Coringa - Baile Macabro
Sexta-Feira duas da madrugada na cidade de Fallen. A chuva forte caindo, estouros e raios um atrás do outro. Barulho da chuva na telha ensurdecedor, porém lá dentro de um enorme galpão ninguém ouvia nada, a não ser a bela melodia de uma canção dos anos 80. Pessoal da terceira idade dançando enquanto jovens adolescentes em suas respectivas mesas enviando sms para quem quer que fosse. Uma noite muito normal, mas por que tão normal assim? Se na noite anterior uma notícia abalou toda a cidade. O pior assassino de todos os tempos tinha se transferido para o hospício local. Coringa deixou Gotham e agora está vivendo em Fallen. A cidade ficou um caos, mas essas pessoas não ligavam nada, só queriam se divertir.
Enquanto isso no hospício o enfermeiro Jason ouve uma risada fantasmagórica, uma risada que faria qualquer um ter frio na espinha. E foi o que lhe aconteceu. Os pelos da nuca se arrepiaram. Ele andou até o final do corredor. A cada porta que passada uma nova risada macabra, a cada porta ficava mais macabra ainda. A cada passo uma nova gota de suor caia de seu rosto pálido. Última porta da direita estava aberta. Escancarada. Lágrimas começaram a escorrer. Jason entrou no quarto. Na parede a sua frente logo acima da cabeceira da cama está escrito uma mensagem com uma tinta vermelha:
“SORRIA. VOCÊ ESTÁ SENDO OBSERVADO”
Um pavor lhe tomou conta. Raios e trovões cada vez mais fortes. Uma voz cheia de sarcasmo e insanidade ressoou no quarto.
- Você já dançou com o Diabo a luz do luar? – Com as pernas tremendo Jason virou-se. E viu uma figura magra e alta. Com um cabelo escuro e pele pálida... E um sorriso assustador, psicótico, macabro.
- Por que o susto jovenzinho? Nunca viu ninguém sorrir? – Uma risada fantasmagórica surgiu da boca dessa figura esquisita. Jason notou algo familiar na figura.
- Coringa!?! – Jason sentiu uma dor no peito como se estivesse sido perfurado por mil e uma facas ao mesmo tempo.
- Não. O coelhinho da páscoa – Risadas. Risadas. Risadas fantasmagóricas e macabras.
- Por favor, não me mate – Implorou Jason. Risadas. Risadas. Sorriso macabro que nunca saia do rosto.
- Mas já implorando? Essa foi fácil – Risadas. Coringa tranca a porta do quarto com o Jason lá dentro.
- Bons sonhos. – Coringa ajeita sua gravata verde – Bye bye – Risadas. Risadas.
O baile estava lindo, muito lindo. Mesas por todos os lados. Um grande espaço para dança no meio do salão e um palco para uma bandinha. Idosos dançando de um lado para o outro, jovens com seus celulares. Tudo muito bonito, bonito demais para uma cidade que acabou de abrigar um criminoso cruel.
Assim como o sono, que chega forte e de mansinho ao mesmo tempo, treze homens invadem o local com metralhadoras na mão e máscaras do Freddy Krueger no rosto. As pessoas se apavoram, umas ficam imóveis e outras se jogam no chão. Trovões ainda lá fora. Uma figura aparece em cima do palco. Terno roxo. Calça roxa. All star. Cabelo verde escuro, quase preto, caindo por cima do olho direito. Pele branca como a neve. Um sorriso fixo assustador e macabro. Coringa. Ele vai à frente do microfone.
- Sabe pessoal, apesar de a vida ser um mar de rosas... Vocês caíram nos espinhos. Música maestro – Dois de seus capangas sobem no palco. Um vai até a guitarra e outro à bateria. Começam a tocar e o Coringa começa a cantar. Enquanto seus capangas vão fazendo a festa.
- *cantando* Quando o mundo está cheio de preocupação e todas as manchetes gritam desespero. Quanto tudo é estupro, fome e guerra... Então, só há uma coisa certa a fazer. Você deve sorrir... –
Seus capangas estão batendo nas pessoas e destruindo todos os objetos que aparecem em seus caminhos.
- *cantando* E tem mais, se a sua mente estiver pesada, você pode apelar pra uma cela acolchoada... Troque sua vida de agonia por uma cama e injeções duas vezes ao dia... –
Paredes estão sendo pichadas com os dizeres “CORINGA ESTEVE AQUI”
- *cantando* Vamos lá não se acanhe. Quando você até aqui vir... A melhor coisa pra fazer é... SORRIR *terminando de cantar* -
Risadas. Risadas. Risadas fantasmagóricas e macabras. Coringa desce do palco e vai até uma criança de, mais ou menos, dez anos.
- Não gostou da minha música garotinho? – A mãe do menino ficou desesperada e começou a gritar – O deixe em paz – Coringa bufou – Calem a boca dela – Seu capanga mais próximo colocou uma fita na boca da mãe do menino. Coringa voltou a olhar para ele.
- Anda. Responda-me. – Risadas. Risadas. Menino em transe não fala nada.
- Vamos. Vou te dar duas opções. Essa você vai ter que responder. Opção A, você morre com um tiro na cabeça, e eu deixo sua mãe viver. E opção B, ela morre com um tiro na cabeça e eu deixo você viver. Tic Tac, tic Tac. – Menino apenas começou a chorar.
- Será que vou ter que matar os dois? Daqui a pouco a polícia chega. Tem que escolher rápido. – Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez – Matem os dois. – Coringa vai andando até a porta de entrada ao som de dois disparos.
Ao sair para rua naquela tormenta. Coringa puxa algo do bolso. E aperta um botão vermelho. O galpão inteiro explode.
- Se você iria explodir tudo, por que deu duas opções para o menino? Ele iria morrer do mesmo jeito. – Pergunta um dos capangas.
- Se a vida te der duas opções. Ela vai fazer algo para que você não consiga nenhuma delas. – Risadas.
*Personagem Coringa(Dc Comics)
** Conto baseado na HQ Batman – A Piada Mortal (Alan Moore) e no filme Batman (Tim Burton)