ARMAGEDOM
Mar Ártico. Veleiro Serene, navegando em algum lugar entre o Canadá e o Estado Americano do Alasca.
Meu nome é Jeff Beedell, tenho em torno de 36 anos e sou capitão da extinta Marinha dos Estados Unidos da América. Deixo esta gravação na tênue esperança que possam haver outros e algum milagre aconteça, mas acho que sou um dos últimos representante da raça humana.
Quando a vida em terra ficou impossível partimos em cinco veleiros, cada um com um grupo de seis homens e seis mulheres, foi uma decisão difícil escolher os integrantes, pois haviam poucos barcos e muitos tiveram que ficar para trás, dos homens selecionamos os mais fortes e jovens... As mulheres com mais de vinte anos foram automaticamente excluídas... Fizemos coisas imperdoáveis... Mas o pior de tudo foi levarmos somente um casal de crianças em cada barco... Deus!! Tantas ficaram para trás, nunca vou esquecer os olhares delas ao nos verem partir. Mesmo se tratando da última chance de evitar a extinção da humanidade eu nunca vou me perdoar.
Cada barco partiu para destinos diferentes, lugares remotos esquecidos pelo homem, mas como acabamos descobrindo não eram esquecidos para Eles.
Nos comunicávamos com equipamentos via satélite de última geração e à distância acompanhei impotente o fim de cada um deles, não vou entrar em detalhes, basta dizer que alguns barcos não resistiram a fúria do mar e naufragaram, mas a maioria dos grupos pereceu quando tentava obter suprimentos em terra e foram pegos por Eles.
Quanto ao nosso grupo, mesmo navegando por lugares remotos conseguimos resistir por muito tempo, não aportávamos em lugar algum e vivíamos somente da pesca e da água da chuva. A alimentação precária começou a cobrar seu preço e muitos começaram a perecer. Primeiro jogávamos os corpos ao mar, depois... bem, até hoje não consigo falar sobre isso, o que posso relatar é que decidimos que precisávamos de proteínas e nada podia ser desperdiçado.
Quando restaram somente eu e mais três integrantes, tivemos que conseguir uma embarcação menor, que pudesse ser operada por somente uma pessoa pois se mais alguém morresse ficaríamos praticamente a deriva e seria o fim para todos.
A única embarcação que conseguimos foi o Veleiro Serene, um catamarã do tipo Hobie Cat feito de fiberglass, medindo somente 18 pés (5,5 metros) e com capacidade para duas pessoas. Tivemos que nos virar com as acomodações, mas perto do que já tínhamos passado isto era o de menos. A falta de espaço não foi problema por muito tempo, pois poucas semanas depois fomos surpreendidos por uma violenta tempestade no Círculo Polar Ártico, onde Hudson e Davis caíram do barco e sumiram no mar revolto.
Agora nosso grupo se resumia a Lisa e a mim, assim foi por um longo tempo, não tínhamos muita esperança, mas o peso de sabermos que talvez a continuidade da espécie dependesse unicamente de nós de alguma forma nos levou além dos limites da mente e do corpo. Vivíamos para sobreviver e sobrevivíamos para viver. Lisa tinha 17 quando embarcamos, e a última vez que a vi sua idade fisiologia devia ser entre 23 e 27 anos, mas sua aparência era de uma mulher de uns 40 anos, tamanho o rigor ambiental e o stress físico e mental que foi submetida ao longo dos últimos anos.
Lisa era uma companheira e tanto, nunca reclamava e em nenhum momento eu a vi chorar. Nunca. Era uma mulher valente. Ficava longos momentos em silêncio e seu olhar demonstrava uma tristeza interior indescritível.
Um dia acordei e ela estava sentada imóvel na proa do Serene, com as pernas flexionadas e os braços em torno dos joelhos, sua posição lembrava as pessoas no verão quando sentam na areia observando o mar a sua frente.
Ela estava completamente nua e sua roupa térmica estava candidamente dobrada ao seu lado, pequenos cristais congelados em sua face demonstravam que ela havia chorado, talvez pela primeira vez. Ela não me disse nenhuma palavra antes de fazer aquilo. Mas tenho certeza que ou ela não agüentou mais aquela tristeza dentro do peito... ou simplesmente desistiu.
Foi assim que fiquei sozinho, não sei há quanto tempo isso aconteceu, semanas, meses... Acho que ainda não disse que há muito tempo perdi a noção do tempo, mas nem é preciso, vocês já devem ter notado que estou meio confuso. É o que acontece com as pessoas quando ficam muito tempo olhando o gelo e o mar.
Já estou no limite das minhas forças, enfrentando o frio, imensos icebergs e as violentas tempestades de neve. O Serene provou ser o barco ideal para estas provações, pois apesar de pequeno é valente e enfrentou as tempestades na zona polar com bastante estabilidade, além de deslizar suavemente pelas passagens estreitas entre as ilhas. Não seria exagero dizer que devo minha vida a ele. Também ganhei uma sobrevida considerável quando descobri que no verão, o sal se separa do gelo derretido na superfície do oceano, se tornando uma fonte inesgotável de água potável.
Decidi continuar seguindo em direção ao Alasca, Lisa havia lido certa vez sobre um casal de pesquisadores que viviam isolados do mundo. Apesar das referências sobre sua localização serem poucas, Lisa tinha certeza que tínhamos chances reais de encontrá-los e sua intuição já havia nos salvado diversas vezes. Pareceu-me ser uma boa idéia continuar a jornada, além disso, não tenho muitos compromissos para os próximos meses...
Bom, também preciso alertá-los sobre Eles. Nunca os vi diretamente e somente por isso ainda estou vivo. Eu fazia parte do grupamento de inteligência da marinha e vivíamos protegidos, ou pelo menos até quando foi possível, mas acompanhei todos os relatos, fiquei sabendo o que Eles faziam.
Começou com os gatos, eles simplesmente mudaram. Cientistas achavam que tinha havido algum tipo de mutação genética, algo como um salto de milhões de anos na cadeia evolutiva desta espécie. Religiosos defendiam que algo maligno tinha usado os gatos para entrar no nosso mundo.
Os relatos eram terríveis, os gatos começaram a nos atacar, seus olhos escureciam completamente nas órbitas, pareciam buracos negros. Ficavam incorpóreos, não consigo descrever exatamente, mas eram como névoas densas.
Quando atacavam, nem chegavam a tocar nas pessoas, ao se aproximarem poucos metros era como se a alma fosse drenada do nosso corpo, em poucos segundos restava somente uma massa disforme de pele sobre os ossos com grandes buracos onde antes se encontravam os olhos.
Em seguida aconteceu o pior, alguns eles não matavam, eram transformados em algo parecido com eles. Mulheres, crianças, velhos, enfermos, não havia exceção. Os que não morriam quando eram atacados viravam hospedeiros que se voltavam contra qualquer ser humano próximo. Pais matavam filhos, filhos matavam pais.
Os gatos também dominaram todos os animais terrestres, viraram um exército, uma legião cada vez mais crescente e devastadora. Por algum motivo que nunca descobrimos, eles nunca atacaram os animais marinhos e também não se aproximavam da água do mar.
A humanidade lançou mão de um poderio bélico sem precedentes, todas as forças armadas de todos os países se uniram, até bombas nucleares foram lançadas, mas nada adiantou, era como tentar atingir nuvens de fumaça, projéteis, facas, tudo passava através de seus corpos sem causar dano algum.
A resistência durou somente algumas semanas, o sistema entrou em colapso e os poucos sobreviventes tentaram fugir, dizem que chegaram a lançar cientistas ao espaço na esperança de ficarem protegidos até conseguirem descobrir algo que pudesse enfrentá-los.
Temo não ter mais nada que possa relatar que possa lhes ajudar, como eu disse a única coisa que parecia surtir algum efeito contra eles era a água do mar. Estou entrando em uma região perigosa e tenho que ir lá fora navegar o Serene. Espero sinceramente não ser o último ser humano na face da terra. Que Deus nos proteja.
Alguns meses depois. Costa do Alasca.
- Mary, me ajude a levantá-lo, preciso checar os sinais vitais.
- E então Peter, ele esta vivo?
- Está, mas não por muito tempo. Vamos levá-lo para a base, pode ser que lá ele tenha alguma chance.
Jeff abriu os olhos com dificuldade, os pensamentos retornavam lentos, a última coisa que se lembrava era de ter ficado encalhado no gelo com o Serene, não tivera forças para liberar o barco e quando a comida acabou ficou sem forças até mesmo para sair do catre onde dormia.
- Onde estou? Quem são vocês? – grunhiu Jeff com a voz fraca.
- Sou o Professor Peter e esta é minha esposa Mary. Somos pesquisadores.
- Graças a Deus eu os encontrei. Preciso alertá-los, podemos ser os últimos humanos vivos na terra. O mundo acabou, todos morreram.
- Calma, você passou maus bocados, esta com febre e confuso. Agora descanse que depois conversaremos quando você estiver melhor.
- Não, por favor. Vocês não entendem eu pre...
- Ele desmaiou – disse Mary.
- Sim, não sei como ele ainda esta conseguindo falar, já é um milagre ele estar vivo. Mas acho que a mente dele já era, parece estar completamente maluco.
- Peter, que barulho foi este lá fora?
- Eu vou verificar, o vento esta um pouco forte, acho que foi algum cabo que se soltou.
Minutos depois, Peter retorna com algo nos braços e um sorriso matreiro no rosto:
- Não me pergunte como ele apareceu por aqui. Mas era só um gatinho simpático rondando a base...
Mar Ártico. Veleiro Serene, navegando em algum lugar entre o Canadá e o Estado Americano do Alasca.
Meu nome é Jeff Beedell, tenho em torno de 36 anos e sou capitão da extinta Marinha dos Estados Unidos da América. Deixo esta gravação na tênue esperança que possam haver outros e algum milagre aconteça, mas acho que sou um dos últimos representante da raça humana.
Quando a vida em terra ficou impossível partimos em cinco veleiros, cada um com um grupo de seis homens e seis mulheres, foi uma decisão difícil escolher os integrantes, pois haviam poucos barcos e muitos tiveram que ficar para trás, dos homens selecionamos os mais fortes e jovens... As mulheres com mais de vinte anos foram automaticamente excluídas... Fizemos coisas imperdoáveis... Mas o pior de tudo foi levarmos somente um casal de crianças em cada barco... Deus!! Tantas ficaram para trás, nunca vou esquecer os olhares delas ao nos verem partir. Mesmo se tratando da última chance de evitar a extinção da humanidade eu nunca vou me perdoar.
Cada barco partiu para destinos diferentes, lugares remotos esquecidos pelo homem, mas como acabamos descobrindo não eram esquecidos para Eles.
Nos comunicávamos com equipamentos via satélite de última geração e à distância acompanhei impotente o fim de cada um deles, não vou entrar em detalhes, basta dizer que alguns barcos não resistiram a fúria do mar e naufragaram, mas a maioria dos grupos pereceu quando tentava obter suprimentos em terra e foram pegos por Eles.
Quanto ao nosso grupo, mesmo navegando por lugares remotos conseguimos resistir por muito tempo, não aportávamos em lugar algum e vivíamos somente da pesca e da água da chuva. A alimentação precária começou a cobrar seu preço e muitos começaram a perecer. Primeiro jogávamos os corpos ao mar, depois... bem, até hoje não consigo falar sobre isso, o que posso relatar é que decidimos que precisávamos de proteínas e nada podia ser desperdiçado.
Quando restaram somente eu e mais três integrantes, tivemos que conseguir uma embarcação menor, que pudesse ser operada por somente uma pessoa pois se mais alguém morresse ficaríamos praticamente a deriva e seria o fim para todos.
A única embarcação que conseguimos foi o Veleiro Serene, um catamarã do tipo Hobie Cat feito de fiberglass, medindo somente 18 pés (5,5 metros) e com capacidade para duas pessoas. Tivemos que nos virar com as acomodações, mas perto do que já tínhamos passado isto era o de menos. A falta de espaço não foi problema por muito tempo, pois poucas semanas depois fomos surpreendidos por uma violenta tempestade no Círculo Polar Ártico, onde Hudson e Davis caíram do barco e sumiram no mar revolto.
Agora nosso grupo se resumia a Lisa e a mim, assim foi por um longo tempo, não tínhamos muita esperança, mas o peso de sabermos que talvez a continuidade da espécie dependesse unicamente de nós de alguma forma nos levou além dos limites da mente e do corpo. Vivíamos para sobreviver e sobrevivíamos para viver. Lisa tinha 17 quando embarcamos, e a última vez que a vi sua idade fisiologia devia ser entre 23 e 27 anos, mas sua aparência era de uma mulher de uns 40 anos, tamanho o rigor ambiental e o stress físico e mental que foi submetida ao longo dos últimos anos.
Lisa era uma companheira e tanto, nunca reclamava e em nenhum momento eu a vi chorar. Nunca. Era uma mulher valente. Ficava longos momentos em silêncio e seu olhar demonstrava uma tristeza interior indescritível.
Um dia acordei e ela estava sentada imóvel na proa do Serene, com as pernas flexionadas e os braços em torno dos joelhos, sua posição lembrava as pessoas no verão quando sentam na areia observando o mar a sua frente.
Ela estava completamente nua e sua roupa térmica estava candidamente dobrada ao seu lado, pequenos cristais congelados em sua face demonstravam que ela havia chorado, talvez pela primeira vez. Ela não me disse nenhuma palavra antes de fazer aquilo. Mas tenho certeza que ou ela não agüentou mais aquela tristeza dentro do peito... ou simplesmente desistiu.
Foi assim que fiquei sozinho, não sei há quanto tempo isso aconteceu, semanas, meses... Acho que ainda não disse que há muito tempo perdi a noção do tempo, mas nem é preciso, vocês já devem ter notado que estou meio confuso. É o que acontece com as pessoas quando ficam muito tempo olhando o gelo e o mar.
Já estou no limite das minhas forças, enfrentando o frio, imensos icebergs e as violentas tempestades de neve. O Serene provou ser o barco ideal para estas provações, pois apesar de pequeno é valente e enfrentou as tempestades na zona polar com bastante estabilidade, além de deslizar suavemente pelas passagens estreitas entre as ilhas. Não seria exagero dizer que devo minha vida a ele. Também ganhei uma sobrevida considerável quando descobri que no verão, o sal se separa do gelo derretido na superfície do oceano, se tornando uma fonte inesgotável de água potável.
Decidi continuar seguindo em direção ao Alasca, Lisa havia lido certa vez sobre um casal de pesquisadores que viviam isolados do mundo. Apesar das referências sobre sua localização serem poucas, Lisa tinha certeza que tínhamos chances reais de encontrá-los e sua intuição já havia nos salvado diversas vezes. Pareceu-me ser uma boa idéia continuar a jornada, além disso, não tenho muitos compromissos para os próximos meses...
Bom, também preciso alertá-los sobre Eles. Nunca os vi diretamente e somente por isso ainda estou vivo. Eu fazia parte do grupamento de inteligência da marinha e vivíamos protegidos, ou pelo menos até quando foi possível, mas acompanhei todos os relatos, fiquei sabendo o que Eles faziam.
Começou com os gatos, eles simplesmente mudaram. Cientistas achavam que tinha havido algum tipo de mutação genética, algo como um salto de milhões de anos na cadeia evolutiva desta espécie. Religiosos defendiam que algo maligno tinha usado os gatos para entrar no nosso mundo.
Os relatos eram terríveis, os gatos começaram a nos atacar, seus olhos escureciam completamente nas órbitas, pareciam buracos negros. Ficavam incorpóreos, não consigo descrever exatamente, mas eram como névoas densas.
Quando atacavam, nem chegavam a tocar nas pessoas, ao se aproximarem poucos metros era como se a alma fosse drenada do nosso corpo, em poucos segundos restava somente uma massa disforme de pele sobre os ossos com grandes buracos onde antes se encontravam os olhos.
Em seguida aconteceu o pior, alguns eles não matavam, eram transformados em algo parecido com eles. Mulheres, crianças, velhos, enfermos, não havia exceção. Os que não morriam quando eram atacados viravam hospedeiros que se voltavam contra qualquer ser humano próximo. Pais matavam filhos, filhos matavam pais.
Os gatos também dominaram todos os animais terrestres, viraram um exército, uma legião cada vez mais crescente e devastadora. Por algum motivo que nunca descobrimos, eles nunca atacaram os animais marinhos e também não se aproximavam da água do mar.
A humanidade lançou mão de um poderio bélico sem precedentes, todas as forças armadas de todos os países se uniram, até bombas nucleares foram lançadas, mas nada adiantou, era como tentar atingir nuvens de fumaça, projéteis, facas, tudo passava através de seus corpos sem causar dano algum.
A resistência durou somente algumas semanas, o sistema entrou em colapso e os poucos sobreviventes tentaram fugir, dizem que chegaram a lançar cientistas ao espaço na esperança de ficarem protegidos até conseguirem descobrir algo que pudesse enfrentá-los.
Temo não ter mais nada que possa relatar que possa lhes ajudar, como eu disse a única coisa que parecia surtir algum efeito contra eles era a água do mar. Estou entrando em uma região perigosa e tenho que ir lá fora navegar o Serene. Espero sinceramente não ser o último ser humano na face da terra. Que Deus nos proteja.
Alguns meses depois. Costa do Alasca.
- Mary, me ajude a levantá-lo, preciso checar os sinais vitais.
- E então Peter, ele esta vivo?
- Está, mas não por muito tempo. Vamos levá-lo para a base, pode ser que lá ele tenha alguma chance.
Jeff abriu os olhos com dificuldade, os pensamentos retornavam lentos, a última coisa que se lembrava era de ter ficado encalhado no gelo com o Serene, não tivera forças para liberar o barco e quando a comida acabou ficou sem forças até mesmo para sair do catre onde dormia.
- Onde estou? Quem são vocês? – grunhiu Jeff com a voz fraca.
- Sou o Professor Peter e esta é minha esposa Mary. Somos pesquisadores.
- Graças a Deus eu os encontrei. Preciso alertá-los, podemos ser os últimos humanos vivos na terra. O mundo acabou, todos morreram.
- Calma, você passou maus bocados, esta com febre e confuso. Agora descanse que depois conversaremos quando você estiver melhor.
- Não, por favor. Vocês não entendem eu pre...
- Ele desmaiou – disse Mary.
- Sim, não sei como ele ainda esta conseguindo falar, já é um milagre ele estar vivo. Mas acho que a mente dele já era, parece estar completamente maluco.
- Peter, que barulho foi este lá fora?
- Eu vou verificar, o vento esta um pouco forte, acho que foi algum cabo que se soltou.
Minutos depois, Peter retorna com algo nos braços e um sorriso matreiro no rosto:
- Não me pergunte como ele apareceu por aqui. Mas era só um gatinho simpático rondando a base...