A ligação. Capítulo 3.
A noite estava fria e uma leve garoa caía do céu escuro, porém ainda mais frio era o sonho, ou melhor, o pesadelo que perturbava uma certa ruiva que tentava a todo custo acordar, entretanto só conseguiu tal proeza quando o som estridente de seu celular se fez presente retirando-lhe do mundo de Hipnos.
Karen atendeu o celular, porém manteve-se em silêncio.
- Oh, não vai falar nada, querida? Não vai ao menos me xingar como da última vez? - novamente a tal voz modificada adentrou os tímpanos da garota.
A ruiva ponderou se devia desligar ou não o telefone, mas antes que pudesse pensar em algo a voz novamente foi ouvida.
- Nada mesmo? Nem um grito histérico?! - ah, se ouvesse um prémio para quem soubesse empregar melhor o sarcasmo... A tal pessoa ganharia de longe o primeiro lugar.
Karen suspirou e disse:
- Por que, você está fazendo isso? - ela indagou cansada.
A jovem tentava não demostrar o nervosismo em sua voz, mas era em vão... Afinal ela sentia medo só de imaginar uma pessoa desconhecida controlando todos os seus passos.
- Fazendo o quê, amor? - o cinismo contido na indagação era quase ou tão mortífero quanto o veneno da cobra mais venenosa do universo.
- De onde você me conhece? - a garota perguntou tentando se manter calma e racional, pois sabia que seria pior para ela se demostrasse medo... Muito pior.
- Eu te conheço de todos os lugares, querida! - uma risada maléfica fora ouvida.
- Me diga o seu nome! - ordenou num tom choroso.
A ruiva tentara, mas fora impossível conter o desespero... Estava completamente atordoada, pois ficava a pensar em todos os momentos em quem era a pessoa misteriosa.
Não! Não, não poderia ser ninguém conhecido! E já estava claro que não era um simples trote, mas sim uma real ameaça. Karen pensava se as ligações poderiam ter alguma ligação com o assassinato de seu namorado.
''Quem é tão frio ao ponto de se divertir com o sofrimento alheio?''
Esse era o pensamento da ruiva nos últimos meses...
- Você sabe o meu nome! E eu estou mais perto do que você imagina, minha linda! - de repente uma voz mais séria foi ouvida pela ruiva.
Naquele instante o coração de Karen, falhou num tétrico pensamento...
''Não, não pode ser alguém que eu conheço... Ou pode?!''
A ruiva respirou fundo e disse:
- Como assim você está perto?! - o medo tomou conta de sua voz.
- Pense... Pense... Pense...
- Cala a boca! - gritou a garota.
Uma gargalhada de legítima alegria fora ouvida.
- Hahaha... Sempre impaciente, não? Querida! - um pouco de ironia não faz mal a ninguém ou faz?
- Se você não me disser o seu nome agora eu vou desligar! - Karen disse tentando parecer intimidadora, mas não adiantou muito.
- Tudo bem! Se um nome é assim tão importante para você me chame de... Max! - a voz disse e a face de Karen logo foi banhada por amargas lágrimas.
- Isso não tem graça!!! Como você sabe sobre o Max?! - ela perguntou chorando, chorando demais...
- Ah, querida! A notícia sobre o trágico assassinato de seu namorado saiu em todos os jornais, não se lembra?! - a voz perguntou sarcástica.
- Você tem algo haver com o assassinato do Max? - perguntou com medo da resposta.
- Isso você só vai descobrir com o tempo, amor! - a voz disse e...
Tum, tum, tum...