Corrida muda

Corre mas não sai do lugar. Os ruídos de passos atrás dela aumentam. Ela corre o mais rápido que pode, entra em um beco escuro, não consegue ver nada nem se estiver a um palmo de distância de seus olhos.

- Tem alguém aí?

Ninguém responde. O ar gélido da noite a envolve. Pânico, é a única resposta que chega.

Volta a correr. Em poucos minutos que pareceram horas de agonia, ela chega a uma avenida movimentada. Avista um senhor de sobre-tudo marrom surrado.

- Senhor, estou sendo perseguida! Senhor?

Ele a olhava mas não a via. Seu olhar a atravessava como se seu corpo não estivesse ali. A mulher mais adiante também não a enxergava. Ela estava perdida. Sente alguém a observando, enfrenta o medo e procura ao redor mas não vê nada. Precisava achar uma saída, alguém que pudesse a ajudar. E voltou a correr! Os ruídos voltaram a assombrá-la.

Não dava mais para correr pois o chão que havia sob seus pés não existia mais. Ela estava caindo. Se debatia mas de nada isso adiantava.

- Olívia! Era a voz de sua mãe.

Abriu os olhos e se viu no ambiente familiar de seu quarto com sua mãe do lado, quando reparou estava ofegante, suada e pupila dilatada.

- Foi só um pesadelo, filha!

"Os contos de Olívia"

Laís de Andrade
Enviado por Laís de Andrade em 27/11/2012
Reeditado em 17/09/2014
Código do texto: T4008297
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