Dama de Copas: O Encontro com Lorde Damien
Há algum tempo, vinha escutando rumores sobre o novo renascido, Lord Damien, havia rumores, que havia matado alguns integrantes do Circulo Negro, e alguns outros vampiros antigos, mas não acreditava muito em rumores.
Em uma noite, senti que havia alguém sofrendo, e não estava muito longe, fui compelida a ir em busca dessa alma que agonizava, imaginava poder fazer algo pela criatura. Surpreendi-me quando ao chegar mais perto, e pude descobrir e perceber, que era uma criatura da noite, mas havia algo de diferente nele, aproximei-me e iniciamos uma conversa:
- Boa Noite.
- Boa Noite.
- Posso ajudar?
- Não parece muito bem...
- Estou bem...
Pude perceber, que realmente aquela criatura estava tentando esconder, estava muito mal, mas parecia querer não confiar em mim, foi quando resolvi fazer um convite, embora não soubesse sua origem, e o pior, pelo que sentia, certamente, havia sido vitima de uma criatura , mais forte, que poderia estar em seu encalço. Imaginei poder ao menos oferecer um lugar mais tranquilo, para que pudesse recuperar, foi quando lhe convidei:
- Por que não entra...
- Acredito que precise descansar.
Senti uma hesitação nele, enquanto aquele olhar percorria todo meu corpo, como quisesse ver além de meu corpo. Fiquei apreensiva com a resposta, mas não sentia que seria uma ameaça para mim, foi quando com uma expressão sisuda, perguntou:
- Quem é você?
- Meu nome é Danielle Frost.
- Sou conhecida como Dama de Copas.
- E você?
- Eu sou Damien.
- Damien?
- Acredito haver ouvido esse nome antes.
- Pode ser...
Aproximei-me dele, utilizando todo meu poder de persuasão, para convencer aquela criatura, queria que permanecesse, todo aquele sofrimento eu podia sentir como uma dolorosa angustia. Damien, seguiu meus passos até minha casa, ajudei a subir as escadas até a porta, e disse:
- Seja bem vindo ao meu lar.
- Obrigado.
Entramos pela porta, e como sempre, as velas foram acendendo sucessivamente, e todo o ambiente foi se iluminando lentamente, aromatizando toda a sala, o que ajudava a influenciar meu convidado, a ir ficando mais relaxado. Damien ficou sentado no sofá, e fui preparar um chá que seria apropriado para a recuperação dele. Após sorver alguns goles do chá, começou a relaxar, e pude continuar a acalmar aquela criatura, até que consegui fazer com que adormecesse, mas parecia estar muito preocupado, pois estava muito inquieto. Aproximei-me, e fui falando com Damien, esperando que relaxasse, e consegui meu intento, pois amenizou todo nervosismo dele, foi quando argumentei:
- O que aconteceu a você, Damien?
Damien começou a relatar todos os acontecimentos, desde o renascimento, e fui sentindo juntamente com as palavras, todas as emoções dele. Eram tantas lembranças, algumas de pesar, de tristeza, de luxuria, de desejo, de raiva, de medo, havia perdido tantos aliados durante aquele período, que agora, sua alma parecia fragmentada por lembranças dolorosas. Quanto mais próxima dele permanecia, imperceptivelmente, forçava Damien a falar, reviver nas palavras, todos os momentos vividos, quando terminou de falar, disse:
- Eu posso ajudar você...
- Mas precisa confiar em mim.
Abri a sua camisa, e coloquei a mão em seu tórax, aproximei os lábios de seu pescoço, e senti o aroma de seu sangue, e com todo poder de persuasão, olhei dentro daqueles olhos, e perguntei:
- Confia em mim?
- Confio.
Aproveitei que Damien, estava cada vez mais entorpecido pelo meu poder de persuasão, e cravei as unhas em seu tórax, e minha boca deslizou sobre sua pele, cravando os dentes em sua jugular, comecei a sentir o sangue escorrendo por meus lábios e por minha garganta, com isso, também me apoderava de suas emoções, após poucos minutos, parei de sugar o sangue, e sussurrei em seu ouvido:
- Damien...
- Você pode acordar agora.
Damien foi despertando, daquele estado de letargia, os sentidos ainda entorpecidos, em razão do chá e do meu poder de persuasão, foi quando murmurando disse:
- Espero ajudar você.
- O que você fez?
- Nada, apenas precisava saber a verdade.
Aproveitei para explicar que daquela maneira, podia sentir toda intensidade de suas emoções, aprofundar em toda intimidade de seu coração, e descobrir a verdade, Assim, poderia influenciar seus sentidos, com mais facilidade, sem que nenhum de nós, estivesse em risco, mesmo porque agora havia provado de seu sangue, foi quando disse:
- Descanse...
- Precisa recuperar.
- Ainda está muito fraco.
Realmente, Damien precisava descansar, assim continuei persuadindo seus sentidos, até que finalmente adormeceu, tendo um sono inquieto, debateu-se muito, murmurando coisas incompreensíveis, até que finalmente a noite começou a cair, fiquei ao lado dele, esperando que acordasse, ainda que agitado, esperava que aquele sono, pudesse ajudar a recuperar. Foi quando Damien acordou, ficou olhando para mim, como se quisesse saber aonde estava, foi quando perguntei:
- Como está se sentindo?
- Está melhor?
- Sim, um pouco...
- Ainda está dolorido...
- Imagino...
- Você se debateu durante todo seu sono...
- Teve pesadelos?
- Não lembro...
- Sinceramente, não recorde de nada.
- Bem, precisa se alimentar...
- Ainda está muito fraco.
Percebi que uma preocupação atravessou aqueles olhos castanhos, como um relâmpago cruzando todo o horizonte, talvez decidindo o que fazer, foi quando levantei, e me ajoelhei ao seu lado, no sofá, e perguntei:
- Confia em mim?
- Sim, confio.
- Por que precisa confiar para fazer isso...
Diante de tudo que havia sentido, confiava em Damien, de uma forma estranha, sentia que não faria qualquer mal a mim, sorrindo, dobrei a manga da blusa, até o cotovelo, friccionei minhas veias do pulso, e para incentivar, sussurrei:
- Vai precisar disso...
- Para poder ir cumprir sua missão.
- Precisa de todas suas forças...
- E quero ajudar você.
Pude perceber, que ficara indeciso, quando ao que deveria fazer, mas para ajudar, coloquei meu pulso, com um pequeno corte que fiz com minhas unhas, em seus lábios, e senti aqueles lábios macios começarem a sorver meu sangue, até que apos algum tempo, senti que estva desfalecendo, foi quando percebendo meu estado, Damien cessou e me perguntou preocupado:
- Danielle, você está bem?
- Sim, não se preocupe...
Damien, ficou olhando para mim, por longos segundos, pude sentir em seu olhar um fascínio, e foi quando me segurando em seus braços, levou-me até meus aposentos, colocando-me sobre a cama, se afastou lentamente, e ficou olhando para mim, senti seus olhos percorrendo meu corpo, sorrindo, perguntei:
- Por que está olhando assim?
Damien ficou em silêncio, voltou para junto da cama, e acariciou meu rosto, pude sentir a ponta dos dedos deslizando em minha pele, e murmurou:
- Espero que fique bem...
- Vou ficar.
- Agora tenho que ir.
- Espero que volte.
- Espero poder voltar.
- Boa sorte...
- Obrigado, vou precisar...
Fiquei sozinha, e pude ouvir os passos dele ecoando pelo assoalho, parecia estar rondando dentro de mim, mas havia sentido nele uma esperança renovada, e adormeci, esperando que Damien retornasse, sã e salvo.
Pouco tempo depois fui despertada com uma sensação de tensão, que vinha de algum lugar fora da casa, tentei perceber mais claramente, foi quando descobri que essa sensação vinha de Damien, ele estava enfrentando outras criaturas da noite.
Quando aquele confronto terminou pude sentir que as emoções daquelas criaturas estavam misturando-se com as emoções dele. Tentei influencia-lo para voltar para minha casa, mais deveria estar muito longe, ou eu muito fraca ainda.
Percebi ele se afastando e indo para algum lugar aonde pudesse repousar, tentei novamente faze-lo voltar, mais ele não voltou, pelo menos não naquela noite