ETERNAMENTE MÃE - MALDIÇÃO (Dedicado aos participantes do CLTS 03)
Ioná era mulher faceira, sempre com um fogo entre as pernas e um vento zumbindo dentro da cabeça ôca, vivia com prazer, sem regras, responsabilidades ou remorsos. Precisava comer, beber, se vestir, se calçar, de uma cama, banho ou o que mais precisasse, tranquila e maliciosamente, sexo livre era escambo. Só havia um problema, para o qual sempre tinha solução. Graças a sua boa saúde, genética e largura uterina, era uma parideira cruel, engravidava, paria e descartava a criança próximo a uma estrada, num descampado folhoso e seco, onde existia uma parte de areia movediça, sem nenhum tipo de arrependimento. Engabelava alguma boa alma, só durante o tempo que seu corpo precisava para se recuperar, era uma cadela sem escrúpulos, logo logo, estava na esbórnia, curtindo suas orgias e vida louca.
Mais de quatro vezes se utilizou deste terrível artifício, até o dia que depois de uma noitada com dois caminhoneiros gêmeos, dois belíssimos espécimes de garanhões, lindos e bons de boléia...Ah! Se aquela boléia falasse, foi realmente surreal. Engravidou de novo e após o tempo determinado pela natureza, pariu e seguiu sua parceira trilha até a areia movediça, era um bebê, digno da beleza dos irmãos da boléia, mas, para ela não fazia a menor diferença, atirou a criança, virou as costas e seguiu se caminho, impávida, fria, sem quaisquer sentimentos, exceto um certo alívio.
Naquela noite abrigada num alpendre de um caboclinho, uma boa alma da região, Ioná teve um pesadelo que lhe tirou as forças, sentiu como se tivesse desmaiado várias vezes, pelo menos era essa a sensação que sentia, acordou suada e tremendo, lembrava com desespero do pesadelo, onde após jogar um bebê na areia movediça, ele voltou com pelo menos cinco anos, disforme, sujo de areia e sangue, chamando alto...Mamãe, mamãe, mamãe...ela se assustava, pegava a criança e a atirava de novo na areia movediça, se afastava correndo, mas, corria sem sair do lugar. Pegava a criança outra vez, jogava na areia movediça, pouco depois ela voltava, disforme, suja de sangue e areia, gritando por ela...Mamãe, mamãe, mamãe...
Ioná achou que estava louca, correu para o riacho atrás do alpendre, se atirou de roupa e tudo, ficou na água fria até se sentir 'limpa' e com cabeça ôca mais fresca. Voltou à sua insensível e abusada rotina, o tempo passa e de novo engravida, desta vez de um sacristãozinho de bosta, sempre com a espada em riste, que se duvidar, lavava as partes na pia de água benta, passaram-se os meses devidos, pariu e lançou o bebê na areia movediça, só que a criança volta mais velha, disforme, suja de areia e sangue, chamando alto...Mamãe, mamãe, mamãe...Ioná se estapeia para saber se estava acordada, tenta correr e correndo não sai do lugar, volta lança a criança outra vez na areia movediça e ela volta e volta e volta...Ioná estava esgotada, suas pernas se juntavam pela primeira vez, tentando tirar forças para lançar aquele bebê maldito longe, mas, não adiantava, ele voltava e chamava, chamava...Ioná gritava enlouquecidamente, via seus outros bebês voltando disformes, maiores, sujos de areia e sangue, chamando...Mamãe, mamãe, mamãe!!!!
Completamente alucinada, ela se joga na areia movediça, desejando com todas as forças dar um fim aquele suplício, instantes depois ela própria retorna arrastando sobre a superfície da areia, como que flutuando, seus bebês sujos de sangue e areia, disformes, chamando Mamãe, mamãe, mamãe!!!
A cena se repetia, se repetia, Ioná se atirava na areia e todo pesadelo voltava, se repetindo sem parar...Mamãe, mamãe, mamãe!!!....já não era mais loucura, era sua sina de ser eternamente MÃE...
Ioná era mulher faceira, sempre com um fogo entre as pernas e um vento zumbindo dentro da cabeça ôca, vivia com prazer, sem regras, responsabilidades ou remorsos. Precisava comer, beber, se vestir, se calçar, de uma cama, banho ou o que mais precisasse, tranquila e maliciosamente, sexo livre era escambo. Só havia um problema, para o qual sempre tinha solução. Graças a sua boa saúde, genética e largura uterina, era uma parideira cruel, engravidava, paria e descartava a criança próximo a uma estrada, num descampado folhoso e seco, onde existia uma parte de areia movediça, sem nenhum tipo de arrependimento. Engabelava alguma boa alma, só durante o tempo que seu corpo precisava para se recuperar, era uma cadela sem escrúpulos, logo logo, estava na esbórnia, curtindo suas orgias e vida louca.
Mais de quatro vezes se utilizou deste terrível artifício, até o dia que depois de uma noitada com dois caminhoneiros gêmeos, dois belíssimos espécimes de garanhões, lindos e bons de boléia...Ah! Se aquela boléia falasse, foi realmente surreal. Engravidou de novo e após o tempo determinado pela natureza, pariu e seguiu sua parceira trilha até a areia movediça, era um bebê, digno da beleza dos irmãos da boléia, mas, para ela não fazia a menor diferença, atirou a criança, virou as costas e seguiu se caminho, impávida, fria, sem quaisquer sentimentos, exceto um certo alívio.
Naquela noite abrigada num alpendre de um caboclinho, uma boa alma da região, Ioná teve um pesadelo que lhe tirou as forças, sentiu como se tivesse desmaiado várias vezes, pelo menos era essa a sensação que sentia, acordou suada e tremendo, lembrava com desespero do pesadelo, onde após jogar um bebê na areia movediça, ele voltou com pelo menos cinco anos, disforme, sujo de areia e sangue, chamando alto...Mamãe, mamãe, mamãe...ela se assustava, pegava a criança e a atirava de novo na areia movediça, se afastava correndo, mas, corria sem sair do lugar. Pegava a criança outra vez, jogava na areia movediça, pouco depois ela voltava, disforme, suja de sangue e areia, gritando por ela...Mamãe, mamãe, mamãe...
Ioná achou que estava louca, correu para o riacho atrás do alpendre, se atirou de roupa e tudo, ficou na água fria até se sentir 'limpa' e com cabeça ôca mais fresca. Voltou à sua insensível e abusada rotina, o tempo passa e de novo engravida, desta vez de um sacristãozinho de bosta, sempre com a espada em riste, que se duvidar, lavava as partes na pia de água benta, passaram-se os meses devidos, pariu e lançou o bebê na areia movediça, só que a criança volta mais velha, disforme, suja de areia e sangue, chamando alto...Mamãe, mamãe, mamãe...Ioná se estapeia para saber se estava acordada, tenta correr e correndo não sai do lugar, volta lança a criança outra vez na areia movediça e ela volta e volta e volta...Ioná estava esgotada, suas pernas se juntavam pela primeira vez, tentando tirar forças para lançar aquele bebê maldito longe, mas, não adiantava, ele voltava e chamava, chamava...Ioná gritava enlouquecidamente, via seus outros bebês voltando disformes, maiores, sujos de areia e sangue, chamando...Mamãe, mamãe, mamãe!!!!
Completamente alucinada, ela se joga na areia movediça, desejando com todas as forças dar um fim aquele suplício, instantes depois ela própria retorna arrastando sobre a superfície da areia, como que flutuando, seus bebês sujos de sangue e areia, disformes, chamando Mamãe, mamãe, mamãe!!!
A cena se repetia, se repetia, Ioná se atirava na areia e todo pesadelo voltava, se repetindo sem parar...Mamãe, mamãe, mamãe!!!....já não era mais loucura, era sua sina de ser eternamente MÃE...