Predador

Fontaine me acorda,meu corpo doi,tento levantar e não consigo.Ele se preocupa,nós ultimos dias meu nivel de rejeição subiu muito,ele diz que foi assim que os outros morreram...Entre eles,meus pais...Digo-lhe que não quero falar sobre isso,faço um esforço enorme,me levanto.Meu mundo escurece por instantes,a dor em meu corpo parece me rasgar de dentro pra fora.Abro a janela,os estão os mortos-vivos?

Fontaine me aplica uma injeção,eu nem sinto,estou tão acostumada...Está tudo muito quieto,quieto demais.Vou até a despensa,toco a maçaneta,meu mundo escurece eu perco o equilibrio e caio.Estou tão cansada...Fontaine se ajoelha ao meu lado pedindo para que eu não durma,diz que não posso deixá-lo agora.Fontaine...Unica coisa que possuo no mundo...Você é humano Fontaine?Eu perguntei quando garotinha."Não Mabel,eu controlo a sede...Sou um imortal,um dos poucos que restaram..."Ele parecia tão triste ao me dizer isso.Estou me perdendo em devaneios de novo,tento me concentrar e não consigo.Sinto uma pontada no peito.As batidas na porta começam,mas dessa vez é diferente,parecem ter um ritmo."Eles vão entrar Mabel,levante-se!"Eu não consigo!Eu não consigo!Choro,lágrimas negras,me assusto,algo está acontecendo comigo e seja o que for não é bom.Os mortos entram,finalmente conseguiram arrebentar a porta,um dia teria que acontecer.Fontaine os recebe a tiros,mas eu continuo caida,estou tremendo,não de medo mas de frio.As balas acabam,Fontaine tenta alcançar o machado mas os mortos o atacam,ele é mordido muitas vezes mas não dá um grito sequer,nenhuma espressão de dor,seu sangue escorre,me doi vê-lo morrer...Algo em mim desperta,minhas unhas viram horrendas garras,meus dentes viram presas,a lingua se divide.Me sinto leve...Levanto,sou um predador agora.Destruo o primeiro,e mais um,arranco cabeças,desmembro esses seres inferiores,gosto de ver seus olhos sem pupilas se arregalarem,suas bocas podres derramarem sangue.Jogo um tão fortemente contra a parede que sua cabeça estoura,coloco outro com o pescoço na janela,então a fecho.A janela desce como uma guilhotina,eu gosto do barulho que faz quando separa a cabeça do corpo,pego outro morto e faço o mesmo.Não sei quantas vezes repeti,mas o chão se encheu de sangue coagulado e corpos sem cabeça.Pego Fontaine,ele está morrendo,não sei como mas está...Caminho com ele pelas ruas,vai amanhecer,preciso ser rapida,deito Fontaine no chão de uma antiga construção.Ele me dá um sorriso sincero,sabe o que tenho que fazer.Eu o abraço forte,é nescessario.Beijo seu rosto,então perfuro seu peito esmagando seu coração.Largo seu corpo inerte ali mesmo e corro...Vai amanhecer e eu tenho que encontrar um novo esconderijo...