O COVEIRO

Neno compareceu a administração do cemitério da cidade de Jarinu. Acontece que na cidade, durante o período noturno estava acontecendo algumas invasões. E a vaga em aberto seria de auxiliar de coveiro. Na verdade, um guarda noturno.

Neno, já passa dos 60 anos e precisa de dinheiro, com o pouco que recebe da aposentadoria é difícil se manter. Fora a ajuda que presta aos seus filhos cerca de 12 no total. Já estava no quarto casamento e precisa no mínimo arranjar um bico.

Quando viu no jornal do município a vaga em aberto, foi direto na administração. Era um velho amigo seu o administrador geral.

- Que bom vê-lo meu camarada! Disse o homem grande. -Luiz mau cabia em sua cadeira, teve dificuldade de se movimentar e cumprimentar o velho amigo- Mas que devo a sua visita?

- Eu vim pela vaga em aberto de auxiliar de coveiro. - Relatou tossindo. Retirou um lenço branco do bolso de trás da calça jeans e passou pela barba branca.

- Quem diria! - Luiz pareceu espantado - Muitas pessoas, não entram no cemitério nem mesmo de dia e você sabe que a vaga não é bem de coveiro - Olhou para o chão estava meio embaraçado.

- Não me importa amigo, eu preciso movimentar meus ossos- sorriu enquanto dobrava mais ainda a aba do chapéu do posto Shell. Foi seu último emprego e se aposentou nele. Considerava o boné vermelho e com o símbolo Shell, como da sorte e fazia uns 25 anos que já o tinha e o usava em ocasiões especiais. E recomeçar a trabalhar depois de muito tempo, levaria seu boné da sorte surrado só para dar sorte. -Luiz passou a mão na testa, se sentiu meio sem jeito. Embaraçado.

A vaga é para alguém valente, destemido... assim pensava. Mas se tratando de um amigo, a questão é se Neno teria medo ou não de trabalhar a noite em um cemitério. Cerca de 12 entrevistados ao saber que a vaga era para o período noturno desistiram. Seria Neno o décimo terceiro?

-Bom - limpou o suor da testa e ajeitou a gravata branca do terno que dava uma impressão que Luiz fosse mais gordo ainda do que já era.

- A vaga não é bem de coveiro sabe. Eu anunciei como coveiro, esperando que viesse alguém. Trata-se de uma vaga para trabalhar a noite. A noite inteira. Um segurança. Fazer algumas rondas e depois vigiar... acontece que algumas coisas estranhas andam acontecendo. Alguém denunciou na polícia que viu uma Dodge D100 preta estacionar nos fundos do cemitério, não na rua principal na estrada de terra dos fundos. A pessoa que denunciou, observou por alguns minutos. A Dodge preta e mal-acabada como foi relatada, fico de luzes apagada, como a chuva começou a engrossar e o sujeito ficou com medo de sofrer algum acidente na estrada preferiu ir direto a polícia. Horas depois uma viatura estava a rondar e nenhum sinal da Dodge. Então a equipe de serviço do cemitério e a polícia em conjunto passou a redobrar a vigilância, na esperança de ter alguma pista ou informação. Pois poderia se tratar de roubo de túmulos. Você sabe essas coisas acontece...

- Perfeito! Eu ando precisando de emoção! -Disse acendendo um cigarro.

- Fala Sério Neno? Não tem medo de ficar num cemitério à noite?

- De nenhum modo. - Soltou a fumaça para o lado - Veja bem se existe uma coisa que a vida me ensinou é que devemos ter medo dos vivos e não dos mortos. -Sorriu deixando transparecer sua idade e experiência de vida.

- Então por mim esta contratado. Mas! Não quero que compre brigas à toa. Há uma onda de usuários de drogas que invadem para usar drogas isso já é bem sabido e tem os roqueiros que adoram beber um vinho fazendo um túmulo de bancada. O nosso interesse é se está ou não havendo profanação de túmulos.

- Eu entendi claramente. - Respondeu tranquilamente- pode deixar sei me virar. Ajeitou para dentro da calça jeans a camisa azul, sem detalhe apenas azul. Típico homem simples mais sabido das coisas.

Depois de uma semana, toda a burocracia foi efetuada e Neno era o mais novo funcionário, prestando serviço no cemitério da pequena cidade de Jarinu. Transcorreu 1 mês e o que o segurança do cemitério relatou ao administrativo foi praticamente as praxes de sempre: casais fazendo orgias, jovens usando drogas etc. Mas nada de assaltos ou roubos a túmulos.

Neno conheceu bem o trajeto e a ronda que fazia ao ponto de nem precisar da lanterna como auxilio e outra se usasse lanterna ele seria visto. Era melhor pegar os infratores de surpresa e assim sem mesmo falar um piu qualquer um se assustaria a ao vê-lo. Sempre usava roupas escuras para não chamar atenção. Calça jeans sobre a camisa preta e de arma apenas um canivete e lógico o boné da sorte.

Numa noite chuvosa La pelas 02h30min da madrugada, Neno já tinha feito uma ronda e estava descansando sobre o sofá da central. De onde tinha uma vista privilegiada do cemitério. Como chovia muito, não imaginaria que poderia alguém tentar entrar no cemitério então relaxava. Mas, de súbito o portão range como se fosse aberto. Não o portão central e sim os do fundo do cemitério ele ficou atento.

O vidro estava embasado e ele desligou o rádio a pilha, pois emitia uma luz vermelha leve e preferiu se prevenir. Passava abruptamente a mão no vidro buscando visualizar a situação o que acontecia. Nos trovões, especificamente nos clarões, de baixo da chuva observou alguém de capa de chuva preta, era raquítico, mas forte, pois arrastava para dentro do cemitério um saco preto. O Sujeito era meio corcunda e descia pela lateral do cemitério. Neno tinha uma visão privilegiada, porem só nos clarões observada à silhueta do homem de capa de chuva. Em 60 anos de vida nunca tinha sentido medo. A situação lhe causou um frio na espinha, sua pressão baixou ao ponto de ele desmaiar.

Só recobrou a conscienciosa depois que ouviu o ranger do portão se fechar. Foi então num ato de coragem que saiu correndo e se armou com o canivete. A chuva já tinha diminuído, ele tinha dificuldades para corre e não daria tempo se fosse até o portão do fundo e foi até metade do muro, pois corria com certa dificuldade. Se isqueiro no muro e avistou partindo uma Dodge preta mal-acabada. Não conseguia ver mais nada a escuridão era intensa e num dado momento se desequilibrou do muro batendo a cabeça e desmaiando.

- O que aconteceu meu amigo? - Indagou Luiz ao se apresentar pela manhã da sexta feira.

- hum, não foi nada apenas um vacilo, eu fui fazer uma ronda e acabei escorregando acho que por causa da lama...

- Tem certeza? Luiz percebera o amigo muito estranho. Tinha o mesmo sorriso simpático, mas nos olhos se media certo temor.

- Sim claro! -Disse afundando ainda mais o boné na cabeça.

- Bom, ok, desejo que continue trabalhando aqui no cemitério.

- Não vou desistir, não agora- Disse simpaticamente- Já estou na chuva, não é? Então é para se molhar.

- Tenho que concordar! Mas em dias de chuva tome cuidado, por favor, não quero que sofra outro acidente.

Após sair da sala do chefe, foi até os fundos do cemitério e notou que: A pessoa que entrou no cemitério usou andas invertida. Notou que a pessoa que entrara, não roubou nada, mas sim estava puxando um saco para dentro do cemitério! Mas teve a malícia de usar andas invertida e dava a impressão de que alguém tinha saído do cemitério e não entrado. Mas não conseguiu descobrir onde o sujeito depositou o saco que arrastava, pois, a chuva forte tinha feito um lamaçal cobrindo os rastros.

Após 3 meses. Neno vai até a casa de sua filha do meio. Julia notara que o pai estava muito estranho. Pensativo, apenas estava sentado no sofá sem dizer uma palavra se quer. Com os dedos cruzados. Descruzou os dedos algumas vezes pra acender um cigarro. Parecia também ansioso.

- Pai, ele já está para chegar! Você não quer tomar um cafezinho enquanto isso? Solicitou Julia. Neno pareceu despertar de seus pensamentos e correu o olhar para o relógio antigo na casa rural.

- hum, muito obrigado Julia, mais eu estou bem. Não tenho fome. - Deslizava de cima para baixo a Mao sobre a barba branca e falhada. Neno conferiu no relógio de novo, a ansiedade aumentara.

De repente, um homem alto e magro, vestido de modesto social entra na casa. Limpa os sapatos. Depois cumprimentou o sogro.

- Olá Neno, é um prazer recebe-lhe em minha humilde casa. A Julia me disse que gostaria de conversar comigo. Eu estou bastante-mente curioso. Ha algo que eu possa fazer pelo senhor? - Disse Túlio.

- Sim, claro! Eu preciso conversar sobre um assunto muito importante. - Acendeu um cigarro. - Jante, descanse um pouco e conversamos. - Nesse momento Julia entra na sala.

- Como disse pai, o Túlio é muito pontual e esforçado. - Julia está de avental e traz uma bandeja com café e torradas.

- Ah sim! Eu vou esperar o Túlio fazer o que tem para fazer e vamos sair tudo bem pra você?

- O que você anda aprontando em papai? - Perguntou Julia sorrindo.

- Que isso Julia. Seu pai deve ter um bom motivo para vir aqui, afinal ele é seu pai. - Túlio era finamente sério. O médico-legista se aprontou com uma roupa mais confortável, jantou e foi até a sala onde reparou que Neno estava muito introvertido. Isso era absolutamente preocupante pensara. Nunca tinha visto o sogro tão longe. Sabia que havia alguma espécie de problema.

- Acho que devemos sair um pouco! Hoje é meu dia de folga e preciso conversar com o Tulio em caráter particular.

- Mas até de mim pai, pode para com isso... Julia silenciou a notar o olhar de correção do pai o mesmo olhar que deu quando ela quebrou algumas louças de porcelana na infância. Sabia que estava errada e preferiu deixar os dois à vontade para sair.

Após meia hora se encontra os dois no sitio pequeno do Neno. Túlio foi conduzido ate e durante o trajeto prevaleceu o silencio. Os dois entraram e se sentaram na sala.

- Bom, preciso de sua ajuda...

- Seja o que for meu amigo, no que posso te ajudar. - Neno correu a Mao pela barba branca, parecia querer encontrar palavras.

- Você sabe que arrumei um serviço noturno?

- Sim claro! Acho que no cemitério não é isso? Mais já vou te avisar amigo não acredito em fantasmas- Sorriu só para quebrar o clima tenso.

- Em fantasmas não, mais em um demônio? Você acreditaria?

- Como assim Neno, demônio? Você está bem?

- Ando perturbado, estou na cola de um demônio.... É só assim que posso chamá-lo!

- Me explique melhor estou sendo sincero com o senhor, não entendo nada. Disse Túlio coçando a nuca.

- Bom, já faz um tempo que sou o guarda noturno do cemitério e o que tenho para te contar será o primeiro, a saber...

- Conte, estou atendo

- Na verdade há 4 meses atrás eu vi alguém adentrar no cemitério puxando um saco preto de plástico. Era tarde da noite e chovia muito. Nesse dia eu não consegui obter mais informações do que aquele sujeito fazia ali. Mas, eu fiquei esperto e sabia que não se trava de um roubo, pois o sujeito voltou outra vez.

Num dia de chuva novamente. Eu fiquei observando atentamente seus movimentos. Seja quem for o demônio e você saberá por que dou esse nome a ele. È bem cauteloso, vai em dia de chuvas, pela razão de ter poucas pessoas pelas estradas e também se aproveita de um artifício como usar um par de andas invertidos, deixando assim a impressão de que alguém saiu do cemitério.

Nessa segunda vez eu observei bem e notei que estava novamente puxando um saco preto para dentro do cemitério. Quando os clarões me deixavam vê-lo, ou melhor, sua sombra sinistra estava cavando. Sim! Cavando com uma pá. E depositou o saco no túmulo. Depois disso eu esperei amanhecer e fui até o local, mas pela segunda vez não consegui localizar onde haveria depositado o saco preto.

E então só me restava usar a cabeça. Pois eu estava lutando em primeiro lugar contra a chuva. No cemitério a muitos jogos de arvores. E eu já tinha algo importante dias de chuvas, sempre dias de chuvas! Então sempre me mantendo informado da meteorologia eu amarrava um jogo de linhas nas arvores. Tirava pela manhã para não dar bobeira. E depois antes do dia de chuva fazia a mesma coisa de arvore a arvore amarrava uma linha esticada e caso ele volta-se saberia até onde se moveu, pois, as linhas estariam quebradas e então foi que eu ouvi o motor da Dodge, pois é o carro que ele usa. O portão rangeu e pela terceira vez estava o sujeito com uma capa de chuvas um par de andas e arrastando algo e enterrando.

Ainda bem cedo, antes de o pessoal chegar entre o horário que começa a clarear eu peguei a lanterna e fui conferir e deu certo. O Demônio só foi até centro do cemitério. Pois em certo ponto o jogo de linha continuava intacto. Ali já logo de cara percebi terra movida e cavei...

Mas! Estou assustado e surpreso com seu relato! - Disse Túlio que já estava espantado! Você cavou e presumo que o que encontro...

Neno levantou-se rapidamente e puxou o Médico para adentro da cassa passou pela cozinha, e sacou um chaveiro e abriu um pequeno celeiro e La abriu um freezer.

- Um corpo como pode ver, porem detonado! - Horripilante!

- Meu Deus! - o médico quase vomitou. - Se abaixou e depois voltou a olhar para dentro do freezer. - Eu diria que esse corpo foi na verdade cortado, mas por algum especialista. È uma mulher- ele notou pelo cabelo loiro do tampo do cérebro retirado.

- Uma senhora na verdade. - Neno retirou do bolso um caderno de notas. - Se trata de Andressa Villas. Foi dado queixa do seu desaparecimento na cidade Jundiaí. Eu ainda não procurei as autoridades, pois sei que estou perto de pegar o sujeito...

- Mas esse não é seu dever! Você deveria chamar a polícia logo! Pode se meter numa enorme confusão...

- Não ainda. -Disse sério. - A polícia não vai pega-lo eu creio e se existe alguma chance está em minhas mãos. Eu descobri que cerca de 40 Mulheres pela faixa dos 60 anos desapareceram na cidade de Jundiaí e arredores. Cerca de 40 B.O. De desaparecimento, ou seja, um serial killer rodeia a cidade. Seu perfil são senhoras de idade mais avançada e depois ele as corta...

- Não só corta como retira órgãos! O cérebro está faltando e também o coração! - Disse o médico conferindo melhor os restos mortais de Andressa Villas.

- No que precisa de minha ajuda? Ainda acho melhor chamar a polícia!

- Você não percebe que em primeiro lugar a polícia já sabe da informação de um serial killer na redondeza, ou seja, eles fizeram tudo pra ocultar isso, claro pode ser por causa do medo num modo geral ou então, por não conseguirem pistas suficientes ou se que um suspeito.

- Isso é verdade. Mas santo Deus! Isso é demais para minha imaginação.

- Túlio, me escute não é hora de comunicar a polícia eu estou próximo do suspeito sabe. - Fechou o freezer e depois voltou a fuçar no bloco de nota. Só existem 3 Dodge pretas na região eu fiz esse levantamento com um amigo meu do DETRAN. E eu fui ao endereço de duas delas e após observar algum tempo percebi que os donos nada apresentavam da característica da qual eu notei no cemitério. Mas! O terceiro e eu tenho absoluta certeza que é ele!

- Quem? Estava curioso

- No vale do cisne, Ha um casal, bem na verdade não um casal. Uma senhora usa bengala, é chinesa e mora com o filho. O senhor Mister Kaufas. Ele tem um restaurante na cidade Jundiaí. E vive com mãe no sitio. Eu só preciso reunir mais provas e então aí sim vamos pega-lo no ato do crime!

- Parece um bom plano. - Apesar de assustado achou razoável, esperar pelo menos ter uma única prova contra o sujeito. - O que posso fazer?

- Vamos até o vale do cisne. Pela hora da tarde, pois ele ainda está no Restaurante e só chega pelas 22 horas. Nesse período a Senhora que usa bengala está sozinha. Você vai La se passa por vendedor ou... após pensar, Melhor se passa por alguém do IBGE e distrai ela na portaria principal, enquanto entro pelo fundo e busco algum tipo de prova e aí sim desarmamos o demônio.

- Combinado. -Achou o plano razoável e não muito perigoso. Afinal a Senhora não poderia apresentar nenhum tipo de problema e seria fácil. Essas senhoras sempre gostam de papear com o primeiro que cruza o seu caminho.

Assim perto das 21h35min estava Túlio batendo a porta da Casa. Ele não teve dificuldade de atravessar o quintal, pois a porteira estava aberta. Enquanto isso Neno deu a volta e entrou pelos fundos. Observou por um instante à velha pegar uma bengala se apoiar e levantar.

- Para os diabos! Quem ousa perturbar uma hora dessas. -Disse a velha tossindo. Era magra e pequena, mas de semblante assustador. Fumando um cigarro foi atender quem batia.

- Boa noite sou IBGE...

- À uma hora dessa seu infeliz! - Proferiu com voz rouca e pouco sutil.

É.. É a última da minha lista... eu deveria ter chegado mais cedo porem uma arvore caiu na estrada e infelizmente fiquei parado com o carro por um bom tempo. - Olhou por cima da velha e percebeu o Neno passando de um lado a outro.

Estava sendo o mais rápido possível, queria uma prova. Facas ou algum pertence das vítimas como documentos. Mas a velha após uns 10 minutos se desfaz de Túlio mesmo ele relutando em segura-la na conversa. A Velha era insuportável!

Neno percebeu quando a velha bateu a porta e não deu tempo de fugir. Se escondeu atrás de um jogo de cortina. Como estava noite e não vinha luz de fora ficou ali quieto.

Túlio saiu e foi até o carro deu partida foi e voltou sorrateiramente e ficou de farol apagado observando. Estava aflito, pois o Sogro não havia voltado e percebeu quando a Dogde preta estacionou no quintal.

Um sujeito magro de estatura média com um corte Chanel baixo adentrou a casa. A situação se complicara e a angustia de Túlio crescera.

- Um maldito infeliz vem perturbar quase agora! Gritou à velha como que culpado o filho

Kaufas, já tinha aprendido a lhe dar com a mãe. Era grossa e estúpida. Ele por vezes preferia passar o dia inteiro na cozinha do restaurante onde atende a elite de Jundiaí do que ter que aturar a velha.

- Era da polícia?- Indagou bruscamente

- Que porra de polícia uma pesquisa do IBGE, era só o que me faltava e você seu inútil me deixa a maior parte do tempo aqui sozinha se alguém tentar me roubar como vou me defender. - Arremessou o cinzeiro em sua direção. Ele desviou e o cinzeiro se espatifou na parede fazendo Túlio ficar mais atento. Já estava prestes a chamar a polícia quando percebeu Neno dando um sinal de mão. Pedindo calma! Acenando por uma janela da parte superior da casa. Antes de Kaufas entrar ele se aproveitou que velha teve atenção voltada para a porta e subiu as escadas. No Superior ainda procurava uma prova, mas nada até então. Ele pretendia já sair fora da casa desceu as escadas sorrateiramente. Correu de vagar sem ser notado quando Kaufas entrou no banheiro. Voltou para de trás das cortinas.

kaufas saiu e a velha acabara de lançar longe a bituca de o cigarro indo cair perto do jogo de cortina.

- Mais é mesmo um inútil! Igual seu pai aquele inútil! Você só serve mesmo para cozinhar e dar atenção no restaurante enquanto eu fico aqui sozinha...

- Da um tempo porra! Disse seco

- Me respeite seu traste! - Kaufas se dirigiu até a porta de acesso ao porão.

- Isso se esconde no porão é só para isso que você serve mesmo! Prefere ficar nesse porão abandonado do que me ajudar! Do que cuidar de mim. Ele bateu a porta do porão nem ligando para os gritos da velha.

Neno tinha procurado em todos os cantos da casa uma prova e observando o sujeito descer para o porão teve a intuição de que devia segui-lo. Neno retirou seu isqueiro do bolso e puxou a bituca para perto da cortina e acendeu o isqueiro para queimar a cortina.

Um princípio de incêndio começou e a velha logo notou. Gritou alguns palavrões e foi com certa dificuldade usando sua bengala apagar o fogo na cortina.

Rapidamente ele deu a volta e abriu de vagar a maçaneta da porta do porão e fechou. Devagar foi descendo a escadas. Chegando ao fim da escada o último degrau rangeu um pouco. Kaufas se levantou e foi até a parte principal do porão, não viu ninguém e novamente fechou a porta segredo que levava a outro compartimento do porão, ainda mesmo assim um flash de luz saia da porta e Neno olhou através.

Kaufas estava manuseando um coração humano, colocando dentro de um pote de vidro com um liquido dentro, fechou bem a tampa e o depositou numa estante onde já contavam cerca de uns 35 potes de vidros.

Neno regalou os olhos e voltou-se para trás andando devagar. Já tinha conseguido provas o suficiente e andando de costas tropeçou e caiu. Fazendo um barulho, mas ligeiramente levantou e deu de frente com a porta do quarto escondido aberto e kaufas com uma faca na mão só se percebia a silhueta dele.

- Quem é você? Quem é você? Neno deu um passo para trás e pretendia correr escada a cima. Mas Kaufas se jogou em cima dele rapidamente. Ele levou um murro e voltou-se para trás. Foi em cima com a mão erguida de novo e e deu outra facada que acertou a aba do boné. E evitou danos maiores. Neno conseguiu dar um empurrão nele, mas ele era forte para um raquítico. Uma luta começa. Outras tentativas frustradas.

A luta se estendeu ao canto do porão. Deu de costas com uma caixa elétrica, kaufas levantou a mão e proferiu a facada Neno desviou rapidamente e a faca acertou os fios. Um flash de curto clareou o porão só antes iluminado pela porta entre aberta. Outras faíscas e outras e ele começou a estipular gemer, soltou um grito e se ouve um estrondo de curto e flash de curtos e a energia caiu na casa inteira. Nesse momento Neno saiu do porão, percebeu o cigarro da velha e passou por ela e correu até o carro de Túlio.

Horas mais tarde uma viatura da polícia vai até o sitio e o investigador de Jundiaí e o delegado de Jarinu, Neno e Túlio entram na casa. Os policias usavam uma lanterna.

- Temos um mandato contra kaufas- Alguém o acusa de ser os raptadores de mulheres, pois estamos a um bom tempo investigando e essa foi nossa informação mais próxima de chegar a um suspeito. - Delatou o Investigado da polícia de Jundiaí.

- Estou sem energia, quem deveria vir era a companhia de energia e não vocês seus inúteis. Kaufas- Gritou à velha

Os policias desceram até o porão e ali estava o sujeito morto. Com uma faca caída do lado. Estava queimado. As lanternas dos policias descobriram um verdadeiro açougue de órgãos humanos no quarto escondido. Finalmente de forma sublime Neno acabara com o mal que rondava a região do interior de Jundiaí.

O caso ficou abafado por tempos. Não se é sabido de ninguém. Somente os envolvidos na trama.