Mulher Diabo
Olá meus caros. Sinto-lhes dizer que já não faço mas parte do seu plano espiritual. Mas se me permitirem, contarei agora como a minha mísera vida foi levada.
Nunca fiz nada do qual me orgulhasse em toda minha vida. Fui um bêbado, infeliz, inútil e pra ajudar minha derrota, minha mulher me deixou. Desde então passei minhas noites assim.. Vagando pela noite, de bar em bar e completamente bêbado. Mas, incrivelmente, naquele fatídico dia, eu havia bebido pouco. Eu estava são, ciente do que se passava à minha volta. Eu estava voltando para casa. Era 3:00 da manhã e estava tremendo de frio. O meu grosso casaco já não dava conta do vento congelante que insistia em soprar-me à todo instante. Andava de cabeça baixa, pensativo.. Foi quando eu à avistei. De princípio ao longe, apenas aquela forma esbelta entre as sombras. Ela veio se aproximando, e eu estava me perguntando porque uma mulher tão linda estava sozinha no meio da madrugada. -''Prostituta'' - pensei.
Chegando próximo à mim, pude reparar melhor suas feições: cabelos incrivelmente negros e lisos, pela branca como a lua, lábios vermelhos como sangue e os olhos.. De um dourado tão intenso que me fez ficar atordoado.
Então, subitamente ela diz: -''Eu quero seu coração''.
Eu gargalhei como a tempos não fazia. Como assim, meu coração?
E ela dizendo novamente: -''Te dou o paraíso em troca de apenas um pedaço do seu coração''.
Eu então respondi, com ironia: -Claro moça. Pode levar. Não serve pra nada mesmo.
Ali eu assinei contrato com o demônio. Ela veio com fúria pra cima de mim e com sua unha, rasgou meu peito. Eu ali, me contorcendo de dor e ela rindo do meu ser agonizando. E num rápido movimento, meu coração fora arrancado. Sangue jorrava por todos os lados, e por bruxaria daquela Mulher Diabo, pude ainda ver ela devorando com avidez o meu coração que ainda pulsava em suas mãos. E agora aqui estou. Nesse inferno, com um buraco em meu peito e lhes contando minha história. Que lhes sirva como aviso: Essas prostitutas não são nada confiáveis.
''E tudo isso é culpa da mulher diabo,
que me persegue à noite em tudo que é lugar
mas se não fosse pelo chifre e pelo rabo
não iria me aguentar'' (Matanza)