O andarilho da noite
Posso afirmar em Araçatuba existem mais mistérios do que se imagina de uma simples cidade do interior..
Ai vai o conto de que começou em uma casa hoje patrimônio tombado, fica na região central da cidade posso dizer a rua mas não a localização exata da casa pois temo que o município possa gerar um processo.
A Rua é a 15 de Novembro veja a rua pelo google maps.
A mais de 40 anos a rua era reduto de prostituição motivada pela estrada de ferro que passava perto dali.
Hoje as casas são patrimônios tombados usados pela prefeitura como museu, artes, ali foi o inicio da cidade.
Uma casa em especial que no passado foi palco de uma briga que envolveu um ferroviário e uma prostituta gerou uma lenda urbana.
Aconteceu um homicídio, mas ao contrario do que se pensa o morto foi o ferroviário. Na maioria das vezes é a mulher.
O homem apareceu morto e mais estranho havia indícios de bruxaria no local.
Velas e pentagramas, sal e um livro de magia.
A policia interrogou a prostituta e segundo relatos da população ela foi presa.
Toda informação estava arquivado e sem computação e mais de 40 anos achar algo sobre o caso é impossível.
Falei com pessoas que moram perto das casas e tive sorte um senhor que vende caldo de cana me indicou o local atual de um morador que conhece a lenda.
Fui ate a casa dele bati palma ele abriu a porta um tanto desconfiado.
Logo me identifiquei e disse sou curioso por eventos sobrenaturais de nossa cidade o senhor sabe alguma coisa do andarilho da noite?
Seu lugrecio em torno de seus 80 anos parou pensou e disse: É só uma lenda.
Eu disse: com pouco de verdade? Ele disse: senta e começou o relato.
Ha muito tempo quando a linha ferroviária passava dentro de nossa cidade todos que trabalhavam nela se divertiam em casas perto dela, bebida mulheres etc.
Certa noite a policia foi chamada eu não sei o porquê, pois era casado e não fazia parte desta turma.
Uma mulher tinha agredido um homem de forma estranha. Foi o que contarão.
Primeiro tiveram relação sexual e depois a mulher deu algo ao homem que caiu no sono e fez algum tipo de ritual.
Mas historia mudava de versão o tempo todo.
Eu disse: O senhor falou com alguém? Seu Lugrecio disse sim. Falei com um ferroviário amigo meu já falecido, mas ele só disse sobre o ritual e disse não saber se a morte foi por esta causa.
Perguntei como estava o morto? Seu Lugrecio se levantou olhou e disse: Quem mesmo saber? Com certeza disse eu.
Ele se sentou e logo me disse: Eu não vi o corpo e tudo o que sei foi o que ouvi, segue o relato.
O corpo tinha um grande corte no pescoço e foi encontrada uma vasilha com um pouco de sangue. O que deu a entender que o sangue tinha sido bebido.
Velas negras um punhal estavam no local e muita gente tentando entrar, foi o que me disseram. Dai a historia se esfriou e caiu no esquecimento.
Mas e o andarilho da noite o senhor sabe algo?. Seu Lugrecio logo respondeu: A lenda começa ai e você já deve saber o restante.
Eu disse eu sei um pouco. Seu Lugrecio disse: Sua geração desconhece como você soube o andarilho? Outro amigo me contou a historia disse eu.
Vou lhe contar pois é raro jovens se interessarem por coisas antigas de nossa cidade disse seu Lucrecio e assim prossegui-o o relato..
Um homem foi visto varias vezes vagando pelos trilhos que passava pela região central da cidade.
Mas era mais do que um homem. Perguntei por quê? Um guarda o viu na linha e disse senhor sai dai é perigoso era altas horas da noite. O homem não respondeu o guarda foi atrás ao chegar perto viu o pescoço do homem e logo começou a gritar socorro, quando se virou o homem havia sumido.
O guarda atônito relatou a seus superiores, mas ninguém foi encontrado.
Eu disse houve mais aparições? Sim e muitas, sempre a altas horas da noite.
Taxistas viram e pessoas que andavam pela madrugada sempre encontravam a aparição.
Mas o aparecimento mais estarrecedor foi quando vinha um trem fora de hora. Era raro acontecer o trem vinha sinalizando e apitando logo o guarda fechou a cancela o trem passou e o guarda desmaiou em seguida.
Perguntei por quê? Segundo o relado do guarda o maquinista olhou para ele e sorriu, ao mexer a cabeça havia um corte sangrando do pescoço e o trem sumiu.
A empresa responsável pela estrada de ferro disse não haver trem naquele horário e foi apenas um surto do guarda. O guarda tem certeza do que viu.
E começou a tremer. Eu perguntei: acha que era o homem que foi morto.
Sim. E ficou em silencio. Depois disse: padres e espiritas benzerão a linha e nada a aparição continuou a andar pela linha ate ela ser removida.
Eu percebi algo estranho em seu Lucrecio. Estava tremulo a cor pálida. Resolvi agradecer e me despedi foi embora com uma pergunta na cabeça seu Lugrecio tinha passado pela experiência?
Dirigi-me ao homem que vendia caldo de cana o mesmo que indicou o seu Lucrecio e disse; Falei com ele. Logo peguei o caldo de cana e o homem do caldo disse: Ele lhe contou tudo? Eu disse sim. Sobre as aparições, sobre o trem e ...fui interrompido pelo homem que servia o caldo.
Ele falou do trem? Disse sim. Por quê? Ele não falava do trem a décadas eu soube por um filho dele. O que disse o filho eu já muito curioso. Ele não te disse perguntou o homem da garapa. Não! O homem disse em tom baixo. Lucrecio era o homem que estava de guarda na noite do trem.
Eu quase engasguei com a garapa de tanta emoção, e disse: nossa por isto ele ficou estranho tremulo com a face pálida como se estivesse vendo o fato naquele exato momento!
Ele foi testemunha ocular era mesmo de arrepiar. Paguei a garapa e fui embora. Eu estava com uma testemunha ocular, mas não voltei lá tive medo pela a idade dele de ele ter um surto.
Voltei ao seu Romulo o que me contou a historia da 1° vez e soube que no passado eles eram amigos e trabalhavam na ferrovia. Seu Romulo também havia visto o andarilho da noite, pois o mesmo trabalhava na cancela.
Eu não sei dizer nada a respeito do assassinato, pois não ha documentação ou evidencia de tal homicídio. Que a aparição existiu não tenho duvida o interior paulista também tem seus mistérios. Quando vir para cá cuidado com o andarilho da noite... Toda lenda tem um pouco de verdade.