Perdão
Seus passos ecoaram por todo o salão,as pessoas viraram para olha-la,realmente,saltos finos em pisos de marmore fazem barulho mas a pessoa dela ja chamava atenção...Vestia um espartilho negro e um saia pregueada minima alem das botas que lhe iam ate as coxas.O cabelo negro quase lhe cobria o rosto sem expressão.
Quatro homens entraram atrás dela,todos de sobretudo negro,oculos escuros e fuzis de porte militar.Eles fecharam as portas da igreja silenciosamente.
- Boa noite à todos... - Ela cumprimentou seguindo até onde estava o padre sem olhar ninguém. - Não se preocupem,seremos breves,continuem todos sentados e calmos,logo vai terminar...
Os homens engatilharam suas armas apontando-as para todos.Algumas crianças começaram a chorar e algumas velhas a rezar.
- Perdoe-me padre porque pequei... - Ela começa apontando sua pistola automatica para a cabeça do padre.
O padre faz o sinal da cruz,sua frio,engole em seco mas tenta se manter calmo.
- Minha filha,abaixe essa arma e conversaremos sobre seus problemas...
Ela ri sarcasticamente,aponta a arma para a cabeça do coroinha e atira.O sangue respinga por todos os lados.
- Ah padre o senhor não me conhece,eu tenho 50 mortes nas costas,51 agora.Eu vivo disso,mato as pessoas por dinheiro...Mas agora eu vou morrer,do maldito cancer padre,preciso do seu perdão para fechar os olhos em paz...
Chocado o padre limpa o sangue que respingou em seu rosto,sua expressão é de puro medo.Ele só consegue murmurar.
- Meu Deus...
Ela volta a apontar a pistola para a cabeça do padre.
- Isso padre,continue eu não tenho muito tempo.
Ela tosse e cospe sangue no chão.Um homem tenta levantar de um dos bancos e é automaticamente morto por um dos cumplices dela.Algumas mulheres começam a chorar.
- Calem a boca! - Ela grita um pouco rouca. - Continue padre...Rapido.
O padre fala algumas palavras em latim,ela baixa a cabeça,de sua boca sai sangue que escorre para o chão.
Uma mulher grita e leva tiros,uma velha tenta ajudar e também é morta com uma bala na cabeça.O padre reza mais rapido.Um dos cumplices olha no relogio,dez para as dez.
- Padre,eu me arrependo de tudo que fiz e aceito o perdão de Deus,espero ve-lO em breve... - Ela sorri.
- Está absolvida minha filha. - Diz o assustado padre.
As portas as igreja são abertas bruscamente,uma gangue rival entra atirando,muitos são atingidos,tiros são trocados,o corpo dela é perfurado varias vezes.Ela cai de joelhos e depois deita no chão,o sorriso ainda esta em seus lábios.
O padre também cai com balas pelo corpo,ele se treme todo se esvaindo em sangue.Os cumplices também caem um a um,mortos.
Uma criança loira se arrasta por debaixo dos bancos,em meio aos corpos sujando seu vestido branco ,chega perto da matadora que diz.
- Uns morrem e logo outros tomam seu lugar...Adeus mundo cruel...
Uma lagrima vermelha escorre pelo rosto da matadora enquanto ela morre.A criança lhe fecha os olhos e limpa a lagrima provando-a.
Seus olhos brilham,ela fala baixinho.
- Padre,perdoe-me porque irei pecar...