UM GRITO DE SOCORRO
Marie subiu as escadas correndo, ela sabia que estava sendo perseguida dentro de sua própria casa. Estava sozinha, por mais que gritasse ninguém a poderia ouvir. Trancou-se no banheiro, ali parecia um lugar seguro para ela. Sentou-se no chão de piso branco e apoiou suas costas na porta de madeira. Mesmo ali ela ainda podia ouvir os passos lentos de alguém se aproximando. Seu desespero aumentava cada vez mais. Lembrou-se então que seu telefone estava no bolso de sua calça. Com os dedos trêmulos e a mão fria e suada digitou em ritmo acelerado um número de telefone.
- Alô? – disse ela na tentativa de ouvir uma resposta do outro lado da linha.
A ligação caiu.
Novamente Marie insistiu nas ligações, mas nada. Ninguém atendia. Pouco tempo depois, já bastante exausta ela conseguiu que Jonas seu namorado atendesse a ligação, porém não pode dizer mais nada além de um grito por socorro, a bateria do telefone acabou logo em seguida, o que a deixou ainda mais aflita.
Marie parou de ouvir os passos. Teria ido embora ou estaria escondido ali em algum lugar daquela casa, pensava ela. De repente ela ouviu a porta do banheiro ser arranhada, pelo barulho pareciam ser garras afiadas. Sem saber o que fazer e trancafiada naquele lugar ela só pensava no pior.
- Quem é você? O que quer de mim? – gritou Marie.
Estava chovendo muito naquele dia, o tempo estava fechado lá fora. Por mais que gritasse a voz doce de Marie era calada pelo barulho forte dos trovões e da chuva intensa.
Marie olhou em volta e procurou algo que pudesse se defender, em breve a porta seria arrombada. Agarrou então uma lâmina de barbear e foi se afastando da porta lentamente, bem devagar. A chuva aumentava, portas e janelas batiam violentamente devido ao ventania. De repente a porta do banheiro caiu e a coisa entrou ali. Depois daquele momento Marie não se lembrou de mais nada.
Horas depois, após cessar o temporal, Jonas chegou em casa.
- Marie, onde esta você? – perguntou ele.
Ao perceber que a namorada não respondia aos seus chamados ele foi procurá-la de cômodo em cômodo até que então passou pelo banheiro e viu a cena que seus olhos jamais pensariam em ver algum dia. Ali então ele percebeu o porque do grito de socorro de Marie naquele telefonema.
Fim!