“Fantasias da mente”
O telefone toca no interior da sala já quase vazia no final do experiente do consultório de psicologia da doutora Samanta.
Samanta já esta em pé apanhando seu jaleco nas costas da cadeira giratória onde ela atende seus pacientes.
Samanta olha inconformada para o telefone que toca insistente, ela olha em seu relógio de pulso, faz menção em chamar sua secretaria Neide, mas vê sobre sua mesa um bilhete escrito; - doutora, o teu paciente ligou, disse para não ir a sua casa, ele vai sair com uma garota e não pode lhe receber.
Eu lhe perguntei o nome, mas ele disse que a senhora saberia quem é ele.
Boa noite doutora Samanta, assinado; Neide.
Samanta atende ao telefone.
Porem, decidida em não atender mais ninguém.
Alo, alo, o telefone fica silencioso, mas Samanta ouve uma ofegante respiração, em alguns segundos, a linha cai.
Samanta se apressa em sair, ela não quer que o telefone toque novamente com ela no escritório da clinica.
O paciente é Fabio, um professor de matemática lunático que vê pessoas mortas por onde ele passa.
Segundo Fabio, as pessoas são mortas por ele mesmo, mas ele só percebe os assassinatos depois de receber ligação de uma mulher que o acusa dando-lhe detalhes das ocorrências.
Fabio encontra com uma garota de programa, os dois caminham entre arvores de uma enorme praça no entro de uma cidade grande, a noite é de verão, a lua brilha no céu cravejado de estrelas, por onde o casal caminha, as folhas das grandes arvorem retém o clarão pálido do luar.
Num determinado momento, a garota solta a mão de Fabio e o deixa ali parado, enquanto ela entra numa trilha fechada, ela adentra por entre as folhas, insinuando desejos de transar com o rapaz dentro da floresta.
Fabio a espera por alguns segundos, mas a jovem o convida a ir atrás dela, Fabio atende seu chamado, e a segue, porem a moça desaparece da vista do rapaz.
Fabio; - para com esta brincadeira, aonde você esta? O silencio toma o local, a moça não responde, Fabio insiste em chamá-la.
Num instante ela aparece por de traz dele e diz; - estou aqui, vem me pegar.
Fabio vira o rosto para ver a mulher, ela esta nua, o rosto encoberto por de trás de uma rama de folhas, Fabio retira a rama de folhas para ver o rosto da jovem e leva um forte susto, ele cai para traz totalmente travado, o rosto da moça esta desfigurado, ela segura numa de suas mãos uma faca e tenta matar Fabio, o rosto da mulher é de um cadáver.
Fabio apesar de aterrorizado luta com o monstro e o mata, cravando a faca que ela mesma segurava em sua cabeça, ao cair no chão à jovem volta a aparência normal, Fabio tenta fugir, mas é contido pelos guardas florestais.
Fabio desmaia e é levado pelos guardas para um hospital próximo de onde ele estava.
Ao amanhecer, o celular dele toca, ele atende, é uma voz feminina, a mulher da detalhes da ocorrência com tanta clareza como se estivesse na cena do crime.
Fabio pergunta a uma enfermeira sobre os guardas que o levaram para o hospital. A enfermeira responde; - o senhor entrou aqui sozinho, não havia ninguém com o senhor.
Fabio – como assim? Eu fui vitima de um ataque na praça central, reagi e matei a pessoa que tentava me matar e desmaiei, mas antes disso, dois guardas me pegaram, onde eles estão? Fabio esta novamente sozinho!
O comentário do rapaz estava meio confuso.
Samanta agora em sua casa, ela tem insônia a noite toda, por isso, não dormiu direito.
O telefone toca, é Neide; - doutora tem paciente esperando pela senhora, a senhora não vem trabalhar hoje? Sim, eu vou, já estou indo, pede a eles para me esperar um pouco.
Samanta deixa o aparelho sobre a cabeceira da cama sem desligar.
A empregada entra no quarto, pega o aparelho.
Neide ainda esta na linha.
A empregada coloca o aparelho no ouvido para verificar se tem alguém na linha do outro lado.
Alo, alo, diz a empregada.
Do outro lado Neide, oi, aonde esta a doutora? Ela esta no chuveiro, responde a diarista com tom irônica.
A doutora deixou o telefone na cabeceira da cama sem desligar.
Neide pede pra diarista desligar o telefone.
Neide se preocupa com a patroa, fica por algum instante, pensando no fato que acaba de presenciar e diz a si mesma; - a doutora Samanta esta precisando de férias.
Por volta de dez horas da manhã, Samanta chega a clinica, caminha apresada, embora não esconde o cansaço, usando óculos escuros, adentra a clinica e vai direta a sua sala.
Neide entra para entregar-lhe as fichas de pacientes, Samanta ordena a secretaria que as colocam no canto da mesa.
Neide procura saber da Doutora o que houve, mas ela prefere não responder; - vai Neide, vá logo e me chama o primeiro paciente, tenho que sair logo, tenho coisas a resolver na rua, vamos logo, vai molenga.
Neide estranha a intimidade da patroa com ela, mas se cala.
E se ponha a fazer o que lhe pede Samanta.
Durante toda à tarde, Samanta se mostra preocupada, ela desliga o celular, da sempre a entender que não quer falar com ninguém, ela pergunta sempre para Neide sobre quantas pessoas ainda tem na sala de espera, Samanta não olha na lista sobre a mesa e o tempo todo com óculos escuros.
Ao se aproximar à hora de ela sair, novamente o telefone toca, agora é Camila, uma garota menor de idade, Camila vai ao consultório de Samanta sempre acompanhada de sua tia, ou de um rapaz, seu irmão mais velho.
Mas hoje, ela liga para a psicóloga, Camila; - doutora, preciso de ajuda, tem homens em meu quarto, eles querem me estuprar, socorro doutora, socorro.
Samanta – fica calma, não se desespera, eu estou indo ai, eu vou com a policia.
Neide ouve Samanta e pergunta-lhe o que esta acontecendo, mas Samanta não lhe responde e novamente sai desesperada.
Neide sai atrás da patroa, fecha a porta logo em seguida.
Mas ao ver Samanta apressada entrar no carro.
Neide se lembra de ver o telefone fora do gancho.
Minha nossa, ela deixou o telefone fora do aparelho novamente, Neide retorna a sala e pega o fone, antes de colocá-lo no aparelho, ela tenta ouvir para constatar se a alguém na linha.
O telefone esta mudo.
Neide averigua a memória digital do aparelho e constata... Não havia nenhum registro.
Neide se preocupa, espera alguns instantes e liga para o apartamento de Samanta. Novamente a diarista atende.
Neide; - moça a doutora Samanta já chegou? Por algum instante o fone da Neide fica mudo, a diarista não responde.
Neide pensa em desligar o telefone, a diarista; - espera, espera ai, tem um carro entrando.
É Samanta, responde a diarista... Ela esta desorientada! Ao entrar na sala ela pede a empregada para lhe preparar um banho.
Com gesto irritado manda a empregada desligar o telefone.
Diarista; - doutora é tua secretaria, ela quer falar com a senhora.
Samanta; - desliga o telefone, eu não quero falar com ninguém.
A moça fala com Neide; ouviu? Ela não quer falar com ninguém, e desliga na cara da Neide.
Mais tarde Samanta fala com Camila, desta vês de sua casa.
A empregada ouve e desconfia que a patroa esta nervosa, a empregada ouve palavras de ordem de Samanta para com a outra pessoa do outro lado.
Samanta – calma Camila, nada vai acontecer, num instante entra na sala uma jovem ensangüentada, é Camila.
A doutora se apavora; - sai daqui, sai.
O fone cai de sua mão.
A diarista não entende, ela não vê ninguém, desesperadamente a mulher corre, ela pega o celular e liga para Neide e chama para vir à casa da patroa.
Neide vem apressada.
Ao chegar contempla uma cena inusitada, ela vê a patroa caída no chão, ela suplica misericórdia desesperadamente.
Neide liga para uma unidade móvel de socorro, imediatamente chegam os paramedicos e levam a doutora embora, ela foi acometida de um surto psicótico, e fantasiava cenas de terror em sua mente.
Nada existiu, Fabio era sua imaginação, da mesma forma a Camila.
Neide descobre tudo através de consultas aos hospitais citados em históricos telefônicos, Samanta teria fantasiado os personagens e as cenas as quais eles viveram. Samanta enlouqueceu e agora vive num sanatório.
Seu consultório, deixado as moscas, já havia dias que Neide reclamava a ausência de pacientes, mas Samanta ignorava a secretaria.
Neide volta ao consultório e fecham as portas, e se vai.
Mais tarde, meses depois, Neide entra noutro emprego e toma conhecimento de que Samanta esta sendo tratada nos Estados Unidos.
Pobre Doutora; - exclama Neide!
Bem que não via um paciente se quer na clinica, mas não percebi que ela estava enlouquecendo.
FIM