Semente da serpente
Odiei o seu olhar desde que nasceu, era algo involuntário. (Quase bobo). Mais mesmo assim me era tão forte como um café matinal. A verdade é que nunca entendi o que eu era. Porque pensava diferente? Por que agia daquele jeito? Há respostas que não vem ao acaso e são apenas oferecidas quando já é tarde demais.
Todo mundo sabe que ninguém é perfeito vivo com esse conceito desde pequeno, quando não me era querido, a preferencia sempre era o outro. Ciúmes, inveja. Era apenas o começo. Nosso pai era como um deus que sempre escolhia, sempre tinha uma preferencia.
Cresci com minha consciência atrofiada, tinha medo do mundo. Era ranzinza e estressado. Não era engraçado como ele, nem mesmo amado como tal. Era um adolescente amargo e chato, sem amigos que vivia no meu casulo. (Mais não seria uma borboleta que sairia.) Tinha medo do que me tornava a cada pensamento a cada vontade, sonho.
Pesadelo.
Foi numa noite de sábado tudo estava escuro, o um ódio empaquetava minha mente de tal forma que só tive noção do que tinha feito no fim do êxtase.
Uma faca brilhava em minha mão o sangue era prateada ao brilho da lua. Ele tinha caído embaixo do balanço preso a macieira no nosso jardim.
-Porque você fez isso Maic?
Essas foram as ultimas palavras de meu irmão morto.