O mistério da família Euzébio (A grande descoberta)
Enfim chegamos a última parte, espero que se divirtam e se possível comentem sobre o que acharão. A opinião de vocês é de muita importância para mim. Um abraço carinhoso para aqueles que me acompanham e tenham uma ótima leitura
'O mistério da família Euzébio (A grande descoberta)'
Aninha pegou na mão de João e o trouxe até sua casa. Seus pais tinham saído para resolver assuntos familiares como de costume e a mansão estava totalmente vazia. A menina pediu para o garoto tomar um banho e depois comprou comida para ambos comerem. Logo após a refeição, João estava precisando de roupas novas, Aninha teve uma brilhante idéia de comprar roupas para seu amigo e o levou para a loja mais cara da cidade, chegando lá a doce menina disse:
- Escolha o que quiser meu amigo, você esta precisando de roupas novas e eu não irei deixar você andar por ai do jeito que esta.
- Nossa!
O pequeno menino não sabia expressar tamanha felicidade em ver tantas roupas bonitas e elegantes, sua reação foi tão grande que serviu para abraçar Aninha fortemente e lhe agradecer.
- Não tenho palavras para expressar minha felicidade, você realmente foi algo de Deus.
Um semblante de lágrima começou a se formar no rosto sofrido.
- Não chore meu amiguinho, por favor! Não terá mais motivos para chorar, apenas para sorrir.
João escolheu roupas elegantes e depois voltaram para a casa de Aninha, mas após adentrar na casa, receberam uma visita inesperada. Maurício estava sentado no sofá com a cinta nas mãos.
- O que foi que eu lhe disse Aninha? Diga-me? Você não esta cumprindo com o nosso acordo minha filha.
A menina diz em um tom triste:
- Meu amigo precisava de roupas melhores, de abrigo e principalmente de uma amiga.
Inconformado, indaga o Sr. Euzébio:
- Olhe veja só, o garotinho fedorento não está mais cheirando a cachorro molhado, e também esta bem vestido.
Aninha não agüenta e grita:
- Pare de falar assim do meu amigo!
Seu pai perde totalmente a paciência:
- Você ousa gritar com o seu pai sua cachorra?
O Sr. Maurício não aceitava por hipótese alguma que houvesse desrespeito entre sua família, ainda mais por parte de sua filha. Nessa mesma hora ele puxa a cinta e acerta o rosto da menina. A mesma cai no chão em desespero.
- Quer ser o próximo?
João se atira contra o pai de Aninha e arranha toda sua cara com a raiva que sentiu ao ver sua amiga no chão chorando em dor.
- Moleque atrevido, vou lhe mostrar com quem esta se metendo!
O garoto mal se levanta e recebe um vazo na cabeça, sem reação cai em desmaio.
Aninha estava chorando, não conseguia se levantar. O Sr. Maurício recolhe o garoto e logo em seguida diz para sua filha:
- Era isso que você queria? Pois bem, acabou de conseguir...
Os dois saem pela porta principal. Maurício joga o garoto no banco de trás do carro. A menina ao perceber o ronco do motor sai correndo, mas em vão.
Aninha aguarda a mãe para contar o que ocorreu, entretanto a Sra. Lúcia não aparece em casa nesse dia. A menina surta de vez e sai na rua tentando encontrar pistas sobre seu pai e seu amigo que pode estar correndo um grande perigo. Ela procura, procura, mas nada encontra. Depois de um dia de buscas que não renderam praticamente nada, a doce criança volta para sua casa chorando liga a TV quando de repente.
“Estamos aqui ao vivo na rua XV de Novembro onde encontramos o corpo de um jovem garoto. Ele não tinha documento algum, mas se vestia muito bem. Seu corpo estava em três sacos diferentes. Parece que a polícia investigou e chegou á conclusão que no primeiro haviam as pernas, no segundo os braços e o tronco e no terceiro se encontrava a cabeça. Uma pena para a família que ainda não identificamos. O menino parecia ter um semblante de tristeza, mas de qualquer modo esperamos que esteja em paz com Deus. Neste exato momento os sacos estão sendo levados para serem investigados concretamente para encontrar possíveis digitais e pegar o verdadeiro agressor de tudo isso.”
A pequena Aninha não acreditava no que estava ouvindo. Seria mesmo possível que seu pai fosse um assassino? Ou talvez não só ele, mas sua mãe. Isso atordoou a cabeça e a fez ficar fraca até que se dirigiu ao seu quarto e capotou na cama. Quando acordou, seus pais estavam na cozinha sentados discutindo. Aninha chegou até a sala cautelosamente e pode ouvir toda a conversa.
- Mais que merda em Maurício! Como você pode matar uma droga de uma criança?
- Aquele pirralho me deu nos nervos, não agüentei.
- Muito bem! E agora quando os policiais descobrirem estaremos sendo perseguidos, novamente!
- Vamos fazer como sempre fazemos. Mudar de casa, não é isso que fazemos?
- Já estamos ficando sem opção de casa, a não ser que mudemos de continente.
- Pois é mais aquela Aninha não pode ficar fazendo tantas amizades assim. Foi ela que me fez matar aquele fedorento e se as coisas continuarem. Estaremos lascados!
- Tenho que conversar com ela seriamente sobre isso.
Assim que ambos saíram para resolver seus problemas, Aninha ligou para a polícia...
Alguns minutos e duas viaturas encostaram na frente de sua mansão.
A menina os convidou para entrar e relatou tudo o que ouviu e também disse que foi seu próprio pai que matou o garoto que ela conhecia de nome João.
- Menina, você sabe que o que esta dizendo é muito forte e isso pode acabar prejudicando muito sua família.
- Eu tenho total certeza de tudo o que disse policial. Estou sem o que fazer, com medo e preciso que vocês dêem um jeito nisso.
- Se acalme esta bem? E um caso muito complicado meu anjo, mas faremos o possível certo? Por enquanto apenas aguarde o nosso contato.
- Muito bem, estarei esperando. Até mais.
Antes de sair, os polícias entregaram um gravador na mão da criança e disseram:
- Tente pegar qualquer esquema que eles estejam tramando, qualquer coisa será de grande utilidade para nós.
- Está bem!
Aninha voltou para o seu quarto e deixou o gravador dentro de sua calça. Quando os seus pais chegaram, ela fingiu que estava dormindo e ligou o dispositivo para tentar pegar qualquer coisa que ocorresse fora do comum.
- Viu? Não disse que ela estava dormindo Maurício. Nossa filha e a pessoa mais inocente nessa história.
- Cale-se mulher. Essa vagabunda vai ferrar com a gente ainda ouve o que eu estou lhe falando, entretanto vamos voltar para a sala.
Assim que seus pais foram até a sala de estar, a garota se escondeu atrás da parede e aproximou o dispositivo o máximo que pode.
- Certo, amanhã de manhã estaremos de mudança. Esses tiras nunca irão nos pegar. Bando de incompetentes, não sabem que quando se tem dinheiro, se tem tudo!
- Diremos a garota que iremos viajar para conhecer outros lugares, ela é tolinha vai cair fácil.
Mais a pequena Aninha não era tola. Estava gravando tudo e quando a conversa parou deu leves passos até sua cama. Pronto. Sua missão estava completa, agora era só entregar o gravador e as principais medidas seriam tomadas. Ela disse que esperaria a ligação do policial, mas iria ser tarde demais, então calçou seus chinelos de princesa que brilhavam e correu até a delegacia. Lá ela deu de cara com o mesmo cara que estava em sua casa algumas horas atrás.
- Menina! O quê faz aqui há essa hora?
- Desculpe, mas a situação está mais crítica do que parece.
A garota entregou o gravador para o policial e logo após a voz de alivio soou de um de seus amigos.
- Eu disse! Era esse o tal casal que estava matando as pessoas.
A menina pergunta ansiosa:
- Tem mais coisa envolvida meu senhor?
- Têm muito mais, eles matavam as pessoas de imobiliárias para ficar com a escritura da casa fazendo parecer que a compraram. Por incrível que pareça em todas as escrituras os donos já haviam assinado. Então eles matavam a pessoa e assumiam algumas dívidas pendentes. Isso já esta ocorrendo a mais de 15 anos e graças a você, amanhã de manhã chegará ao fim.
A menina retrucou.
- Mais não dava para fazer isso agora?
- Tenho que reunir toda a equipe e bolar toda a emboscada. Vá para casa dormir, amanhã isso estará acabado. Eu lhe prometo!
A menina voltou correndo para sua casa. Quando entrou foi direto para seu quarto, mas foi barrada.
- Olhe o que é isso? Um tipo de gravador? Creio que sim, e creio também que esta querendo me ferrar não é sua vadia? Mas eu irei ferrar você primeiro!
Maurício estava com cara de psicopata, não controlava seus movimentos e logo em seguida segurou a cabeça da menina fortemente ate que ela apagou. Quando acordou, estava amarrada de cabeça para baixo, meio tonta.
- Por que diabo quer me ferrar menina? Eu não sou o pai dos seus sonhos? Você sempre teve todas as coisas da melhor forma e agora quer acabar com tudo?
A Sra. Lúcia ao ouvir os barulhos levanta em desespero e vai até a sala.
- O que está havendo? Por que nossa filha esta de cabeça para baixo?
- Ela estava nos gravando Lúcia, esse pequeno saco de merda esta querendo acabar com tudo, mas eu não irei deixar.
Lúcia desesperada grita em agonia.
- A solte agora Maurício!
- Ninguém nunca irá gritar comigo, nunca mais!
Maurício arranca um facão de seu bolso e passa na jugular na esposa, sem dó, sem piedade. Ele não aceitava que gritassem com sua pessoa. É isso que acontece quando o desrespeitam.
- Seu monstro! Eu te odeio! Odeio!
Aninha só parou de gritar quando o facão veio de encontro a sua boca, sem reação só enxergou a escuridão.
- Agora você nunca mais irá gritar novamente!
Pela manhã, os policias cercaram a casa, mas a única coisa que encontraram foi um bilhete escrito:
“Acham que são espertinhos? 15 Anos me procurando, em vão. 15 anos de pura incompetência e falta de profissionalismo. Eu disse, disse a vocês que sou mais esperto do que qualquer um ai dentro. O resto, já aconteceu. As provas estão ai, lhes dou mais uma chance de me pegar. Mais antes de começarem sua busca. Um presente vos aguarda na varanda. Adeus, ou um até logo. Babacas”.
Os polícias se dirigiram até a varanda e lá estava ela. Aninha sem língua com a boca aberta e com um papel na testa escrito:
“Você quer ser meu amigo”?
Uma última palavra dos polícias:
- Oh, Meu Deus!
FIM
‘Obrigado por acompanharem meu conto, espero que tenham gostado. Tratei de colocar toda minha cabeça para trabalhar nessa última parte e acho que o final foi bem satisfatório. Até a próxima e um abraço carinhoso para aqueles que me acompanham’.