O DEMÔNIO DO CAVALO BRANCO E O BENI

Era verão naquele ano, e todo povo daquela Colônia se ajuntavam para contar causos e histórias nas noites de lua cheia, antes de irem dormir.
Aquelas famílias eram todas batalhadoras, simples, humildes, generosas e muito religiosas.
Viviam isolados numa região, onde o calor é intenso, todos aqueles povos sobrevivem dos seus próprios plantios, o arroz, a soja, o algodão e muita criação.
E numa daquelas noites deliciosas, todos estavam reunidos em baixo daquela paineira, com um luar maravilhoso, ouvindo-se o cantar de uma coruja em uma árvore, com seus troncos secos que ficava em volta da casa.
As horas se passavam e lá se ia mais uma noite de alegria, cada qual iam se despedindo um do outro, porque no dia seguinte tinham de ir a lavoura logo cedo, cada qual iam se retirando para suas casas, e despedindo de todos;
Boa noite!
Descanse em paz amigo!
Foi nesse exato momento que apareceu um cavaleiro naquela noite de luar, e lá vem gritando pela pequena estrada da Colônia:
Fujam!
Corram!
Vão rápido para suas casas, entrem tranque-as e não abram as portas!
O cavaleiro era morador da Colônia, um caçador destemido, o nome dele é Beni.
Beni não conheceu seus pais, vivia naquele lugar isolado de todos, morava sozinho em uma caverna, mas cuidava daquele povoado como um guardião. Relata que seu pai foi morto por enforcamento no penhasco da montanha Kurala, que fica localizado do outro lado do povoamento. Um certo dia, uma mulher apareceu na Colônia com um saco nas costas pedindo o que comer e onde dormir, pediram que ela fosse a uma caverna próximo dali, ficou ali por um tempo, era uma mulher sem conversa, fria, cabelos sujos, olhar largo como de assustada, tudo o que davam à ela, ela comia, mas ninguém suspeitava que estivesse carregando um ser dentro daquele ventre!
Aos seis meses de vida Beni foi abandonado dentro daquela gruta, conta-se que sua mãe enlouqueceu e foi morta por animais em uma floresta perto da montanha Kurala. E o cavaleiro destemido foi criado por um casal de velhinhos desde aos seis meses de vida, quando iam passando próximo da caverna ouviram choro de uma criança, um pouco assustados se aproximaram da caverna e retiraram a criança daquele lugar, e levaram para dar o que comer, e o tempo se passaram! Beni então já tinha completado quatorze anos quando seus pais adotivos faleceram, era sexta-feira santa, Beni chegou em casa e foi surpreendido pela cena, seus pais estavam mortos em cima da cama, seus corpos estavam repartidos ao meio. O cavaleiro ficou muito abatido, angustiado, triste, ódio, raiva, saiu chorando pela estrada afora avisando o povoamento!
Beni voltou para caverna de onde ele saiu aos seis meses de vida, ali se passou seus anos, sua morada foi ali até completar trinta e oito anos, e todo aquele povo gostava do Beni.
E naquela noite como todas as outras, saiu em busca de uma boa caça para sua sobrevivência, e foi surpreendido na mata por uma coisa horrível sentado em cima de um cavalo branco, tenebroso, fedorento, raivoso, com seus urros como a de um urso! Ele gritou com o bicho, nada resolveu! Esporou seu cavalo, e em disparada saiu daquele lugar em direção à estrada rumo à Colônia, e atrás dele vinha aquela coisa terrível todo coberto por um manto preto em cima daquele cavalo branco, e em sua mão direita uma ferramenta que corta dos dois lados. Beni o cavaleiro tinha uma experiência terrível, pois sempre viveu no mato e não tinha mais o que perder só restava sua vida! Foi então nesse momento que os colonos sairam correndo para suas casas, o bicho estava sedento por sangue, mas o cavaleiro estava pronto para dar fim na coisa que até no momento ele não sabia que bicho era. O cavalo branco com o demônio em cima saiu em disparada debaixo daquele luar em direção as casas e o que achava pela frente destruía com sua ferramenta da morte, num determinado momento o cavaleiro Beni conseguiu com sua foice golpear o bicho temido, mas a morte não vinha sobre aquela criatura noturna, de repente saiu em disparada pela mata aquela coisa horrível e Beni saiu atrás.
O cavaleiro saiu em direção na busca de respostas, queria saber o que era aquilo, uma noite de lua cheia que parecia meio dia. Já tinha andado pela mata algum tempo, cansado pelas buscas sentou-se em uma pedra perto do riacho. Bruscamente foi surpreendido por um barulho, ficou em silêncio e logo viu aquele cavalo branco na beirada do rio, e ao lado estava sentado o demonio de manto preto bebendo água e rangendo seus dentes de raiva! Mas o cavaleiro com cautela foi se aproximando com sua ferramenta e golpeou aquela fera terrível, e logo soltou um berro horroroso como a de um bode quando está morrendo, sua cabeça foi separado do corpo, Beni jogou seu corpo no rio e a cabeça levou para a Colônia.
Já estava quase clareando quando o cavaleiro chegava no povoamento, estava todo sujo, ensanguentado e trazia a coisa feia na garupa do cavalo.
Gritou bem alto!
Venham ver o demônio do cavalo branco!
Está aqui na garupa!
Alguém gritou!
Só vejo a cabeça, e o corpo?
O corpo lancei no riacho!
Como era noite, não deu para o Beni ver, na correria e com toda aquela violência da madrugada, o cavaleiro se abaixou e recolheu a cabeça enrolado com o manto preto, e saiu em disparada o quanto pôde.
Chegando então na Colônia naquela manhã, todos estavam curiosos para saber o que nem o Beni sabia.
Ao tirar o manto preto, surpresa para todos e espanto!
Era uma loura linda de olhos verdes, seu rosto era semelhante a lua quando clareia no espaço mostrando seu brilho!
Mas era possuída pelo demônio!
Pela experiência de Beni, ele sabia qual o tipo de criatura era aquela.
Naquela noite, convidaram todo povo e houve uma grande festa!
Uma grande fogueira foi feita para comemorar a vitória, foi posto a cabeça num espeto de pau, e colocado na grande fogueira para ser queimado diante do povo!

E todo povo gritavam, viva o Beni!

Viva o caçador do demônio!

E naquela noite, foi a última vez que viram o grande caçador, daquele dia em diante nunca mais souberam do grande cavaleiro que um dia enfrentou o demônio do cavalo branco.

Hoje Beni é a lenda!





Pimenta


Maestro
Enviado por Maestro em 02/07/2012
Reeditado em 04/08/2012
Código do texto: T3757133
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