pode falar, estou aqui pra ajudar”.
Eu achei estranho o pedido dele, queria conversa na igreja falou que lá era mais seguro. Logo lembrei oque aconteceu lá, logico que não ia leva-los pra lá. Vamos pra a paroquia lá também é tranquilo, ninguém vai ouvir a conversa lá. Mesmo assim ele insistiu em ir pra lá, uma parte em mim dizia pra ir mas a outra mandava correr pra longe. Mesmo assim insistir em não ir pra lá, até que depois de varias penitencias aceitaram em ir pra paroquia.
Chegando na paroquia o pai começou a chorar, pedindo pra eu ajudar a filha dele. Ela estava muito estranha ouvindo vozes, toda manhã acorda com arranhões. Se fosse em outro dia poderia achar que era invenção aquela família, mas aquela cena na igreja voltou a assombrar minha mente.
Fui conversar com a garota , pedir pra mostra os arranhões e saber como era essa voz que ela ouvia tanto.
Jamais esqueço aqueles cortes no corpo daquela menina, parecia que um leão tinha atacado a garota. Ela também como a voz se denominava samael.
Samael ultima vez que eu ouvir esse nome estava ainda no seminário, ela poderia ta fantasiando por ver vídeos no youtube sobre do diabo, mas depois que eu vi não poderia negar rapidamente.
Perguntei oque ele falava tanto pra garota, ela não queria contar como tivesse com medo ou pensando pra inventar a fala. Insistir varias vezes pra ela falar e a garota nada de falar.
Depois de algumas horas conversando com aquela família. Já ia dar umas meia noite quando foram embora.
Levei eles até a porta, a rua estava silenciosa e escura. abri o portão e eles saíram. Sentir aquele calafrio novamente, o desespero veio logo em meu peito e comecei a rezar. pedindo que deus afastasse esse mal que me perseguia. Logo alguém grita no meu portão “ Padre socorro, minha filha ta passando mal” corri pra fora pensando que era pai da menina. Mas a rua estava um silencio, não havia nada lá além de um jovem padre e a escuridão da noite.
Corri pra pegar um cigarro, precisava relaxa. fazia um ano que eu tinha parado de fumar, mas sempre tinha uma carteira guardada. Fumei e fui me deitar, naquela momento só queria que tudo acabasse ou que tudo fosse um sonho.
Eram umas 3:33 da madrugada acordei sentindo algo estranho como se tivesse algo perto de mim, um sentimento horrível. A coberta cobria meu rosto em panico algo tinha sentado em minha cama, dava pra sentir na cama que ele tava sentado me observando.
De repente ele segura em meu braço e me puxa, sua mão parecia feita de brasas ardentes minha mente já tinha se entregado mas meu corpo não queria entregar, se debateu como se eu tivesse em uma luta de peso pesado. logo aquela coisa riu e me soltou. Não conseguir voltar a dormir
Ao acordar não conseguia mexe meu braço doía muito e sentir uma sensação mandando eu ligar pra minha família. resolvi ligar tava com medo de algo ter acontecido com minha mãe. Liguei minha mãe atendeu, perguntei se estava tudo bem com todos, ela me respondeu não, ela me falou que meu tio o Antônio tinha sido morto a noite passada, ela falou e falou mas eu não ouvir mais nada depois de saber disso.
Meu tio foi morto a tiros pelo seu colega de trabalho, Aquele sentimento de raiva e de tristeza como meu tio foi morte daquele jeito, A única coisa que posso fazer agora é rezar por sua alma.
A morte do meu tio em meu peito, aquilo era como se mil agulhas furasse meu peito por segundo.
Resolvi andar pra espairecer, eu precisava esquecer essas coisas que assombrava minha cabeça. Andei a cidade toda refletindo sobre tudo. Andei, andei e continuei andando, não queria voltar pra casa.
Já estava anoitecendo quando eu resolvi voltar, pra voltar quis ir pelo caminho mais longo. Mas já sentiu aquele sentimento que era melhor ter ficado em casa? Pois bem foi isso que sentia naquele final de tarde.
Na volta pra casa me deparei com um segundo andar, sentia que algo ruim vinha daquela casa, quis me virar o voltar pra não passar por ela.
Mas novamente meu corpo estúpido não deixou eu fazer isso.
Passei por ela de olhos fechados pra não ver, Mas uma voz bem família me chamou, na mesma hora parei e olhei pra ver quem era.
Era o pai daquela garotinha, estava com os olhos vermelhos como se tivesse acabado de chorar um oceano de lágrimas.
O rapaz se ajoelhou em meus pés pedindo a todo o Santo que eu saltasse sua filhinha.
Eu não poderia negar a ajuda a um cristão.
Perguntei oque houve, o homem me contou que a filhinha estava conversando com alguém no quarto, quando ele foi pra ver quem era a porta tinha se fechado. É só os gritos da criança e uma voz de outra pessoa rindo.
Ao entrar na casa sentir uma energia ruim, em 10 Passos eu comecei a sentir uma tontura e ânsia de vômito.
Cada Passos que eu dava mais eu sentia mal.
Cheguei a porta me segurando nas paredes da casa.
Chamei a garotinha pelo nome, e aquela voz voltou a me assombrar. Aquela criatura que estava na igreja e na minha casa é que estava atormentado aquela garotinha.
O desespero bateu em meu coração, comecei a bate, chutar aquela porta. É aquela criatura ria da minha cara.
Sentia que Aquela coisa só queria era brincar com essa a família, ela sentia prazer em torturar aquela garota.
O pai e eu conseguimos arrombar a porta.
Se jogamos com tanta força que caímos juntos com a porta.
Foi a primeira vez que fiquei cara a cara com o diabo em pessoa.
Ele estava segurando a mão daquela garotinha junto a janela do quarto. Ele olhou pra minha cara riu e falo "padre, venha salvar essa garotinha" e a empurrou da janela.
Eu juro por Deus, que eu corri pra tentar pegar aquela menina, Mas tudo foi em vão.
Única coisa que vi foi a garotinha caída na calçada e Aquela criatura tinha sumido.
Só sua voz ecoava de longe pela casa falando "padre você falhou em ajudar as ovelhas"
Jamais esqueço Aquela maldita noite.
Tive que abandonar a minha batina, não salvei uma garota imagina salvar aquelas outras pessoas.
As vezes aquela garotinha vem me assombrar em sonhos.