ALUNO TRANSFERIDO
Quando o meu novo simestre começou, na cerimonia da abertura o meu professor deu nos um estranho aviso.
No qual dizia que era estritamente perigoso andar nas ruas a partir das 18:00.
Tinha um assassino solto na cidade que tinha ja registado mais de 12 mortes...
De facto a minha cidade era grande, e ate os meus pais proibiam me andar depois da escola e todos sentiam que cada vez era mais perigoso andar a noite pela cidade.
As aulas seguiram...tudo continuou como era antes, mas seguiu se outro aviso do nosso professor, que tinhamos um novo aluno transferido para a turma.
Quando ele entrou todos calaram-se.
Ele era alto, tinha um tom de cabelo raro, era vermelho.
Os seus olhos não traziam nada, como se fossem cristais verdes sem sentimentos.
E os nossos dias de aulas continuaram.
Quando podia tentava falar com ele.
Chamava se Astin e era tudo o que ele me disse.
-Porque é que mudaste para esta escola?-Perguntei num destes dias...
-Assuntos pessoais.-Murmurou ele sem nenhuma simpatia.
-Gostas de estar nesta escola ou na tua antiga?-Disse eu olhando para ele.
Por momentos parecia que os olhos transtornaram de alegria mas depois desapareceu.
-Tanto faz.-Respondeu ele.
Não costuma falar muito e os colegas perderam, rapidamente, o interesse nele, mas eu não.
Eu não tinha amigos quase nenhuns e não havia graça deixa-lo de parte sem falar com ele.
Passaram se alguns meses, eu podia os chamar de pacificos mas havia cada vez mais mortes e assasinatos de alunos da minha escola.
Os seus cadaveres eram sempre muito deformados e torturados e era muito habitual, agora, ter policia todas as vezes na escola para inqueritos.
Fiquei mais proxima do Astin porque ficava sempre nos trabalhos e em alguns deveres com ele.
Depois da escola, já não se via alunos dar passeios para cafes ou parques, todos tentavam chegar a casa enquanto ainda não era tarde.
Eu perguntava me como podia ser o assassino, sera que é apenas uma pessoa? talvez um grupo de pessoas?
Não sentia medo nenhum em relação a isso.
Uma vez, o nosso diretor de turma, pediu a mim e ao Astin para ficar na escola depois da escola.
Era o nosso turno de limpar a sala.
Enquanto limpava as mesas aproximei me da janela que dava para a saída da escola.
-Não tens medo de voltar para casa quando ja estiver a anoitecer?-Perguntou Astin.
-Não.-Respondi sem olhar para ele.-E tu?
Parece que ele desabafou um riso.
-Porque é que eu haveria de ter medo? Não sou fraco.
Quando acabamos ja passavam das 17:30.
Saimos ambos da escola, mas aí separamos.
-Boa sorte com o assassino!!-Riu se ele, despedindo de mim.
Começei a andar rapidamente para casa, o maximo possivel antes das 18:00.
Cheguei a casa muito antes das 18:00, ja que a minha casa não ficava muito longe da escola. e a noite caiu...
Me pergunto se Astin tambem ja tinha chegado a tempo.
No dia seguinte na escola, todos falavam que havia mais um aluno estrangulado e que este era da nossa turma...
Astin não me disse absolutamente nada.
E hoje como sempre, é o nosso turno de novo para limpar a sala, mas Astin pediu autorização ao professor para sair logo depois das aulas...deixando a sala so para mim.
Calmamente limpei tudo e trancando a sala passei pela sala dos professores para devolver a chave, saí da escola.
Para a minha grande surpresa perdi muito tempo na escola e estava ja escuro...
Não hesitei, achei que não poderia me acontecer nada...
Passavam uns 10 minutos das 6 horas.
Eu avançava rapidamente por entre as ruas mas cuidadosamente.
Não havia uma unica pessoa. Só vi uns 2 ou 3.
Em frente era a rua pela qual eu devia passar, era uma estreita e pequena rua que tinha agora muita pouca iluminação...
Não havia outra coisa a fazer a não ser atravessa-la...
Mas antes que eu pudesse mexer me ouvi sons.
Era algum ferro a cair ou algo pessado. A seguir gritos.
Notei que tinha sangue...foquei me vi alguem...
E ele dirigia se para mim...
Paralisei, não sei mais como descrever o que sentia...talvez ate nao sentia nada...
Quando ele estava suficientemente perto eu consegui distinguir mais alguem.
Ao lado dele, arrastava atras de si um corpo...
Pelo uniforme era da minha escola!
Reconheci alguem, aquele que estava a frente de mim...aquele que segurava um machado e estava completamente sujo por sangue era Astin.
Recuei para tras.
Ele riu-se.
-Ate que descobriste o meu segredo.-Disse ele, a sua voz era completamente diferente. Era cruel, fria e os seus olhos transbordavam de odio.
-Porque? Porque é que fazes isso tudo????-Gritei eu.
-Porque sou eu o ASSASSINO SOLTO! PORQUE SOU EU QUEM MATA TODOS! A VIDA DE CADA UM NA ESCOLA AGORA DEPENDE DE MIM!-Respondeu ele.
Eu não disse nada...
-Queres saber algo sobre mim?-Começou ele.-Quando eu andava numa escola, havia pessoas que odiavam me, eles praticavam bullying em mim.Uma vez trouxeram me para um armazem atras da escola e começaram a torturar me. Isso dava lhes prazer. Ate que eu tive uma oportunidade de escapar mas antes de ir, no exato momento, eu defendi me. Espetei um ferro no olho daquele que me torturava tanto. Os seus gritos despertaram em mim algo muito mais interessante do que eu vi.
Todos, mas mesmo todos quem eu escolho são os piores. ELES SÃO O PIOR DAS PESSOAS!!!!
-Mas estas errado!-Respondi...chocada.
-Não tenho mais escolha.-Disse ele suspirando.-E terei que te matar tambem, ja que es uma testemunha.
-NÃO! NÃO!
Ele avançou, eu recuei. Tentei correr...as minhas pernas paralisavam se cada vez mais e mais.
Ele consegui me alcançar.
-Desculpa. Ate te respeito. Foste muito corajosa em dizer que nao tinhas medo...-Murmurou ele.
Senti algo a espetar me no corpo...foi rapido demais...
Dor. Olhar.
Gritos. Sorriso.
Sangue. Lembranças.
Desespero. Proibições.
Sentimentos. Transtorno.
Desapontamento. Risos e palavras.
... E assim, a minha acabou ...
Nunca quebrem as regras
O que é proibido
É para o seu próprio bem
Nunca confiem em assassinos
Nunca andem a noite
Nunca vejam coisas que não devem ser vistas