(Cuidado com as promessas feitas)
Era um casal muito unido. Não somente pelo amor, mas principalmente pela amizade. Cresceram juntos, frequentaram a mesma escola e quando chegaram à idade certa casaram. Não conheceram a fartura. Criaram os filhos com muita dificuldade, mas dignamente. Eram felizes e por isso mesmo, tiveram a ideia de partirem desse mundo juntos. Ambos prometeram que quando um deles morresse, buscaria o outro. A promessa foi feita seriamente, pois eles não se imaginavam continuar vivendo sem o companheiro. Consideravam isso uma traição. O tempo foi passando, e uma manhã o homem saiu para o trabalho e foi atropelado enquanto atravessava uma avenida. Teve morte instantânea. Ao ser avisada da morte do marido, a mulher não chorou. Lavou os cabelos, vestiu sua melhor roupa e se sentou no jardim enfrente da casa. Os filhos e os vizinhos comentaram que ela estava em estado de choque, por isso parecia tão calma. O dia foi chegando ao fim e ela lá, sentada. Em vão tentaram fazer com que se alimentasse. Ela sorria docemente e dizia estar sem apetite. De vez enquanto perguntava a alguém que passava pelas horas. Começaram a achar que ela enlouquecera. Decidiram que para o seu próprio bem, se a mulher continuasse naquela apatia, chamariam o médico. O sol já se escondia no horizonte, quando a filha mais nova veio trazer para a mãe um agasalho. Estava começando a esfriar. Primeiro ela notou que a mãe estava recostada no banco em uma posição relaxada parecendo dormir. Em seguida percebeu em seus lábios o vestígio de um sorriso. Sua expressão era tranquila, parecia feliz. A filha então teve pena de despertá-la e chamou o irmão. Esse assim que tocou carinhosamente a face da mãe percebeu que ela havia falecido. Seu rosto rígido e gelado atestava isso. Sem alarde ele participou aos outros o falecimento. Por ser o filho mais velho, ele sabia da promessa que os pais fizeram em partirem juntos. Guardara para si a informação, a pedido dos mesmos, mas nunca levara isso a sério. Enquanto isso, de braços dados o casal se despedia da velha casa na qual moraram por quase quarenta anos. Antes de partirem, ele colheu no jardim uma dália vermelha, e com ela enfeitou os longos cabelos brancos da esposa.
Era um casal muito unido. Não somente pelo amor, mas principalmente pela amizade. Cresceram juntos, frequentaram a mesma escola e quando chegaram à idade certa casaram. Não conheceram a fartura. Criaram os filhos com muita dificuldade, mas dignamente. Eram felizes e por isso mesmo, tiveram a ideia de partirem desse mundo juntos. Ambos prometeram que quando um deles morresse, buscaria o outro. A promessa foi feita seriamente, pois eles não se imaginavam continuar vivendo sem o companheiro. Consideravam isso uma traição. O tempo foi passando, e uma manhã o homem saiu para o trabalho e foi atropelado enquanto atravessava uma avenida. Teve morte instantânea. Ao ser avisada da morte do marido, a mulher não chorou. Lavou os cabelos, vestiu sua melhor roupa e se sentou no jardim enfrente da casa. Os filhos e os vizinhos comentaram que ela estava em estado de choque, por isso parecia tão calma. O dia foi chegando ao fim e ela lá, sentada. Em vão tentaram fazer com que se alimentasse. Ela sorria docemente e dizia estar sem apetite. De vez enquanto perguntava a alguém que passava pelas horas. Começaram a achar que ela enlouquecera. Decidiram que para o seu próprio bem, se a mulher continuasse naquela apatia, chamariam o médico. O sol já se escondia no horizonte, quando a filha mais nova veio trazer para a mãe um agasalho. Estava começando a esfriar. Primeiro ela notou que a mãe estava recostada no banco em uma posição relaxada parecendo dormir. Em seguida percebeu em seus lábios o vestígio de um sorriso. Sua expressão era tranquila, parecia feliz. A filha então teve pena de despertá-la e chamou o irmão. Esse assim que tocou carinhosamente a face da mãe percebeu que ela havia falecido. Seu rosto rígido e gelado atestava isso. Sem alarde ele participou aos outros o falecimento. Por ser o filho mais velho, ele sabia da promessa que os pais fizeram em partirem juntos. Guardara para si a informação, a pedido dos mesmos, mas nunca levara isso a sério. Enquanto isso, de braços dados o casal se despedia da velha casa na qual moraram por quase quarenta anos. Antes de partirem, ele colheu no jardim uma dália vermelha, e com ela enfeitou os longos cabelos brancos da esposa.