O SEGREDO DE KAZAR (terror/mistério)
Na caserna, entre canecas de vinho barato, ornadas de gordura, mulheres sujas com suas bocas rubras desdentadas e coxas sebentas e ainda homrens toscos com suas barbas gotejadas de molho escuro, uma serviçal. Morena clara, vestida de algodão cru e sandálias de couro. Seu porte altivo, não combina com aquela estalagem barata e fedida. Seu nome é Elka, órfã de um indigente e uma vadia, sua vida nunca fora um mar de rosas. Virgem ainda aos quinze anos, da vida só conhecia o escárnio, a repulsa, o asco e o caminho até à beira do penhasco. Se manter limpa e com os dentes na boca, além de preservar ainda sua pureza, era um mistério para muitos, que sequer poderiam imaginar o que precisava fazer, para ter umas poucas regalias e as mãos de muitos, longe do seu corpo inocente. Kazar seu patrão e protetor, homem imenso, de farto cabelo ruivo e pele de tom branco avermelhado, impunha respeito por sua compleição corporal e sua voz de trovão. Quem já sentira o peso de suas mãos, não se atrevera a desafiá-lo uma segunda vez, cuidava dela com respeito e cuidado. Elka guardava um grande segredo dele, se alguém soubesse, sua reputação estaria rolando pelas pedras da estrada.
Kazar, amava flores, tinha verdadeiro pavor de ratos, Elka odiava e tinha nojo de ratos, no entanto, uma de suas funções era deixá-los bem longe de seu patrão, precisava caçá-los ou pior matá-los. Outra peculiaridade que tiraria o respeito que seu patrão adquirira, era jamais se deitar com uma mulher sem seu consentimento, então, só desaguava seu instintos e impulsos carnais, em moças mais limpas, em outra cidade. Os homens só enxergavam as mulheres como depositórios de fluidos de ardor ou serviçais, não lhe davam qualquer valor, entre aqueles moradores da cidade, era comum algumas fugirem por não suportar tantos maltratos. Se alguém de rol de desafetos de Kazar soubesse disso, seria sua derrocada. Seus inimigos iriam escarnecer dele, só que, se dependesse de sua fiel serviçal, seu segredo cairia penhasco abaixo, completamente mudo. Até a chegada de Heinz, um viajante sem escrúpulos e sem uma moeda no saco sebento de couro, qualquer oportunidade de ganho lhe era bem vinda. Um fanfarrão sem medidas, remorsos ou lisura, podre, mulherengo e envolvente criatura.
Em dois tempos, fez de Elka seu alvo preferido, mas, Kazar sempre a protegia, Heinz não entendia o motivo de não poder derrubar a moça, já que ela não era mulher dele tampouco sua filha, algum segredo tinha ali e se descobrisse, talvez arrebatasse algumas moedas e não perderia outros dentes, pois os socos de Kazar eram de matar, ficara quase a tarde inteira desacordado, acordou olhando para dois dos seus dentes sobre umas manchas pequenas, de seu próprio sangue, mas, não desistiu de Elka, só estava cauteloso e muito curioso, resolveu que seguiria o homenzarrão avermelhado e assim o fez por alguns dias, até que Kazar e Elka entraram separadamete em um local de muros muito altos, sem janelas e um portão grande e pesado. Primeiro entrou Elka, demorou um tempo, alguns gritos, volta com um saco grande nas mãos com cara de nojo e o entrega ao ruivão de mãos pesadas, que se afastando pega uma pá, cava um buraco não muito fundo, atira o saco lá dentro e depois de tapar a cova, retorna e entra na construção, ficam lá por umas três horas, saem de lá juntos e Kazar tem uma cara feliz, o que era bem difícil de se observar. Na mente vadia de Heinz só um pensamento vinha, Kazar queria Elka só para si, nada de compartilhar, isso aguçava ainda mais a curiosidade dele, sem falar o quanto atiçava o fogo indecente em sua genitália, havia de desvendar aquele mistério, só não esperava encontrar o que viu, quando abriu a cova e depois invadiu a construção murada, ratos...e flores!!!
Então era isso, Kazar tinha medo de ratos, isso ele percebeu, mas, não entendia a questão das flores, resolveu investigar com mais cuidado. Um dia com uma escada feita de cordas, pulou o muro e se escondeu atrás de uma árvore do terreno, no terreno não havia casa, só um depósito de ferramentas, uns sacos de extrume, três cadeiras, baldes, facões e uma grande bolsa de couro com água. Heinz aguardou com calma, até que o portão se abriu e Elka entrou e com cara de medo e nojo, aos gritos se muniu de facões e foi matando aos pulos, os muitos ratos que estavam por ali. Depois fou colocando seus restos sangrados dentro de um saco e entregou à Kazar do lado de fora, ele no seu ritual habitual enterrou a carga. Enquanto isso Elka lavava as mão num dos baldes d'água e sentando numa das cadeiras, aguadava o retorno de Kazar, Heinz permanecia escondido e curioso.
Kazar volta e lava as mãos, passa o tempo, quase uma hora, cuidando das flores, com a delicadeza de uma dama imensa e avermelhada, era nítido que ele tinha muito prazer no trato com suas perfumadas, quem podia imaginar isso, pensou Heinz, ganharia uma boas moedas e a custa de seu silêncio, quem sabe até umas noites com Elka, sua máscara de durão cairia por terra, um brutamontes com medo de ratos e que cuidava de florzinhas.
Tudo isso poderia ter dado certo se.........um rato que se escondera próximo a ele, não resolvesse mostrar sua presença denunciando seu esconderijo, Kazar ficou possesso, Elka num rompante se apoderou de um facão e o lançou na direção de Kazar, que o pega no ar já avançando sobre um Heinz de olhos esbugalhados. Acuado se lança sobre Elka para covardemente fazê-la de escudo, mas, o grandão foi mais rápido e com um safanão, arranca Elka das garras do vagabundo. Heinz só pensando em sua própria sobrevivência, lançou mão de um outro facão e foi para o matar ou morrer com Kazar, sob os olhos apavorados de Elka, então, o rato marcou presença tirando por um breve instante o foco de Kazar e o medo dele foi a ruína dos dois, Heinz não deixou passar o momento de sorte, cravando o facão até o cabo no peito do grandalhão avermelhado, que caiu de joelhos e para frente puxando no ar seu último perfume de flor.
Elka, já prevendo seu fim doloroso com os abusos que sofreria, saiu numa corrida desabalada em direção à beira do penhasco, com um Heinz sedento e louco em seu encalço. Quando já não havia mais para onde correr, Heinz estica a mão para puxá-la e Elka com uma agilidade jovial, chuta seu pé de apoio e caem os dois no abismo, guardando para sempre o segredo de Kazar.
O que se sucedeu depois na construção murada, só Odin poderia explicar. Até que o corpo de Kazar começasse a se decompor, centenas de ratos ficaram a sua volta, como que reverenciando o homem que tanto medo tivera deles, lhes conferindo tanto poder, depois o devoraram, num lauto banquete perfumado, testemunhado pelas flores,
Na caserna, entre canecas de vinho barato, ornadas de gordura, mulheres sujas com suas bocas rubras desdentadas e coxas sebentas e ainda homrens toscos com suas barbas gotejadas de molho escuro, uma serviçal. Morena clara, vestida de algodão cru e sandálias de couro. Seu porte altivo, não combina com aquela estalagem barata e fedida. Seu nome é Elka, órfã de um indigente e uma vadia, sua vida nunca fora um mar de rosas. Virgem ainda aos quinze anos, da vida só conhecia o escárnio, a repulsa, o asco e o caminho até à beira do penhasco. Se manter limpa e com os dentes na boca, além de preservar ainda sua pureza, era um mistério para muitos, que sequer poderiam imaginar o que precisava fazer, para ter umas poucas regalias e as mãos de muitos, longe do seu corpo inocente. Kazar seu patrão e protetor, homem imenso, de farto cabelo ruivo e pele de tom branco avermelhado, impunha respeito por sua compleição corporal e sua voz de trovão. Quem já sentira o peso de suas mãos, não se atrevera a desafiá-lo uma segunda vez, cuidava dela com respeito e cuidado. Elka guardava um grande segredo dele, se alguém soubesse, sua reputação estaria rolando pelas pedras da estrada.
Kazar, amava flores, tinha verdadeiro pavor de ratos, Elka odiava e tinha nojo de ratos, no entanto, uma de suas funções era deixá-los bem longe de seu patrão, precisava caçá-los ou pior matá-los. Outra peculiaridade que tiraria o respeito que seu patrão adquirira, era jamais se deitar com uma mulher sem seu consentimento, então, só desaguava seu instintos e impulsos carnais, em moças mais limpas, em outra cidade. Os homens só enxergavam as mulheres como depositórios de fluidos de ardor ou serviçais, não lhe davam qualquer valor, entre aqueles moradores da cidade, era comum algumas fugirem por não suportar tantos maltratos. Se alguém de rol de desafetos de Kazar soubesse disso, seria sua derrocada. Seus inimigos iriam escarnecer dele, só que, se dependesse de sua fiel serviçal, seu segredo cairia penhasco abaixo, completamente mudo. Até a chegada de Heinz, um viajante sem escrúpulos e sem uma moeda no saco sebento de couro, qualquer oportunidade de ganho lhe era bem vinda. Um fanfarrão sem medidas, remorsos ou lisura, podre, mulherengo e envolvente criatura.
Em dois tempos, fez de Elka seu alvo preferido, mas, Kazar sempre a protegia, Heinz não entendia o motivo de não poder derrubar a moça, já que ela não era mulher dele tampouco sua filha, algum segredo tinha ali e se descobrisse, talvez arrebatasse algumas moedas e não perderia outros dentes, pois os socos de Kazar eram de matar, ficara quase a tarde inteira desacordado, acordou olhando para dois dos seus dentes sobre umas manchas pequenas, de seu próprio sangue, mas, não desistiu de Elka, só estava cauteloso e muito curioso, resolveu que seguiria o homenzarrão avermelhado e assim o fez por alguns dias, até que Kazar e Elka entraram separadamete em um local de muros muito altos, sem janelas e um portão grande e pesado. Primeiro entrou Elka, demorou um tempo, alguns gritos, volta com um saco grande nas mãos com cara de nojo e o entrega ao ruivão de mãos pesadas, que se afastando pega uma pá, cava um buraco não muito fundo, atira o saco lá dentro e depois de tapar a cova, retorna e entra na construção, ficam lá por umas três horas, saem de lá juntos e Kazar tem uma cara feliz, o que era bem difícil de se observar. Na mente vadia de Heinz só um pensamento vinha, Kazar queria Elka só para si, nada de compartilhar, isso aguçava ainda mais a curiosidade dele, sem falar o quanto atiçava o fogo indecente em sua genitália, havia de desvendar aquele mistério, só não esperava encontrar o que viu, quando abriu a cova e depois invadiu a construção murada, ratos...e flores!!!
Então era isso, Kazar tinha medo de ratos, isso ele percebeu, mas, não entendia a questão das flores, resolveu investigar com mais cuidado. Um dia com uma escada feita de cordas, pulou o muro e se escondeu atrás de uma árvore do terreno, no terreno não havia casa, só um depósito de ferramentas, uns sacos de extrume, três cadeiras, baldes, facões e uma grande bolsa de couro com água. Heinz aguardou com calma, até que o portão se abriu e Elka entrou e com cara de medo e nojo, aos gritos se muniu de facões e foi matando aos pulos, os muitos ratos que estavam por ali. Depois fou colocando seus restos sangrados dentro de um saco e entregou à Kazar do lado de fora, ele no seu ritual habitual enterrou a carga. Enquanto isso Elka lavava as mão num dos baldes d'água e sentando numa das cadeiras, aguadava o retorno de Kazar, Heinz permanecia escondido e curioso.
Kazar volta e lava as mãos, passa o tempo, quase uma hora, cuidando das flores, com a delicadeza de uma dama imensa e avermelhada, era nítido que ele tinha muito prazer no trato com suas perfumadas, quem podia imaginar isso, pensou Heinz, ganharia uma boas moedas e a custa de seu silêncio, quem sabe até umas noites com Elka, sua máscara de durão cairia por terra, um brutamontes com medo de ratos e que cuidava de florzinhas.
Tudo isso poderia ter dado certo se.........um rato que se escondera próximo a ele, não resolvesse mostrar sua presença denunciando seu esconderijo, Kazar ficou possesso, Elka num rompante se apoderou de um facão e o lançou na direção de Kazar, que o pega no ar já avançando sobre um Heinz de olhos esbugalhados. Acuado se lança sobre Elka para covardemente fazê-la de escudo, mas, o grandão foi mais rápido e com um safanão, arranca Elka das garras do vagabundo. Heinz só pensando em sua própria sobrevivência, lançou mão de um outro facão e foi para o matar ou morrer com Kazar, sob os olhos apavorados de Elka, então, o rato marcou presença tirando por um breve instante o foco de Kazar e o medo dele foi a ruína dos dois, Heinz não deixou passar o momento de sorte, cravando o facão até o cabo no peito do grandalhão avermelhado, que caiu de joelhos e para frente puxando no ar seu último perfume de flor.
Elka, já prevendo seu fim doloroso com os abusos que sofreria, saiu numa corrida desabalada em direção à beira do penhasco, com um Heinz sedento e louco em seu encalço. Quando já não havia mais para onde correr, Heinz estica a mão para puxá-la e Elka com uma agilidade jovial, chuta seu pé de apoio e caem os dois no abismo, guardando para sempre o segredo de Kazar.
O que se sucedeu depois na construção murada, só Odin poderia explicar. Até que o corpo de Kazar começasse a se decompor, centenas de ratos ficaram a sua volta, como que reverenciando o homem que tanto medo tivera deles, lhes conferindo tanto poder, depois o devoraram, num lauto banquete perfumado, testemunhado pelas flores,