Desejos Malignos - Parte 1
Desejos Malignos
Parte 1
Ele era um jovem normal, que não possuía nada de excepcional. Em plena forma dos seus quase 30 anos, trabalhava em um bom cargo numa empresa de grande porte, tinha um carro, morava sozinho, cumpria com seus compromissos para com a sociedade e comparecia a igreja todo domingo para cumprir seus compromissos com o divino.
Sua vida aos 20 era um resultado de uma infância feliz, embora marcada pela permanente ausência de seu pai, bombeiro que falecera alguns meses antes dele nascer. Apesar da tristeza, isso nunca fora uma chaga em sua vida, pois se lhe faltava a presença do pai, lhe sobrava a da mãe, sempre próxima para ajudar e educar o filho.
A vida passava, e ele finalmente chegara aos 33 anos. Sempre lhe ensinaram que essa era uma idade por demais especial, pois era a idade em que Cristo, nosso senhor, fora crucificado. Portanto nada mais certo de que todo cristão dedicasse o máximo de tempo possível dos seus 33 anos, à atividades da igreja.
Aos 33 anos porém sua mente de estava por demais voltada aos assuntos mundanos. A vida empresarial consumia seu tempo, o fato de ser um solteiro na casa dos 30 atormentava sua alma. As contas e as cobranças, os desejos, tudo lhe servia lhe desviar a atenção dos assuntos do senhor, o que para ser sincero, não o atormentava nem um pouco. Sua fé agora era a aposta que fazia na loteria todas as segundas. Seus pensamentos eram consumidos por vícios. Garrafas de puro malte e maços de indonésios mentolados eram itens obrigatórios em sua vida.
Sua idosa mãe porém se preocupava e muito com essa atitude do filho. Não havia dia em que ela preocupada, se perguntasse sobre o que teria acontecido com a educação religiosa que sempre dera ao garoto. Onde estava aquele menino que orava antes das refeições e antes de adormecer? Onde estava aquele menino que tossia e lançava olhares de reprovação para aqueles que ousavam destruir com venenos, os seus próprios corpos?
E assim foi, até que o inverno chegou,e nele a pobre mulher adoeceu. Fora assombrosa a velocidade com que seu corpo sucumbiu, para o espanto dos médicos e o desespero do filho, que quase a acompanhou ao outro mundo no dia de sua morte. Foram necessárias doses e mais doses de calmante para mante-lo sob controle. A dor pesava em seu coração, pois nos últimos anos havia abandonado sua mãe e seus ensinamentos. Tolo rapaz! Quem era ele para esnobar dos conhecimentos de um vida inteira, que mãe lhe passava?
A noite, ainda desconsolado, porém mais calmo, ele saiu do hospital e rumou a um pub. Não um pub tradicional, mas um daqueles pubs modernos, mais voltados para o público universitário e pós-universitário. Um espaço que reunia algo entre um pub tradicional e uma danceteria. Chegando foi ao bar, e lá pediu a primeira, pediu a segunda. As horas passavam e mais doses eram pedidas. Próximo a meia noite, sua mente torpe sequer se lembrava do que acontecera naquele dia.
Em determinado momento apareceu uma moça. Era bonita. Loira, alta, e principalmente embriagada, como ele. Ambos se esbarraram no balcão, tentando pedir em vão mais uma dose ao barman, e lá ficaram, conversando sobre coisas aleatórias, de uma maneira que qualquer pessoa sóbria jamais entenderia.
Se aproximavam das duas da manhã. O lugar se preparava para a fechar quando ambos decidiram sair. Ela o convidou para um última dose em sua casa, e ele aceitou. Vinte minutos depois e ambos estavam no taxi, outros 20 e já estavam nus na cama.
Sexo combina com muitas coisas, inclusive o álcool. Seus corpos unidos, atuavam como se fossem apenas um. Gritos de prazer ecoavam em alto e bom som pela noite, interrompidos apenas pelo badalar do velho relógio que anunciava as 3 da manhã. 3 da manhã...
Nesse momento ele a olhou. Seus gemidos sumiram de sua mente. Ela pedia algo que ele não conseguia entender. O pescoço, ela queria que ele acariciasse o seu pescoço, o que seria uma boa idéia, ele pensou. Suas mãos duras se encontram com a pela macia daquele pescoço. Ela voltou a gemer. Algo lhe dizia para apertar mais, e seja á o que fosse a coisa estava certa, pois quanto mais ele apertava mais ela gemia. Ele apertou mais e mais, e os gemidos virara gritos de puro prazer, até que... silêncio!