Sombra – Ato V – Capítulo 8
 
   Chegamos a lua e Destino pediu para que eu me calasse e apenas falasse quando fosse solicitado. Caminhei até um prédio com algumas marcas em sua fachada, era alguma língua estranha, não consegui decifrar nada, lá dentro havia uma pequena cadeira me sentei olhando para aquela enorme parede azul, enquanto uma enorme mesa grandiosa se materializava em minha frente.
-Senhor Frederick, estamos aqui hoje para julgar seus atos e condutas, assim poderemos decidir se o senhor é culpado ou não pelo ocorrido na Terra. – falou um corpo de luz amarelo que logo se transformou em um humano com uma aparência robusta e de meia idade.
   Me ajustei na cadeira em silêncio, esperando mais algum dos membros da mesa se pronunciar, e então um homem de olhos verdes se levantou.
-Acredito que o garoto não tenha feito nada por mal, em sua situação eu teria feito o mesmo irmãos, faria de tudo para manter a segurança daqueles iguais a mim, minha família. – ele olhou para os outros dois sentados a mesa que não tiveram reação.
-No que me diz respeito. – se levantou o homem de olhos vermelhos. – Liam usou de forma indevida seu poder e com ajuda da lança de Destino, os derrotou sem deixar o adversário reagir. Mas sim, essa conduta em meu ponto de vista foi necessária e o considero inocente. – completou.
-Obrigado. – respondi enquanto o trio me olhava.
-Pode se retirar Senhor Frederick. – falou o primeiro senhor, de olhos amarelos.
   Encontrei Destino fora do prédio, ele segurava sua lança e me olhava intensivamente. Foi quando voltei a pensar em seu corpo, quem era aquele humano que ele se parecia e por que haviam dito que ele era tão importante.
-Quem é o dono dessa sua forma humana? – perguntei.
-Eu, apenas.
-Mas como assim? Derek havia dito que ele era importante em nossa história.
-Liam, eu tenho uma forma em cada planeta desse universo, tenho olhos e ouvidos em todos os lugares e naturalmente eu teria de ser um humano em seu planeta.
-Onde eu poderia te encontrar?
-No Brasil, perto de onde encontraram sua amiga Eduarda. Mas isso não é importante agora entende? Você virá comigo, quero que volte para a Terra mais maduro e não se preocupe, quando voltar estará no céu, exatamente no mesmo dia e horário. Digamos que eu parei o tempo até voltarmos.
-Okay, para onde vamos?
-Para uma das luas de Júpiter.
   Destino apontou a lança para mim, pedindo para que eu a tocasse, naquele toque, viajamos bilhões de quilômetros em apenas um segundo. Eu estava sobre a terceira lua de Júpiter, olhando para aquele enorme planeta.
-Lindo não é? Minha criação preferida, digo, de planetas claro.
-Como se cria um planeta?
-Quando se tem poder ilimitado qualquer coisa que você imaginar se torna real.
-Belo dom.
-Está vendo ali? – perguntou em direção ao sul de Júpiter. – É para lá que nós iremos, você não sairá daqui o mesmo, jamais. Preparado?
-Sim.
   Ele me lançou contra a gravidade e logo cai sobre o solo, tudo parecia escuro, mas consegui enxergar algumas pedras. Júpiter tinha seus segredos. Percorri alguns metros ainda um pouco tonto, tentando me orientar conforme a lança de Destino me guiava. Vi um pequeno vulto em minha frente, parecia uma garota, cabelos cacheados, me aproximei devagar.
-Eduarda? O que faz aqui?
 
 

 
 
 
 
Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 25/08/2015
Reeditado em 25/08/2015
Código do texto: T5359090
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