Corrida muda
Corre mas não sai do lugar. Os ruídos de passos atrás dela aumentam. Ela corre o mais rápido que pode, entra em um beco escuro, não consegue ver nada nem se estiver a um palmo de distância de seus olhos.
- Tem alguém aí?
Ninguém responde. O ar gélido da noite a envolve. Pânico, é a única resposta que chega.
Volta a correr. Em poucos minutos que pareceram horas de agonia, ela chega a uma avenida movimentada. Avista um senhor de sobre-tudo marrom surrado.
- Senhor, estou sendo perseguida! Senhor?
Ele a olhava mas não a via. Seu olhar a atravessava como se seu corpo não estivesse ali. A mulher mais adiante também não a enxergava. Ela estava perdida. Sente alguém a observando, enfrenta o medo e procura ao redor mas não vê nada. Precisava achar uma saída, alguém que pudesse a ajudar. E voltou a correr! Os ruídos voltaram a assombrá-la.
Não dava mais para correr pois o chão que havia sob seus pés não existia mais. Ela estava caindo. Se debatia mas de nada isso adiantava.
- Olívia! Era a voz de sua mãe.
Abriu os olhos e se viu no ambiente familiar de seu quarto com sua mãe do lado, quando reparou estava ofegante, suada e pupila dilatada.
- Foi só um pesadelo, filha!
"Os contos de Olívia"