a torre maldita
Testemunha muda das paixões e intrigas de gerações passadas, certos lugares parecem guardar as sombras de seu próprio passado. Aflições e pesares parecem não morrer mais pairam como brumas sobre as pedras frias. Os fantasmas seriam a materialização dessas perturbações, espíritos descarnados cujas as paixões em vida não permitem que repousem nem na morte. Entidades com desejos perversos ou propósitos infames ou mesmo remorsos profundos muitas vezes com sede de justiça. Reencenando perpetuamente suas tragédias, infestam suas antigas moradas, trazendo o medo e o infortúnio para quem ousar cruzar o seu caminho.
Liz talvez fosse a mais ansiosa para chegar ao castelo tinham ouvido tantas historias sobre aquele lugar, lendas sinistras de terror e morte. Seriam apenas lendas? Ou existiria algum fundo de realidade por trás dos mitos arrepiantes sobre aquela antiga Residência? Entre todas as meninas sem duvida ela era a mais interessada por aquele lugar. Liz tinham 15 anos e sempre gostou de historias de fantasmas, era fã de filmes de terror, estamos nos anos 60 enquanto a maioria das garotas do orfanato só pensam nos Beatles e em namorados , Liz adorava ler ou ouvir historias de fantasmas, enfiada entre livros de contos na biblioteca , muito aplicada nos estudos hoje seria chamada de Nerd, quando tinham tempo e um pouco dinheiro ia a o cinema da pequena cidade onde morava para assistir os filmes de terror como O fantasma da Opera ou o bebe de Rosemary . As outras meninas da idade dela a achavam um pouco estranha, talvez por isso ela fosse tímida , e tinham poucas amigas, se já houvesse uma cultura gótica com certeza ela faria parte.
As outras meninas sentiam um leve medo, natural por lugares estranhos e sombrios, se bem que era apenas um passeio promovido pelo orfanato para quebrar a rotina naquele fim de semana as garotas passariam dois dias tomando banho de mar e conhecendo o castelo de lord Ruthenford . Mais para Liz era maravilhoso, era tudo que ela sempre queria conhecer um verdadeiro castelo assombrado, longe de medo ela sentia alegria e fascínio de ver com seus olhos os ambientes lúgubres que povoavam sua imaginação alimentada por filmes e livros e percorrer os recantos austeros da misteriosa construção e quem sabe topar com algum fantasma.
Os corredores limpos mais sempre sombrios da construção devido as espessas paredes imprimiam uma certa penumbra mesmo durante o dia conferindo um ar de mistério aos recantos daquele castelo. Os aposentos eram geralmente frios mais apenas poucos cômodos eram habitados a maior parte do castelo permanecia abandonado e isolado eram corredores e mais corredores , quartos e quartos a séculos entregues a sujeira e o mofo estavam vedados a visitação pública .Porem na parte liberada para a visita servirão de habitação para os antigos e desaparecidos moradores, que eram inspecionados por turistas todos os anos e naquele verão eram as meninas do orfanato. Chamava a atenção a mobília austera mais elegante dos quartos, muitas peças originais outras adquiridas em antiquários para dar um ar de respeitável antiguidade. Quando se penetrava nesses recintos era como voltar no tempo, cortinas de seda e moveis em estilo Eduardo VIII porém em certos cômodos se percebia um ar pesado e opressivo muitas vezes se sentia um frio cortante ou uma brisa inexplicável.
As garotas e os monitores do orfanato ficariam hospedados num prédio anexo ao castelo, durante o dia as meninas se divertiriam na praia a tarde elas visitariam o interior do castelo que agora era um ponto turístico da região. Mais a noite era proibida a visitação.
Outrora o mar chegava até a base do castelo as ondas lambiam os alicerces da construção mais agora 1000 anos depois o mar devido a mudanças climáticas o oceano recuou ficando a quase dois quilômetros de distância da base do castelo a antiga enseada onde estava o castelo não existe mais assoreada pelo continuo leva e trás dos sedimentos depositados pelo Greem River o pequeno rio que desaguava naquele lugar. A imponente construção dominava a paisagem com seus muros enegrecidos pelo tempo . Segundo os registros, ele foi construído por volta do século XI pelos antigos bretões para proteger a costa da Cornoalha de invasores vindos do mar. Ele só foi terminado no século XIII por um nobre Nicolas de Ruthenford , que tomou posse do castelo , e passou a morar nele. E que segundo as lendas trouxe a infâmia para o lugar . O filho dele um certo William tinha uma paixão doentia pela magia negra, ele estudou com um mestre o mago Michal Scot, Quando o pai morreu ele se tornou o senhor do castelo, ali ele teria se tornado um verdadeiro monstro em suas masmorras localizadas na grande torre central do castelo , ele assassinou crianças raptadas e usava seu sangue em rituais para conjurar um demônio com longas presas chamado de Redicap em troca do sangue a entidade prometeu que William jamais seria ferido por nem por aço, nem por corda, ficando assim imune as causas comuns de mortes violentas da época. Julgando-se invencível o terrível senhor do castelo , aterrorizava a região com assassinato de crianças e outras maldades. Cansados das iniquidades do nobre maligno , os moradores da região levaram suas queixas ao Rei Robert the Bruce , o monarca ordenou a prisão do dignitário perverso, ele acabou executado foi encerrado vivo dentro de um barril feito de chumbo e foi fervido em um caldeirão de ferro já que supostamente ele não podia morrer na forca. O fantasma do tal William estava supostamente condenado a ser convocado de tempos em tempos as masmorras do castelo lá ele encontra seu mestre Redcap o dono de sua alma. Ainda segundo as lendas o choro das crianças sacrificadas pode ser ouvido nas noites de lua cheia ou riso infame do demônio torturando a alma de William.
Após a morte de William o castelo passou para a coroa inglesa, onde servia de fortaleza de vigilância devido sua posição a beira mar. Cem anos depois uma parente de William uma senhora Layd Elisabete Hoby Ruthenford comprou o castelo e o reformou e passou a morar nele , dizem que ela tinham 6 filhos, dos quais o mais jovem Peter era um débil mental , um dia sua orgulhosa e ambiciosa mãe ficou furiosa com ele devido uma lição de casa suja em seu caderno então ela o espancou até a morte, dizem que ela se arrependeu amargamente, mais viveu o resto de sua vida torturada com o remorso. Ainda segundo as lendas ela vaga pelos corredores do castelo com um caderno sujo nas mãos chorando e se lamentando.
Um dos filhos de Elisabete o Barão Gerald Ruthenford, herdou o castelo , ele teria se casado com uma mulher adorável , os ambiciosos irmãos de Gerald querendo ficar com o castelo caluniaram a esposa de Gerald insinuando que ela estaria traindo o marido , um dia ele encontrou a esposa conversando com um homem na sala de visitas do castelo no inicio da noite , cego pelo ódio ele matou a ambos a tiros só depois descobriu que o suposto amante da esposa era na verdade o irmão dela que veio visita-la, em desespero e atormentado pelo remorso Gerald se matou com um tiro no peito . Segundo os moradores da região o fantasma da baronesa morta perambula pelas muralhas do castelo reclamando sua inocência e as vezes o próprio Barão e visto com ar pesaroso vagando pelos corredores do castelo . Após esta tragédia os irmãos tomaram posse do castelo mais não puderam desfrutar muito tempo dele, pois como estivessem endividados acabaram vendendo o castelo para o rei , a corou voltou a tomar conta do lugar, hora com o recuou do mar o castelo perdeu sua importância defensiva e como já estava com uma má fama de lugar amaldiçoado acabou abandonado ficando assim em ruinas por quase 200 anos quando um dos últimos descendentes da família Ruthenford , um rico industrial chamado de Hirveen Rutheford comprou o castelo o reformou e o transformou em um tipo de hotel e atração turística , como nunca teve filhos quando ele morreu o castelo foi vendido para um grupo de empresários do ramo da hotelaria que passou a administrar o lugar. Esse é um resumo das lendas em torno da imponente castelo que agora as meninas visitavam.
A tarde as meninas perambulavam pelos corredores do castelo conduzidas por um guia em cada cômodo visitado ele contava as historias que envolviam o lugar, foi então que algo surreal ocorreu enquanto as meninas ouviam a explicação do guia sobre a origem de um certo quadro na parede de um quarto que teria sido da baronesa assassinado séculos atrás , uma da garotas uma menina magrinha e sardenta olhou casualmente para a porta que estava aberta , e viu um senhor em trajes antigos de bengala e cartola , ele sorriu gentilmente e depois evaporou no ar, a menina deu um grito de pavor e cobriu o rosto com as mãozinhas tremulas, todos ficaram surpresos a professora que acompanhava as meninas foi até ela e indagou – o que foi menina?-eu vi um homem , um homem – que homem menina? – um homem de cartola e bengala – quando ela disse isso o guia interveio – há é o barão – quem ? – indagou a professora – é um fantasma, de um antigo morador desse lugar não se preocupe ele não faz mau a ninguém apenas aparece e depois some – hora essa que bobagem fantasmas não existem vai ver é alguém tentando assustar as meninas - não eu vi, eu vi ele sumiu no ar – fique quieta Marion esta assustando suas colegas – de fato todas as garotas estavam com medo murmurando entre elas mais Liz não, ela estava adorando aquilo só lamentava não ter sido ela que tivesse visto o fantasma – que emocionante um fantasma de verdade – dizia batendo palmas de entusiasmo, queria fazer perguntas a pequena Marion como ele era, a altura, a cor o tipo de roupas, mais a pobrezinha estava assustada demais pra isso , alguém trouxe agua para pequena assustada a visita foi encerrada pois a meninas estavam muito agitadas com a aparição.
A noite todas dormiam menos duas garotas Marion com medo de novas aparições e Liz doida pra ver algo de sobrenatural , Liz saiu de camisola foi até uma janela que dava para a muralha do castelo, o quarto das meninas ficava quase colado a muralha a mocinha olhou para a muralha era uma noite estrelada de lua cheia havia com uma forte claridade natural , observando o alto da muralha ela viu alguém caminhando a distancia não permitia distinguir muito bem quem era mais dava para perceber que era homem e caminhava com desenvoltura, nem por um momento a menina acreditou que fosse um fantasma para ela era somente alguém de carne e osso que resolveu dar um passeio pela muralha a noite . Acostumada com as historias que lia, ela espera ver algo extraordinário como luzes , vapores, levitação algo assim mais não aquilo uma prosaica caminhada pelos muros , ate sumir de vista. Enquanto observava o estranho caminhante noturno Liz percebeu alguém ao seu lado era Marion, - ei você viu o que eu vi? – sim um fantasma caminhando pela muralha - que nada era alguém dando um passeio a noite – pois eu acho que era um fantasma – pois eu digo que não , fantasmas são espetaculares, levitam tem uma forma indefinida e transparente, aquilo era apenas alguém fazendo uma honda noturna só isso - dizia a garota com a autoridade de quem já tinha visto tantos filmes de fantasmas. Na manhã seguinte durante o café ela indagou a um funcionário - desculpe senhor mais eu podia fazer uma perguntado? - sim mocinha como não – vocês tem um vigia a noite no castelo? – claro temos dois vigias – mais ele anda pelas muralhas – não porque e muito perigoso elas estão em péssimo estado de conservação – mais eu vi alguém andando no alto das muralhas - há já sei é o fantasma de William o filho do primeiro dono do castelo– verdade?- sim ele costuma passear a noite pelas muralhas – quem foi ele ? – uma figura sinistra dizem que vendeu sua alma ao demônio – serio? – bem é o que dizem as lendas – você já viu algum fantasma – claro muitas vezes – e você não tem medo? – bem no inicio eu tinham muito medo ,mais depois me acostumei eles não fazem mau a ninguém - Liz ficou eufórica tinha visto seu primeiro fantasma e nem sabia disso planejou ficar de vigília a noite para ver o fantasma novamente . Para Liz era tudo uma grande e emocionante aventura mais o sobrenatural e algo que as vezes pode ser perigoso.
Na noite seguinte Liz se postou na janela, não demorou muito e logo avistou pairando uma forma etérea , exatamente como nos filmes, parecia ser uma mulher de longos cabelos loiros vagava pela muralha, a menina pode ouvir claramente uma voz que sussurrava – inocência – liz estava eufórica era maravilhoso , era o segundo fantasma, que ela via mais sua observação teve de ser interrompida pois de repente do nada nuvens fecharam o céu noturno e uma pesada tempestade começou a cair, ela já não enxergava nada a massa de agua obscurecia a visão a noite estrelada cedeu lugar a uma cortina líquida , Liz voltou pra cama um frio cortante entra no quarto. A tempestade repentina durou o resto da noite, na manhã seguinte noticias preocupantes chegaram a única ponte que ligava aquela região com o mundo exterior caiu devido a uma monstruosa enchente do Green River , normalmente um tranquilo riacho de aguas cristalinas , mais que se tornou um caudalosa e violento rio. A velha ponte de madeira não resistiu e caiu , levaria muitos dias para consertar os estragos isso deixou o castelo e todos em seu interior isolados do mundo exterior, os diretores do orfanato ficaram preocupados temiam pela segurança das garotas, mais o gerente do castelo hotel os tranquilizou – calma senhores esta tudo sob controle, vamos providenciar um transporte aéreo para vocês, helicópteros da guarda costeira serão mandados e logo vocês estarão de volta a sua cidade, não é a primeira vez que isso acontece, temos mantimentos aqui para durar seis meses , com certeza não precisam se assustar, - mais a situação era séria, os postes de luz aviam caído não havia comunicação por telefone, mais o castelo tinham um radio de ondas curtas, as autoridades foram comunicadas , mais estavam todos as escuras, a iluminação era a luz de velas e lamparinas a gás . A única pessoa que não estava nem um pouco incomodada era Liz, na verdade ela estava adorando poderia ficar mais tempo naquele maravilhoso castelo assombrado, além do mais os helicópteros só poderiam vir quando o tempo melhorasse, mesmo tendo a chuva pesada passado permanecia uma cerrada barreira de nuvens que impedia o voo de helicópteros , segundo observações meteorológicas enviadas via rádio, levaria pelo menos uns 10 dias para o nevoeiro se dissipar , Liz estava radiante teria mais tempo de observar e quem sabe fazer contato com as entidades do castelo , para Liz era tudo emocionante. Na terceira noite naquele lugar, Liz tomou uma decisão iria escondida de todos a noite até a muralha queria ver um fantasma de perto, ela não tinham medo sentia uma profunda curiosidade, e uma vontade louca de contatar o mundo dos espíritos . Sendo uma menina esperta e observadora ela descobriu uma passagem que existia entre o prédio onde ela estava hospedada e o castelo , por aquela passagem liz chegaria até a muralha , por volta da meia noite a menina corajosa , entrou pela passagem e chegou sem que ninguém suspeitasse subiu por uma estreita escadaria até o alto da mureta , chegando lá com uma lanterna para iluminar o caminho e com um casaco para se proteger do frio da noite , olhou fascinada a o seu redor a desolada construção abandonada a tanto tempo entregue aos intempéries , as pedras enegrecidas cheirava a musgo molhado, seus pezinhos deslizavam com alguma dificuldade , pelas pedras molhadas e verdes de musgo, a larga muralha formava um caminho sinuoso com tufos de ervas daninhas entre as pedras , liz olhava para o interior do terreno do castelo via dois vigias caminhando pela noite com suas lanternas passava pelos contrafortes do castelo pelo mesmo lugar onde o fantasma havia passado na noite passada, caminhou pela muralha sempre açoitada pelo vento frio, avistou uma alta torre a mais alta entre todas as seis que existiam no burgo, era uma visão impressionante e ao mesmo tempo aterradora , foi então que liz ouviu o som mais assustador que jamais havia ouvido em toda a sua vida , um som horrível uma mistura medonha de riso e urro animalesco, seguido de um choro de criança agudo de cortar coração e vinham da sinistra torre ao ouvir isso a menina sentiu uma sensação difícil de descrever, um medo, um pavor que jamais avia sentido na vida, Liz corre de volta até a escadaria nisso a chuva recomeça, por sorte ela não foi molhada, ela volta em segredo a o seu quarto sem que ninguém desconfiasse de nada. Liz jamais havia sentido medo dos filmes ou livros que lia, mais naquela noite diante da torre ela descobriu o significado da palavra medo. A menina mau conseguiu pregar os olhos durante a noite pensado no que ouviu, no dia seguinte ela indagou a um guia sobre a sinistra torre o homem explicou que aquela torre era proibida a visitação pública, era o lugar onde supostamente o primeiro proprietário do castelo William realizava suas horríveis praticas , sacrificando crianças a o demônio . Então ela entendeu o riso monstruoso e o choro de criança ecos de antigas perversões praticadas naquele lugar maldito. Liz não descansaria enquanto não descobrisse os segredos daquele lugar.
Apesar das noticias otimistas pelo rádio de que o mau tempo estava se dissipando a cerração não terminava , ainda precisariam passar mais alguns dias confinados no castelo , para liz era tudo que ela queria , naquela noite ela foi sem que ninguém percebesse até o castelo , não havia nuvens coberta com um casaco de pele, novamente estava na muralha , resolutamente ela caminho até a entrada da torre maldita , trazia consigo uma pesada chave que havia pego num velho e antigo armário , a destemida menina queria entrar na torre desvendar seus mistérios, para sua proteção ela levava um crucifixo e uma pequena bíblia, e um frasco com sal grosso , se houvessem entidades demoníacas na torre ela acreditava que essas coisas a protegeriam. A o virar a velha chave de ferro um rangido rouco e forte se ouviu, a pesada porta de carvalho foi se abrindo, liz iluminou o interior com sua lanterna era uma saleta escura havia teias de aranha e sujeira parecia que de fato ninguém nunca tinham entrado ali fazia séculos, a menina iluminou com sua lanterna as paredes musguentas que cheiravam mau , não encontrou nada de particular interesse viu então uma entrada com uma porta mais que aparentemente não estava trancada, a entrada conduzia a uma escadaria de pedra que serpenteava para o alto da torre a garota hesitou um pouco mais por fim colocou o pé no primeiro degrau, sentiu um calafrio percorrer sua espinha e pensou – e se o tal demônio Rendcap aparecer? O que farei? -mais não havia volta ela não iria amarelar ela queria descobrir os segredos da torre maléfica .
Enquanto se ouvia o tagarelar e o riso das garotas nas mesas apenas liz permanecia em silencio, envergonhada de si mesma por não ter tido coragem de subir a escada da torre , mau tocava na comida naquela manhã pensativa e furiosa consigo mesma – que droga como fui covarde era pra ter subido, e agora será que teria outra chance? – nisso ela sente uma mãozinha tocar seu ombro era Mariom – olá liz – oi Mariom – posso sentar ao seu lado – por que não – a pequena sentou e olhou com seus grande olhos castanhos e indagou - o que você viu lá na torre? – liz tomou um susto - o que ! você me viu – sim claro eu vi você andando na muralha – por favor não conta pra ninguém viu - tudo bem seu segredo está seguro, mais o que você viu ? – falando quase sussurrando ela diz – eu não vi nada, estava muito escuro encontrei uma escada mais não tive coragem de subir – fez bem liz, aquele lugar e do mau se eu fosse você eu não subiria mais ali – é Marion talvez você tenham razão não irei mais lá – ela respondeu para despistar a pequena, que sabia de suas escapadas noturnas até o castelo. Mais longe de desistir ela estava mais determinada a descobrir os segredos da torre amaldiçoada.
A previsão da meteorologia previa mais dois dias de céu nublado , então finalmente o helicóptero poderia descer e começar a transportar as meninas e os monitores do orfanato de volta para a cidade , seria a ultima chance de Liz descobrir os segredos da torre, naquela noite que seria a penúltima antes deles irem embora, a corajosa jovem se preparou para entrar novamente na torre a chave ainda estava com ela ninguém deu falta pois ninguém se importava com aquela torre arruinada afinal quem iria naquele lugar sinistro . Como nas noites anteriores a menina entrou pela passagem secreta, subiu a muralha e se dirigiu até a torre, foi com emoção e um certo temor que ela girou a chave na maçaneta da porta de carvalho, entrou no cubículo escuro acendeu a lanterna e vislumbrou a sinistra porta que dava acesso a escada que levava para o topo da torre, dessa vez ela não hesitou subiu os degraus musguentos e mau cheirosos a medida que subiu sentia um vento gelado mais estava com seu casaco que a protegia após dois lances de escada viu uma entrada na lateral da escadaria estava muito escuro, tomando coragem ela iluminou o interior da saleta, uma revoada de morcegos bateu asas assustando a garota , a o iluminar o interior ela viu correntes enferrujadas jogadas no chão havia ganchos facas, um serrote, e pregos espalhados aquilo era uma câmara de tortura, havia uma mesa de madeira com braceletes de ferro usado para prender braços e pernas, notou também um chicote com pedaços de vidro colados nele, as lendas eram reais aquilo era mesmo a masmorra de tortura e horrores praticados talvez pelo perverso William , iluminando um canto viu uma ossada humana e um pequeno crânio partido ao meio , ficou apavorada com aquele cenário de horror e morte e teve ímpetos de fugir daquele lugar marcado pelo mau, saiu da sala mais criou coragem e continuou subindo suas mãozinhas tremiam ela agarrou o crucifixo e rezava baixinho oração de proteção, foi então que ouviu – haaaaaaaaaaaaaaa,haaaaaaaa – um grito de gelar a alma , em pânico liz desceu as escadas tropeçou e caiu no chão duro e úmido da escada, desmaio pois bateu com a cabeça no chão, após algum tempo inconsciente Liz acordou zonza e confusa então percebeu que não estava sozinha haviam alguém ali com ela sentiu uma presença, falou com a voz tremula numa mistura de medo e confusão – quem esta ai? quem esta ai? – agarrou o crucifixo como uma proteção tateando no escuro procurou a lanterna então ouviu uma voz calma e agradável – calma mocinha não precisa ter medo – de alguma forma a voz tinham um tom terno e amável - Liz que estava com medo e confusa foi se acalmando de alguma forma aquela voz transmitia paz e tranquilidade – quem , quem é você ? – sou um amigo não tenham medo eu não vou te fazer mau – uma sensação estranha de familiaridade ela começou a sentir era como aquela voz fosse de alguém que ela conheceu – você e muito corajosa mocinha a muito tempo ninguém entra nesse lugar – mais quem é você ? – digamos que eu sou alguém que você conheceu a muito tempo no passado – não entendo em outra vida? – isso mesmo – então você é um fantasma? – se você quiser me chamar assim – mais você e do bem? – claro minha filha, na verdade eu só estou tendo essa conversa com você porque você esta aqui de outra forma seria impossível - essa torre é um tipo de portal com o além ? – é uma ponte minha filha uma ponte, - durante todo esse tempo liz permaneceu no escuro nunca viu seu misterioso interlocutor – existem outros como você ? – sim infelizmente sim almas aprisionadas presas nessa realidade – são as almas que vagam pelo castelo ? – sim mocinha , infelizmente elas se recusam a partir presas a seus próprio passado - e aquele grito quem gritou ? – William o perverso – ele esta preso aqui? – até que sua sina se cumpra – qual a sina dele ? – pagar por seus crimes, suas perversões – mais quem o castiga – o senhor das sombras , o amaldiçoado Redcap – um demônio? – uma força das trevas, mais aqui ele funciona como um justiceiro – ele pode me fazer mau? – felizmente não , minha filha, ele não pode te tocar a função dele e torturar William, - e ninguém pode libertar William ? – não filha ele esta preso por sua própria maldade, ele escolheu esse caminho e deve pagar o preço de sua escolha – e quando terminar o castigo dele para onde ele vai? – isso minha filha só Deus sabe, só ele pode saber – o que aconteceria se eu subisse ate o topo dessa torre ? – você veria coisas horríveis que te assustariam pelo resto de sua vida , vamos chegou a hora de descer – Liz sentiu uma mão fria segurar a sua e a conduziu pelas escadas , durante toda a caminhada ela não ligou a lanterna não tinha coragem de ver o fantasma seu protetor, quando finalmente atingiram a base da torre, a presença se foi , ela percebeu que estava sozinha novamente ela sentia um entusiasmo e alegria tinha feito contato com o além ali naquela torre escura e velha que era um portal para o mundo espiritual, ela imaginou que o fantasma era um tipo de anjo da guarda , talvez ele fosse seu pai ou quem sabe seu marido em outras vidas passadas , ela não sabia, mais estava satisfeita, sua ida torre misteriosa e teve um vislumbre do sobre natural, voltou para seu quarto sem que ninguém desconfiasse, se debruou na janela e ficou olhado a muralha então uma forma surgiu, a principio um vulto com um brilho florescente, depois foi adquirindo materialidade ela pôde ver claramente um senhor de aparência distinta vestido a moda do século XIX , a distância não permitia ver muitos detalhes do rosto mais ele tirou a cartola da cabeça e fez uma reverencia, uma elegante saudação a Liz, ela compreendeu que ele era o fantasma seu protetor então sumiu em meio a uma espessa nevoa, nunca mais Liz tonou a ver aquela entidade ou qualquer fantasma pelo resto de sua vida.
FIM
Testemunha muda das paixões e intrigas de gerações passadas, certos lugares parecem guardar as sombras de seu próprio passado. Aflições e pesares parecem não morrer mais pairam como brumas sobre as pedras frias. Os fantasmas seriam a materialização dessas perturbações, espíritos descarnados cujas as paixões em vida não permitem que repousem nem na morte. Entidades com desejos perversos ou propósitos infames ou mesmo remorsos profundos muitas vezes com sede de justiça. Reencenando perpetuamente suas tragédias, infestam suas antigas moradas, trazendo o medo e o infortúnio para quem ousar cruzar o seu caminho.
Liz talvez fosse a mais ansiosa para chegar ao castelo tinham ouvido tantas historias sobre aquele lugar, lendas sinistras de terror e morte. Seriam apenas lendas? Ou existiria algum fundo de realidade por trás dos mitos arrepiantes sobre aquela antiga Residência? Entre todas as meninas sem duvida ela era a mais interessada por aquele lugar. Liz tinham 15 anos e sempre gostou de historias de fantasmas, era fã de filmes de terror, estamos nos anos 60 enquanto a maioria das garotas do orfanato só pensam nos Beatles e em namorados , Liz adorava ler ou ouvir historias de fantasmas, enfiada entre livros de contos na biblioteca , muito aplicada nos estudos hoje seria chamada de Nerd, quando tinham tempo e um pouco dinheiro ia a o cinema da pequena cidade onde morava para assistir os filmes de terror como O fantasma da Opera ou o bebe de Rosemary . As outras meninas da idade dela a achavam um pouco estranha, talvez por isso ela fosse tímida , e tinham poucas amigas, se já houvesse uma cultura gótica com certeza ela faria parte.
As outras meninas sentiam um leve medo, natural por lugares estranhos e sombrios, se bem que era apenas um passeio promovido pelo orfanato para quebrar a rotina naquele fim de semana as garotas passariam dois dias tomando banho de mar e conhecendo o castelo de lord Ruthenford . Mais para Liz era maravilhoso, era tudo que ela sempre queria conhecer um verdadeiro castelo assombrado, longe de medo ela sentia alegria e fascínio de ver com seus olhos os ambientes lúgubres que povoavam sua imaginação alimentada por filmes e livros e percorrer os recantos austeros da misteriosa construção e quem sabe topar com algum fantasma.
Os corredores limpos mais sempre sombrios da construção devido as espessas paredes imprimiam uma certa penumbra mesmo durante o dia conferindo um ar de mistério aos recantos daquele castelo. Os aposentos eram geralmente frios mais apenas poucos cômodos eram habitados a maior parte do castelo permanecia abandonado e isolado eram corredores e mais corredores , quartos e quartos a séculos entregues a sujeira e o mofo estavam vedados a visitação pública .Porem na parte liberada para a visita servirão de habitação para os antigos e desaparecidos moradores, que eram inspecionados por turistas todos os anos e naquele verão eram as meninas do orfanato. Chamava a atenção a mobília austera mais elegante dos quartos, muitas peças originais outras adquiridas em antiquários para dar um ar de respeitável antiguidade. Quando se penetrava nesses recintos era como voltar no tempo, cortinas de seda e moveis em estilo Eduardo VIII porém em certos cômodos se percebia um ar pesado e opressivo muitas vezes se sentia um frio cortante ou uma brisa inexplicável.
As garotas e os monitores do orfanato ficariam hospedados num prédio anexo ao castelo, durante o dia as meninas se divertiriam na praia a tarde elas visitariam o interior do castelo que agora era um ponto turístico da região. Mais a noite era proibida a visitação.
Outrora o mar chegava até a base do castelo as ondas lambiam os alicerces da construção mais agora 1000 anos depois o mar devido a mudanças climáticas o oceano recuou ficando a quase dois quilômetros de distância da base do castelo a antiga enseada onde estava o castelo não existe mais assoreada pelo continuo leva e trás dos sedimentos depositados pelo Greem River o pequeno rio que desaguava naquele lugar. A imponente construção dominava a paisagem com seus muros enegrecidos pelo tempo . Segundo os registros, ele foi construído por volta do século XI pelos antigos bretões para proteger a costa da Cornoalha de invasores vindos do mar. Ele só foi terminado no século XIII por um nobre Nicolas de Ruthenford , que tomou posse do castelo , e passou a morar nele. E que segundo as lendas trouxe a infâmia para o lugar . O filho dele um certo William tinha uma paixão doentia pela magia negra, ele estudou com um mestre o mago Michal Scot, Quando o pai morreu ele se tornou o senhor do castelo, ali ele teria se tornado um verdadeiro monstro em suas masmorras localizadas na grande torre central do castelo , ele assassinou crianças raptadas e usava seu sangue em rituais para conjurar um demônio com longas presas chamado de Redicap em troca do sangue a entidade prometeu que William jamais seria ferido por nem por aço, nem por corda, ficando assim imune as causas comuns de mortes violentas da época. Julgando-se invencível o terrível senhor do castelo , aterrorizava a região com assassinato de crianças e outras maldades. Cansados das iniquidades do nobre maligno , os moradores da região levaram suas queixas ao Rei Robert the Bruce , o monarca ordenou a prisão do dignitário perverso, ele acabou executado foi encerrado vivo dentro de um barril feito de chumbo e foi fervido em um caldeirão de ferro já que supostamente ele não podia morrer na forca. O fantasma do tal William estava supostamente condenado a ser convocado de tempos em tempos as masmorras do castelo lá ele encontra seu mestre Redcap o dono de sua alma. Ainda segundo as lendas o choro das crianças sacrificadas pode ser ouvido nas noites de lua cheia ou riso infame do demônio torturando a alma de William.
Após a morte de William o castelo passou para a coroa inglesa, onde servia de fortaleza de vigilância devido sua posição a beira mar. Cem anos depois uma parente de William uma senhora Layd Elisabete Hoby Ruthenford comprou o castelo e o reformou e passou a morar nele , dizem que ela tinham 6 filhos, dos quais o mais jovem Peter era um débil mental , um dia sua orgulhosa e ambiciosa mãe ficou furiosa com ele devido uma lição de casa suja em seu caderno então ela o espancou até a morte, dizem que ela se arrependeu amargamente, mais viveu o resto de sua vida torturada com o remorso. Ainda segundo as lendas ela vaga pelos corredores do castelo com um caderno sujo nas mãos chorando e se lamentando.
Um dos filhos de Elisabete o Barão Gerald Ruthenford, herdou o castelo , ele teria se casado com uma mulher adorável , os ambiciosos irmãos de Gerald querendo ficar com o castelo caluniaram a esposa de Gerald insinuando que ela estaria traindo o marido , um dia ele encontrou a esposa conversando com um homem na sala de visitas do castelo no inicio da noite , cego pelo ódio ele matou a ambos a tiros só depois descobriu que o suposto amante da esposa era na verdade o irmão dela que veio visita-la, em desespero e atormentado pelo remorso Gerald se matou com um tiro no peito . Segundo os moradores da região o fantasma da baronesa morta perambula pelas muralhas do castelo reclamando sua inocência e as vezes o próprio Barão e visto com ar pesaroso vagando pelos corredores do castelo . Após esta tragédia os irmãos tomaram posse do castelo mais não puderam desfrutar muito tempo dele, pois como estivessem endividados acabaram vendendo o castelo para o rei , a corou voltou a tomar conta do lugar, hora com o recuou do mar o castelo perdeu sua importância defensiva e como já estava com uma má fama de lugar amaldiçoado acabou abandonado ficando assim em ruinas por quase 200 anos quando um dos últimos descendentes da família Ruthenford , um rico industrial chamado de Hirveen Rutheford comprou o castelo o reformou e o transformou em um tipo de hotel e atração turística , como nunca teve filhos quando ele morreu o castelo foi vendido para um grupo de empresários do ramo da hotelaria que passou a administrar o lugar. Esse é um resumo das lendas em torno da imponente castelo que agora as meninas visitavam.
A tarde as meninas perambulavam pelos corredores do castelo conduzidas por um guia em cada cômodo visitado ele contava as historias que envolviam o lugar, foi então que algo surreal ocorreu enquanto as meninas ouviam a explicação do guia sobre a origem de um certo quadro na parede de um quarto que teria sido da baronesa assassinado séculos atrás , uma da garotas uma menina magrinha e sardenta olhou casualmente para a porta que estava aberta , e viu um senhor em trajes antigos de bengala e cartola , ele sorriu gentilmente e depois evaporou no ar, a menina deu um grito de pavor e cobriu o rosto com as mãozinhas tremulas, todos ficaram surpresos a professora que acompanhava as meninas foi até ela e indagou – o que foi menina?-eu vi um homem , um homem – que homem menina? – um homem de cartola e bengala – quando ela disse isso o guia interveio – há é o barão – quem ? – indagou a professora – é um fantasma, de um antigo morador desse lugar não se preocupe ele não faz mau a ninguém apenas aparece e depois some – hora essa que bobagem fantasmas não existem vai ver é alguém tentando assustar as meninas - não eu vi, eu vi ele sumiu no ar – fique quieta Marion esta assustando suas colegas – de fato todas as garotas estavam com medo murmurando entre elas mais Liz não, ela estava adorando aquilo só lamentava não ter sido ela que tivesse visto o fantasma – que emocionante um fantasma de verdade – dizia batendo palmas de entusiasmo, queria fazer perguntas a pequena Marion como ele era, a altura, a cor o tipo de roupas, mais a pobrezinha estava assustada demais pra isso , alguém trouxe agua para pequena assustada a visita foi encerrada pois a meninas estavam muito agitadas com a aparição.
A noite todas dormiam menos duas garotas Marion com medo de novas aparições e Liz doida pra ver algo de sobrenatural , Liz saiu de camisola foi até uma janela que dava para a muralha do castelo, o quarto das meninas ficava quase colado a muralha a mocinha olhou para a muralha era uma noite estrelada de lua cheia havia com uma forte claridade natural , observando o alto da muralha ela viu alguém caminhando a distancia não permitia distinguir muito bem quem era mais dava para perceber que era homem e caminhava com desenvoltura, nem por um momento a menina acreditou que fosse um fantasma para ela era somente alguém de carne e osso que resolveu dar um passeio pela muralha a noite . Acostumada com as historias que lia, ela espera ver algo extraordinário como luzes , vapores, levitação algo assim mais não aquilo uma prosaica caminhada pelos muros , ate sumir de vista. Enquanto observava o estranho caminhante noturno Liz percebeu alguém ao seu lado era Marion, - ei você viu o que eu vi? – sim um fantasma caminhando pela muralha - que nada era alguém dando um passeio a noite – pois eu acho que era um fantasma – pois eu digo que não , fantasmas são espetaculares, levitam tem uma forma indefinida e transparente, aquilo era apenas alguém fazendo uma honda noturna só isso - dizia a garota com a autoridade de quem já tinha visto tantos filmes de fantasmas. Na manhã seguinte durante o café ela indagou a um funcionário - desculpe senhor mais eu podia fazer uma perguntado? - sim mocinha como não – vocês tem um vigia a noite no castelo? – claro temos dois vigias – mais ele anda pelas muralhas – não porque e muito perigoso elas estão em péssimo estado de conservação – mais eu vi alguém andando no alto das muralhas - há já sei é o fantasma de William o filho do primeiro dono do castelo– verdade?- sim ele costuma passear a noite pelas muralhas – quem foi ele ? – uma figura sinistra dizem que vendeu sua alma ao demônio – serio? – bem é o que dizem as lendas – você já viu algum fantasma – claro muitas vezes – e você não tem medo? – bem no inicio eu tinham muito medo ,mais depois me acostumei eles não fazem mau a ninguém - Liz ficou eufórica tinha visto seu primeiro fantasma e nem sabia disso planejou ficar de vigília a noite para ver o fantasma novamente . Para Liz era tudo uma grande e emocionante aventura mais o sobrenatural e algo que as vezes pode ser perigoso.
Na noite seguinte Liz se postou na janela, não demorou muito e logo avistou pairando uma forma etérea , exatamente como nos filmes, parecia ser uma mulher de longos cabelos loiros vagava pela muralha, a menina pode ouvir claramente uma voz que sussurrava – inocência – liz estava eufórica era maravilhoso , era o segundo fantasma, que ela via mais sua observação teve de ser interrompida pois de repente do nada nuvens fecharam o céu noturno e uma pesada tempestade começou a cair, ela já não enxergava nada a massa de agua obscurecia a visão a noite estrelada cedeu lugar a uma cortina líquida , Liz voltou pra cama um frio cortante entra no quarto. A tempestade repentina durou o resto da noite, na manhã seguinte noticias preocupantes chegaram a única ponte que ligava aquela região com o mundo exterior caiu devido a uma monstruosa enchente do Green River , normalmente um tranquilo riacho de aguas cristalinas , mais que se tornou um caudalosa e violento rio. A velha ponte de madeira não resistiu e caiu , levaria muitos dias para consertar os estragos isso deixou o castelo e todos em seu interior isolados do mundo exterior, os diretores do orfanato ficaram preocupados temiam pela segurança das garotas, mais o gerente do castelo hotel os tranquilizou – calma senhores esta tudo sob controle, vamos providenciar um transporte aéreo para vocês, helicópteros da guarda costeira serão mandados e logo vocês estarão de volta a sua cidade, não é a primeira vez que isso acontece, temos mantimentos aqui para durar seis meses , com certeza não precisam se assustar, - mais a situação era séria, os postes de luz aviam caído não havia comunicação por telefone, mais o castelo tinham um radio de ondas curtas, as autoridades foram comunicadas , mais estavam todos as escuras, a iluminação era a luz de velas e lamparinas a gás . A única pessoa que não estava nem um pouco incomodada era Liz, na verdade ela estava adorando poderia ficar mais tempo naquele maravilhoso castelo assombrado, além do mais os helicópteros só poderiam vir quando o tempo melhorasse, mesmo tendo a chuva pesada passado permanecia uma cerrada barreira de nuvens que impedia o voo de helicópteros , segundo observações meteorológicas enviadas via rádio, levaria pelo menos uns 10 dias para o nevoeiro se dissipar , Liz estava radiante teria mais tempo de observar e quem sabe fazer contato com as entidades do castelo , para Liz era tudo emocionante. Na terceira noite naquele lugar, Liz tomou uma decisão iria escondida de todos a noite até a muralha queria ver um fantasma de perto, ela não tinham medo sentia uma profunda curiosidade, e uma vontade louca de contatar o mundo dos espíritos . Sendo uma menina esperta e observadora ela descobriu uma passagem que existia entre o prédio onde ela estava hospedada e o castelo , por aquela passagem liz chegaria até a muralha , por volta da meia noite a menina corajosa , entrou pela passagem e chegou sem que ninguém suspeitasse subiu por uma estreita escadaria até o alto da mureta , chegando lá com uma lanterna para iluminar o caminho e com um casaco para se proteger do frio da noite , olhou fascinada a o seu redor a desolada construção abandonada a tanto tempo entregue aos intempéries , as pedras enegrecidas cheirava a musgo molhado, seus pezinhos deslizavam com alguma dificuldade , pelas pedras molhadas e verdes de musgo, a larga muralha formava um caminho sinuoso com tufos de ervas daninhas entre as pedras , liz olhava para o interior do terreno do castelo via dois vigias caminhando pela noite com suas lanternas passava pelos contrafortes do castelo pelo mesmo lugar onde o fantasma havia passado na noite passada, caminhou pela muralha sempre açoitada pelo vento frio, avistou uma alta torre a mais alta entre todas as seis que existiam no burgo, era uma visão impressionante e ao mesmo tempo aterradora , foi então que liz ouviu o som mais assustador que jamais havia ouvido em toda a sua vida , um som horrível uma mistura medonha de riso e urro animalesco, seguido de um choro de criança agudo de cortar coração e vinham da sinistra torre ao ouvir isso a menina sentiu uma sensação difícil de descrever, um medo, um pavor que jamais avia sentido na vida, Liz corre de volta até a escadaria nisso a chuva recomeça, por sorte ela não foi molhada, ela volta em segredo a o seu quarto sem que ninguém desconfiasse de nada. Liz jamais havia sentido medo dos filmes ou livros que lia, mais naquela noite diante da torre ela descobriu o significado da palavra medo. A menina mau conseguiu pregar os olhos durante a noite pensado no que ouviu, no dia seguinte ela indagou a um guia sobre a sinistra torre o homem explicou que aquela torre era proibida a visitação pública, era o lugar onde supostamente o primeiro proprietário do castelo William realizava suas horríveis praticas , sacrificando crianças a o demônio . Então ela entendeu o riso monstruoso e o choro de criança ecos de antigas perversões praticadas naquele lugar maldito. Liz não descansaria enquanto não descobrisse os segredos daquele lugar.
Apesar das noticias otimistas pelo rádio de que o mau tempo estava se dissipando a cerração não terminava , ainda precisariam passar mais alguns dias confinados no castelo , para liz era tudo que ela queria , naquela noite ela foi sem que ninguém percebesse até o castelo , não havia nuvens coberta com um casaco de pele, novamente estava na muralha , resolutamente ela caminho até a entrada da torre maldita , trazia consigo uma pesada chave que havia pego num velho e antigo armário , a destemida menina queria entrar na torre desvendar seus mistérios, para sua proteção ela levava um crucifixo e uma pequena bíblia, e um frasco com sal grosso , se houvessem entidades demoníacas na torre ela acreditava que essas coisas a protegeriam. A o virar a velha chave de ferro um rangido rouco e forte se ouviu, a pesada porta de carvalho foi se abrindo, liz iluminou o interior com sua lanterna era uma saleta escura havia teias de aranha e sujeira parecia que de fato ninguém nunca tinham entrado ali fazia séculos, a menina iluminou com sua lanterna as paredes musguentas que cheiravam mau , não encontrou nada de particular interesse viu então uma entrada com uma porta mais que aparentemente não estava trancada, a entrada conduzia a uma escadaria de pedra que serpenteava para o alto da torre a garota hesitou um pouco mais por fim colocou o pé no primeiro degrau, sentiu um calafrio percorrer sua espinha e pensou – e se o tal demônio Rendcap aparecer? O que farei? -mais não havia volta ela não iria amarelar ela queria descobrir os segredos da torre maléfica .
Enquanto se ouvia o tagarelar e o riso das garotas nas mesas apenas liz permanecia em silencio, envergonhada de si mesma por não ter tido coragem de subir a escada da torre , mau tocava na comida naquela manhã pensativa e furiosa consigo mesma – que droga como fui covarde era pra ter subido, e agora será que teria outra chance? – nisso ela sente uma mãozinha tocar seu ombro era Mariom – olá liz – oi Mariom – posso sentar ao seu lado – por que não – a pequena sentou e olhou com seus grande olhos castanhos e indagou - o que você viu lá na torre? – liz tomou um susto - o que ! você me viu – sim claro eu vi você andando na muralha – por favor não conta pra ninguém viu - tudo bem seu segredo está seguro, mais o que você viu ? – falando quase sussurrando ela diz – eu não vi nada, estava muito escuro encontrei uma escada mais não tive coragem de subir – fez bem liz, aquele lugar e do mau se eu fosse você eu não subiria mais ali – é Marion talvez você tenham razão não irei mais lá – ela respondeu para despistar a pequena, que sabia de suas escapadas noturnas até o castelo. Mais longe de desistir ela estava mais determinada a descobrir os segredos da torre amaldiçoada.
A previsão da meteorologia previa mais dois dias de céu nublado , então finalmente o helicóptero poderia descer e começar a transportar as meninas e os monitores do orfanato de volta para a cidade , seria a ultima chance de Liz descobrir os segredos da torre, naquela noite que seria a penúltima antes deles irem embora, a corajosa jovem se preparou para entrar novamente na torre a chave ainda estava com ela ninguém deu falta pois ninguém se importava com aquela torre arruinada afinal quem iria naquele lugar sinistro . Como nas noites anteriores a menina entrou pela passagem secreta, subiu a muralha e se dirigiu até a torre, foi com emoção e um certo temor que ela girou a chave na maçaneta da porta de carvalho, entrou no cubículo escuro acendeu a lanterna e vislumbrou a sinistra porta que dava acesso a escada que levava para o topo da torre, dessa vez ela não hesitou subiu os degraus musguentos e mau cheirosos a medida que subiu sentia um vento gelado mais estava com seu casaco que a protegia após dois lances de escada viu uma entrada na lateral da escadaria estava muito escuro, tomando coragem ela iluminou o interior da saleta, uma revoada de morcegos bateu asas assustando a garota , a o iluminar o interior ela viu correntes enferrujadas jogadas no chão havia ganchos facas, um serrote, e pregos espalhados aquilo era uma câmara de tortura, havia uma mesa de madeira com braceletes de ferro usado para prender braços e pernas, notou também um chicote com pedaços de vidro colados nele, as lendas eram reais aquilo era mesmo a masmorra de tortura e horrores praticados talvez pelo perverso William , iluminando um canto viu uma ossada humana e um pequeno crânio partido ao meio , ficou apavorada com aquele cenário de horror e morte e teve ímpetos de fugir daquele lugar marcado pelo mau, saiu da sala mais criou coragem e continuou subindo suas mãozinhas tremiam ela agarrou o crucifixo e rezava baixinho oração de proteção, foi então que ouviu – haaaaaaaaaaaaaaa,haaaaaaaa – um grito de gelar a alma , em pânico liz desceu as escadas tropeçou e caiu no chão duro e úmido da escada, desmaio pois bateu com a cabeça no chão, após algum tempo inconsciente Liz acordou zonza e confusa então percebeu que não estava sozinha haviam alguém ali com ela sentiu uma presença, falou com a voz tremula numa mistura de medo e confusão – quem esta ai? quem esta ai? – agarrou o crucifixo como uma proteção tateando no escuro procurou a lanterna então ouviu uma voz calma e agradável – calma mocinha não precisa ter medo – de alguma forma a voz tinham um tom terno e amável - Liz que estava com medo e confusa foi se acalmando de alguma forma aquela voz transmitia paz e tranquilidade – quem , quem é você ? – sou um amigo não tenham medo eu não vou te fazer mau – uma sensação estranha de familiaridade ela começou a sentir era como aquela voz fosse de alguém que ela conheceu – você e muito corajosa mocinha a muito tempo ninguém entra nesse lugar – mais quem é você ? – digamos que eu sou alguém que você conheceu a muito tempo no passado – não entendo em outra vida? – isso mesmo – então você é um fantasma? – se você quiser me chamar assim – mais você e do bem? – claro minha filha, na verdade eu só estou tendo essa conversa com você porque você esta aqui de outra forma seria impossível - essa torre é um tipo de portal com o além ? – é uma ponte minha filha uma ponte, - durante todo esse tempo liz permaneceu no escuro nunca viu seu misterioso interlocutor – existem outros como você ? – sim infelizmente sim almas aprisionadas presas nessa realidade – são as almas que vagam pelo castelo ? – sim mocinha , infelizmente elas se recusam a partir presas a seus próprio passado - e aquele grito quem gritou ? – William o perverso – ele esta preso aqui? – até que sua sina se cumpra – qual a sina dele ? – pagar por seus crimes, suas perversões – mais quem o castiga – o senhor das sombras , o amaldiçoado Redcap – um demônio? – uma força das trevas, mais aqui ele funciona como um justiceiro – ele pode me fazer mau? – felizmente não , minha filha, ele não pode te tocar a função dele e torturar William, - e ninguém pode libertar William ? – não filha ele esta preso por sua própria maldade, ele escolheu esse caminho e deve pagar o preço de sua escolha – e quando terminar o castigo dele para onde ele vai? – isso minha filha só Deus sabe, só ele pode saber – o que aconteceria se eu subisse ate o topo dessa torre ? – você veria coisas horríveis que te assustariam pelo resto de sua vida , vamos chegou a hora de descer – Liz sentiu uma mão fria segurar a sua e a conduziu pelas escadas , durante toda a caminhada ela não ligou a lanterna não tinha coragem de ver o fantasma seu protetor, quando finalmente atingiram a base da torre, a presença se foi , ela percebeu que estava sozinha novamente ela sentia um entusiasmo e alegria tinha feito contato com o além ali naquela torre escura e velha que era um portal para o mundo espiritual, ela imaginou que o fantasma era um tipo de anjo da guarda , talvez ele fosse seu pai ou quem sabe seu marido em outras vidas passadas , ela não sabia, mais estava satisfeita, sua ida torre misteriosa e teve um vislumbre do sobre natural, voltou para seu quarto sem que ninguém desconfiasse, se debruou na janela e ficou olhado a muralha então uma forma surgiu, a principio um vulto com um brilho florescente, depois foi adquirindo materialidade ela pôde ver claramente um senhor de aparência distinta vestido a moda do século XIX , a distância não permitia ver muitos detalhes do rosto mais ele tirou a cartola da cabeça e fez uma reverencia, uma elegante saudação a Liz, ela compreendeu que ele era o fantasma seu protetor então sumiu em meio a uma espessa nevoa, nunca mais Liz tonou a ver aquela entidade ou qualquer fantasma pelo resto de sua vida.
FIM