Terror da Locadora ou (Do menino que nunca foi lá)
Era uma vez o local sagrado de toda sexta noite ou sábado de manhã, onde pessoas se reuniam para conversar, trocar experiências e alugar um bom (às vezes nem tanto) filme... Tinha pessoas que só levavam um outras levavam mais, mas no final todas acabavam ficando satisfeitas e repetiam o ciclo semanalmente. Palavras, silabas, letras... Tudo muito bonito, corredores cheio de cultura, cheio de memórias, cheio de sonhos de outras pessoas que adoravam nos fazer sonhar acordados, que adoravam nos inspirar a ser mais sonhadores, mais realistas, mais humanos, mais curiosos, mais... Sempre ser mais. Infelizmente a quantidade de pessoas foi diminuindo, aquelas caixas com sonhos em forma de Dvd’s foram criando poeira. Quatro, Três, Duas, Uma, até que apenas a balconista entrava e saia por aquela porta. Porta esta que está escrito:
“Vende-se 4 Dvd’s por 10 Reais. TODA A LOJA. Fecharemos em 5 dias”
Algumas casas de distância mora Jorge um adolescente em formação: Ouve rock achando que é o único estilo que presta, vai ao cinema apenas pra assistir aos filmes da Marvel e vez ou outra baixa filmes indicados ao Oscar pela internet.
Rosangela mora ali perto também com seus vinte e dois anos na identidade, é uma cinéfila que depois que assinou Netflix não consegue mais sair de casa (nem pra ir ao seu lugar preferido que é o Cinema.) Uma vez assistiu um filme que gostava muito, depois o algoritmo “milagroso” selecionou mais filmes parecidos com aquele que gostou, depois de novo, de novo, de novo, de novo... Até que um dia começou a assistir o mesmo filme repetidas vezes.
Bruno cinéfilo colecionador, gosta de filmes europeus (principalmente os franceses) por isso fica horas no computador baixando filmes franceses. No campo de busca do Google sempre encontra vários Blu-ray e Dvds de seus filmes favoritos para comprar vez ou outra o Google usa um algoritmo para achar alguns filmes que ele vai gostar também. Obviamente todos Franceses.
Um menino que anda descalço passa perto da locadora e vê uma caixa de papelão olha para ela e vê uma grande oportunidade de se proteger da chuva que está por vir. Andando até a caixa percebe que não está vazia, quando abre-a e vê mais um monte de caixas com capas na frente. Sabe mais ou menos do que se trata, sabe que tem algum valor, mas não tem coragem de jogá-los fora. Sente um aperto no coração e no estômago, decide deixar um filme em cada caixa de correio das casas próximas.
Feito isso o menino consegue finalmente se abrigar da chuva e não sabia se era sua sanidade indo embora ou sua cabeça palpitando pela chuva batendo no chão, mas conseguia ouvir choros, risos, gargalhadas... Conseguiu sentir as lágrimas escorrendo, o sorriso se formando, as palmas incessantes. Teve uma hora que não tinha dúvidas que está ficando louco, vê pessoas saindo na rua pra gritar.
"O mediador entre a cabeça e as mãos deve ser o coração!"
“Dave, minha consciência se esvai. Estou sentindo.”
“Eu vejo gente morta.”
"Estranho como a vida de um homem toca todas as demais."
“Quando o dedo aponta para o céu, o idiota olha para o dedo!”
“Você nos enxerga como você deseja nos enxergar.
Em termos mais simples e com as definições mais convenientes.”
“A vida passa muito rápido, e se você não curtir de vez em quando, a vida passa e você nem vê.”
“I'm singing in the rain
Just singin' in the rain
What a glorious feeling
I'm happy again”
“vocês não podem brigar aqui. Essa é a Sala de Guerra.”
“Big Mac's is Big Mac, but they call it le Big-Mac”
“Então imagino que se o mundo é uma grande máquina, eu também estou nele por algum motivo. E isso significa que você também está aqui por alguma razão.”
A balconista anda até a porta e a tranca! Irão fechar antes do tempo, uma lágrima escorre pelo seu rosto, o coração amolece. Mas a locadora viveu bons tempos, outros muito maus... Mas está na hora de dizer adeus. Balconista gira a chave, mas quando vai guardar no bolso a chave voa, tenta segurar porém está forte demais e não entende o motivo... Mas sabe que está na hora de largar. A chave acelera até grudar na lateral de um misterioso objeto em forma de bala de um canhão que começa a soltar fumaça embaixo... Voa, voa muito alto. Todos que estão na rua olham para cima, lá no alto veem esse objeto indo em direção à lua, a bala fere-a no olho.