As Inquietações de Satanás no Templo da Pedra de Orion

Capítulo 1 - Interceptação Diabólica

Havia naquele homem e em seus companheiros de viagem a velha pressa em chegar não importa onde. A velocidade devorando tempo, enquanto se aposta sangue em cada curva e a cada quilômetro ganho.

Satanás e seus anjos caídos se aproximaram com a patrulha, enquanto na estrada aquele homem e seus companheiros aceleravam fugindo da lei. Mas Satanás foi mais rápido e os interceptou no Km 666 onde pararam contra a vontade e por força da autoridade dada a Satanás sobre as coisas do mundo.

Eis que o Satanás, o Diabo e a Antiga serpente desceram da viatura e se puseram a interrogar e acusar aqueles homens, cujo o dolo não era maior que o de passar o mais rápido possível pela velha estrada do destino.

A grande acusação lançada sobre a face daqueles homens, réus da injustiça imposta por Satanás e seus anjos caídos, não pode ser revelada aqui, mas foi proferida diante deles.

Levados sob insultos e ofensas físicas, foram colocados na patrulha pela qual atravessaram dois portais dimensionais e prestes a atravessar o terceiro onde a Abominação, da qual não se pode descrever aqui, estaria lá os aguardando.

De forma abrupta, mandou Satanás que seus asseclas parassem imediatamente a condução. Havia entre um entre aqueles homens que era inocente de carne e espírito, e era preciso que fosse examinado entre eles aqueles que tendo pecado se condenasse e os que não tivessem pecado que o cometesse.

Antes que atravessassem o terceiro portal, também chamado de Terceira Margem pelos mais antigos, desviou se para o templo das almas perdidas. Os sacerdotes espirituais e malignos que lá ministravam culto de morte e adivinhação auxiliariam Satanás a descobrir pecados pelos quais condenar o tal homem sobre o qual não se viu nem mancha e nem dolo de pecado.

Capítulo 2 - Templo da Pedra de Orion

Passaram pela Gólgota, a análoga a da crucifixão de Cristo, mas paralela e lugar de blasfêmias terríveis e símbolos de abominação. Estes símbolos diabólicos ali forjados nasciam de escorrimentos de árvores mortas e podridão de pântanos, serviam para contaminar os santos e profanar almas puras.

Chegaram então ao Templo, também chamado de Pedra de Orion, pois ali estavam guardadas rochas vindas do céu que causariam futuramente muitas dores sobre os homens. Isto num tempo futuro chamado de Tempo das Grandes Dores, sobre o qual nenhum homem nascido de mulher ainda havia passado.

Em Pedra de Orion, tida por muitas como a joia rara de Satanás e culto de anjos caídos, foram levados os 5 homens, que antes se conduziam velozmente pela estrada antes que chegassem aos km 666.

O Grande Sacerdote, ao avistar os 5 condenados, se encheu de cólera e revolta ao ver se aproximando do Templo 1 entre os 5 homens que não traziam nem em sua alma e nem carne a corrupção e a concupiscência.

Deixou então Satanás, que 2 dos 5 homens fossem entregues ao Sacerdote como oferta de generosidade, respeito e súplica por seu atendimento especial. Estes homens foram levados para ante sala do Pentagrama Zebulon, onde teriam as almas terrivelmente preparadas antes de serem lançadas no abismo da dor visceral.

Gritos desesperados de horror apaziguaram o sacerdote, que pode então atender solicitamente Satanás e seus anjos. Os urros incomodavam até mesmo seus anjos e os homens restantes estavam imóveis diante de tanto terror. Mandou então o sacerdote que se encerrasse as portas, para que o atendimento espiritual não fosse prejudicado.

Encontrou facilmente o homem puro e entregou a Satanás os dois outros. Ele queria que o mal deste homem fosse revelado, pelo menos um mal que futuramente pudesse fazer.

Por que não aguardou então Satanás que chegasse a hora certa de tal homem? Não sabemos dizer, mas ele tinha a mesma pressa que aqueles homens tiveram na estrada, pelo menos é o que se dizia entre aqueles que testemunharam e viram estes acontecimentos.

Invocou então um demônio, também conhecido como Tarântula Nebulosa, pois tinha corpo de uma enorme aranha e a cabeça de um anjo profanado. Ele se aproximou lentamente do homem, com seus mil olhos vasculhou toda sua alma, até que achasse uma esperança de que cometeria um grande pecado.

Tranquilamente, foi o demônio contar ao sacerdote o que viu. Entregou enrolado em uma teia de milhares de fios a palavra que haveria de libertar aquele pecado.

Com pressa, tentou desembalar a palavra oculta, para que o homem pecasse logo e fosse devorado junto com os outros. Não conseguiu, mesmo tentando das mais hábeis formas.

O Sacerdote foi chamado às pressas, tinha o caso como resolvido, mas se espantou com o que viu. Jogou então jogos potentes de adivinhação e descobriu algo que tomou de surpresa o próprio Satanás:

"Este homem esta guardado para o dia do Grande Juízo. Esta palavra não pode ser dita ainda, mas será dita para os milhares de Santos, par que tu os prove com todas as dores e sofrimentos. Mas nem tu pode agora saber esta palavra".

Eis que se estava diante do ser mais ansioso que andava sobre esta terra... Sabia que cumprir os desígnios de Deus era como ser seu escravo e seu anjo lealmente submetido, o que o amargava profundamente.

Precisava fazer da sua forma as coisas e começou a buscar inquietantemente formas de fazerem as coisas serem como ele queria. Tinha que precipitar estes santos e antecipar seus pecados antes que chegasse o Tempo.

Capítulo 3 - A Providência de Azkarazael

Como senhor do Mundo, não poderia ficar inteiramente ocupado com isto, sem que colocasse a perder outras tarefas não menos importantes para se conduzir o mundo a perdição.

Criou então da lama deteriorada dos esgotos humanos, uma forma cadavérica e fétida. Este barro asqueroso foi levado ao Templo onde ganharia vida e poderes competentes para uma das missões mais especiais que as trevas já testemunharam: fazer cair um santo escolhido antes da hora.

Satanás o batizaria de Azkarazael, um nome de linguagem antiga e blasfêmica, cujo significado ainda seria guardado por mais um tempo. Havia pelo menos o nome e o corpo, mas a alma suja e hábil a lhe portar estava ainda por vir.

(Continua em o "Dominus et Magister Haereses")