O mistério da família Euzébio
A família Euzébio estará de mudança novamente. Aninha não agüentava mais. Todo ano seus pais pareciam encontrar algum defeito no seu lar e acabavam fazendo suas malas. Quem sai perdendo é a pobre menina de apenas oito aninhos. Adora fazer amigos novos e sempre quando tem a oportunidade, os convida para tomar café em sua casa. A Sra. Lúcia adora as companhias de sua filha, mas sempre lhe alerta.
- Não tenho nada contra seus amiguinhos minha filha, mas cuidado com quem você traz. Seu coração é tão puro e verdadeiro, que tenho medo que isso acabe lhe trazendo complicações.
- Eu quero o bem de todos mamãe!
Disse a doce criança.
- Eu sei disso, no entanto é por esse mesmo motivo que tenho medo. As pessoas têm inveja minha filha.
- O que é inveja mamãe?
Perguntou curiosa.
- Você é muito nova para aprender esses tipos de coisas. Quero que continue fazendo amigos e brincando alegremente.
- Mas mamãe, como posso fazer tantos amigos se você e papai mudam de casa a cada ano? Não tem como. Por que vocês mudam de casa mamãe? Esta não está boa?
Indagou
- Bem minha criança. Seu pai e eu temos medo.
- Medo de que?
- Esse mundo e muito violento, todos os dias ocorrem violências nas ruas. Como você vive andando por todo canto com os amigos que faz, nós decidimos mudar de lar a cada ano para lhe proteger desses mal feitores e para que você possa espalhar toda sua alegria para o mundo. Apenas isso.
- É eu acho que faz sentido.
Certo dia Aninha estava brincando na piscina na frente de sua casa, quando percebeu que estava sendo vigiada.
-Oi! Você quer brincar comigo?
Gritou
Poucos segundos se passaram e um garotinho saiu do arbusto com a roupa toda rasgada.
- Eu quero sim!
- Então venha.
O moleque não pensou duas vezes e se jogou na piscina rasa.
- Como é seu nome?
Perguntou Aninha.
- João.
- João por que sua roupa é rasgada?
- Essa é a única que tenho. Nossa sua casa é de dar inveja em qualquer um.
Disse alegre
- Ela é muito bonita mesmo, mas eu nunca paro em nenhuma delas. Você quer ser meu amigo João?
Perguntou
- Quero sim, mas me diga seu nome.
- Aninha.
- Que bonito seu nome Aninha.
Eu também acho muito bonito.
O tempo voou, os pequenos brincavam sem preocupação alguma até que o Sr. Mauricio fez um pedido.
- Minha amada filha, venha para casa, já está anoitecendo e não quero ver você a essas horas na rua.
João pronunciou
-Bom melhor você ir para sua casa, já está ficando tarde mesmo.
- E você não vai para a sua?
- Não tenho horário para chegar.
A pequena teve um leve sentimento de tristeza por olhar as roupas do garoto, e logo em seguida convidou-lhe.
- Então quer entrar?
- Mas, eu posso?
Perguntou com medo.
- Claro que sim, você é meu amigo.
- Tudo bem então.
João não tinha tênis. Aninha entrou em sua casa de um jeitinho meigo e com uma toalha nas costas para se secar. O garoto veio logo atrás.
-Papai, quero que conheça meu amigo novo. Seu nome é João.
- Olá.
Uma leve palavra soou da boca do garoto com medo.
- Aninha meu bem, sabe que esta tarde e não acho adequado trazer seus amigos uma hora dessas. João meu caro, acho melhor você ir embora. Provavelmente sua mãe deve estar lhe procurando, você pode vela amanhã.
O garoto cabisbaixo olhou para seu pé com barro e disse uma suave palavra:
- Tudo bem. Até mais.
Continua