Dona Morte - O portão do inferno (06)
Então, era isso. Um pouco de álcool, uma batida, uma dor. Meus olhos ardem, as pernas estão fracas e não posso senti-las muito bem. À frente o portão de fogo com rostos desfigurados de pessoas amadas pedindo perdão, implorando socorro...posso ouvi-las...
- PAI?!
"Fuga, Isaque",- não retenho mais lágrimas nos olhos - "Não... dói..."-enquanto sua cabeça surgia e desaparecia em forma de labaredas pelo portão ardente, via meu avô paterno, primos, amigos ... em prantos. Seus olhos apertados, as bocas escancaradas me mandavam fugir. Mas, para onde? Alguém escaparia do inferno?
O portão selava a entrada de um grande castelo feito de algo como 'pedra negra', suja pela mente imunda dos homens que ali habitam.
A Morte de pé me observava. A fumaça negra do solo se confundia com seu manto. Sua face pálida lembrava um rosto de homem, porém, indefinido.
"Sssua viagem aqui ssse completa.Adentre o castelo e longa morte a tiii,imundo...."
- Espere! Me responda algumas perguntas? O que eu faço, agora? - ela que se voltava rumo à Terra, pelo caminho que tomamos ao Inferno,parou e se virou para mim, ameaçadora.