O mistério da família Euzébio #2
Galera me desculpem pela demora da segunda parte, estou passando por momentos complicados na minha vida sem falar nos trabalhos. Acredito que daqui a alguns dias o tempo esteja a meu favor para minhas histórias. Um carinhoso abraço a todos que me acompanham e vamos lá.
' O mistério da família Euzébio #2 '
- Filha, quantas vezes eu já lhe disse? Não quero ver ninguém aqui em casa esta me entendendo?
- Ele é meu amigo papai, não vejo problemas.
- Não vê? Você mirou os pés daquele garoto, ou ate mesmo suas roupas? Ele não tem modos, não quero que se misture com esse tipo de gente.
A doce menina fixou seu pai com rancor e indagou:
- Talvez ele não tenha condições para comprar as melhores roupas ou ter um par de chinelos. Isso não é culpa dele e o senhor devia tratar meus amigos de uma maneira mais adequada, pois eu fico muito triste.
O Sr. Euzébio fez uma cara feia e logo em seguida se retirou.
Aninha foi até o quarto de sua mãe Lúcia para conversar.
- Mamãe, tem um segundo?
- Claro que sim, algo esta lhe atormentando filha?
- Sim, fiz um novo amigo hoje e ele parecia ter um semblante de tristeza, suas roupas eram rasgadas e quando citei sobre sua casa, disse que não tinha horário para voltar. Estou me sentindo péssima por ele. Queria ajudá-lo com algumas roupas que o papai não usa mais e uma sandália.
- Filha, isso é muito complicado. Não queremos que você seja vítima de assalto nem algo parecido, eu recomendo que pare imediatamente essa amizade com esse garoto, não quero que sua pureza e beleza sejam manchadas por um estranho.
A pequena Aninha mais uma vez triste abaixa sua cabeça e diz:
- Entendo boa noite.
Na cama ela sonha com João. Nele João esta sentado no canto chorando em solidão, mas quando se aproxima o garoto desaparece. Depois do susto a criança acorda no meio da madrugada e diz para si mesma.
- Eu preciso descobrir mais sobre a vida desse garoto.
O dia amanhece mais uma vez, só que para Aninha, esse seria diferente.
A Sra. Lúcia e o Sr. Maurício não trabalhavam, disseram para sua filha que receberam uma enorme herança da mãe de Lúcia.
Aninha toma seu café da manhã, se arruma rapidamente e grita para seus pais dizendo:
- Estou indo brincar com meus amigos.
- Está certo, não demore.
A pequena menina se dirigiu até a estrada principal e começou sua busca por seu amigo. Algumas horas se passaram até que sua primeira pista foi encontrada. Havia outro garoto com roupas rasgadas na rua e talvez ele soubesse a respeito de João.
- Desculpe incomodar, mas você conhece um garoto chamado João, com roupas rasgadas, um olhar triste e que anda descalço?
- Sei sim moça, ele vive ao lado do viaduto, fica a uma quadra daqui.
- Você pode me levar até lá? Por favor, eu preciso vê-lo.
- Sim sem problemas, venha comigo.
Depois que chegaram, Aninha pode ver o garoto sentado ao lado de uma fogueira tentando se aquecer. Ele parecia estar mais sujo do que da vez passada.
Aninha com felicidade chega atrás de João e diz:
- Oi meu amigo!
O garoto pulou de medo.
- Ah, você. Olá. Como me achou?
- Seu amigo me disse onde morava, pois bem. Onde é sua casa?
- Essa é minha casa, na verdade é isso o que tenho.
- Nossa mais e seus pais?
- Eles morreram quando eu era menor. Desde então vivo na rua e recebo a ajuda de alguns amigos.
A menina não sabia o que dizer, nunca podia imaginar que seu amigo não tinha casa e ainda por cima nem pais.
- Por isso você tem essa cara fechada. Eu sinto muito pela sua família, estou aqui para ajudar você João.
- Mas me ajudar? Eu não tenho nada Aninha e muito menos dignidade. Nunca soube o que é receber amor de um pai e uma mãe, vivo do lado de um viaduto e seu pai não gostou de mim.
- Mas eu gostei João, você é puro e muito especial. Eu vou te ajudar.
- Por que insiste em me ajudar?
- Porque somos amigos...
'Continua'