Necrotério maldito

Necrotério Maldito

Jorge Linhaça

No necrotério os corpos esperam

Até que alguém os venha buscar

Nele os monstros também proliferam

Com o seu jeito estranho de amar

Se algum corpo já lhes apetece

Principalmente o da jovem mulher

Logo excitado o monstro aparece

Para então exercer seu mistér

Logo profana o corpo sem vida

Como um estupro nos braços da morte

Jorra seu gozo na pele estendida

Mal sabe ele que sela sua sorte

Pois o espreita a fúria incontida

e mil demônios farão-no consorte

II

Garras se estendem na sala sombria

E o agarram rasgando-lhe a pele

Gritos ecoam na sala vazia

Já não importa a quem ele apele

Seviciado por membros rotundos

Sente na pele o macabro castigo

Pois que vagueia por entre dois mundos

Paga os pecados recentes e antigos

Sente na boca os falos ardentes

Vertendo lava na sua garganta

Agrilhoado em suas correntes

Olha ao seu redor e logo se espanta

Entre os demônios vê as ex-vivente

que de seu peito o coração arranca

Salvador, 1 de março de 2012