Zona do Pesadelo - Parte 3
1º Dia
Às 02:02h já estava nas ruas à procura de sua primeira vitima. O céu estava limpo, porém sem lua. Pegou um ônibus qualquer. Após 01:30h rodando desceu da condução, logo avistou um homem bêbado, foi até ele.
- Olá amigo. O bêbado parou e fez uma careta e com uma voz arrastada indagou:
- Que é que cê qué?
“Droga... não tenho escolha” num movimento rápido Daniel pegou a faca em baixo de seu casaco e cortou a garganta do bêbado este arfando levou as mãos ao ferimento tentando conter o sangue se ajoelhou e tombou sem vida. Daniel não esperou para ver o resultado assim que fincou a faca no homem correu o mais pode. Chegou em casa pela manhã queimou suas roupas, pois não teve o cuidado de evitar suja-las com sangue. Sentiasse deprimido. Depois de um banho deitou na cama e dormiu.
2º Dia
Acordou ao 12:00h. Teve um sono agitado e sem sonhos sentou-se na cama pensando no que fez “eu matei um homem...” chorou. Levantou-se não teve animo de tomar banho nem de comer coisa alguma. Resolveu dar uma caminhada. Pegou seu mp4 e foi correr.
Às 17:h já estava em seu Vectra a caminho de uma cidade vizinha. Durante a caminhada pensou que seria melhor se as vitimas fossem de longe.
- Olá – disse uma mulher vestida com roupas sinuosas.
“uma prostituta. Perfeito” pensou com desgosto.
- Oi – disse chegando mais perto da mulher.
- Tá a fim de uma programa? – perguntou a mulher acariciando sua barriga, Daniel sorriu. Passaram no mercado para comprar bebidas.
- E então pra onde vamos? Perguntou a mulher
- Surpresa? – disse alisando o rosto da mulher. A garota não pareceu muito confortável com a idéia, porém Daniel tinha um rosto sereno e sabia seduzir uma mulher quando queria.
Chegando ao local, um Drive-in, desceram do carro. No lugar havia somente três carros um pouco distantes. O rapaz teve receio, porém sabia que os casais não estariam prestando a atenção neles. Daniel pediu que ela esperasse do lado de fora. Abriu uma das bebidas e colocou uma droga. Saiu do carro e o ofereceu a mulher que se chamava Ângela.
- Ângela... Que nome lindo, alias você é linda – elogiou. Ângela sorriu sem graça tomou um gole da bebida Daniel a envolveu e a beijou a principio ela relutou mais logo se entregou. Daniel foi levando-a para um pouco mais longe atrás de umas arvores e após 5 minuto a garota dormiu. Daniel a carregou e matou a uns 20 metros do carro.
3º Dia
Às sete da manhã Daniel já estava vestido. Ficou a pensar no que havia feito nestas duas ultimas noites. Sentiu um calafrio percorrer-lhe a nuca. Foi até a janela e observou um céu límpido e azul. Encolheu-se de dor quando sentiu a ferida repuxar - Mas que droga é essa! - se voltou para a janela "Que dia lindo" pensou com angustia. Com a cabeça baixa e as mãos no bolso da jaqueta andou até o ponto de ônibus. Dessa vez faria o ultima vitima numa cidade mais distante. Sorte dele, ser fanático por filmes policiais, havia aprendido algumas coisas, como por exemplo, não deixar pistas. Pegou um ônibus que o levou até a rodoviária chegando lá pegou outro para fora do Estado. Durante a viajem se pôs a pensar na loucura que havia se tornado sua vida. Naquele mesmo dia ligou para o seu superior e informou que precisava de uns 3 dias de folga, pois estava muito estressado, devido ao atual cargo o pedido lhe foi concedido. Dormiu durante as 6 horas da viagem, porém não sonhou, acordou se sentido mais cansado que antes. Em 1 hora já estava a procura de um hotel.
- Bom dia.
- Bom dia - disse o recepcionista num tom amistoso.
-Quanto tá a diária?
Após receber as informações resolveu se acomodar por ali mesmo. Ficou no quarto até às nove quando se aprontou para sair. Durante o dia não conseguiu descansar embora estivesse esgotado. Não comeu, o mal-estar tirava-lhe o apetite. Nunca havia maltratado um animal e agora carregar essas mortes estava se mostrando pesado demais, às vezes pensava se valeria à pena, porém quando lembrava daquele lugar de tormentos mudava de idéia.
***
Daniel acabava de chegar a uma boate gay de nome The Horizon verificou o relógio que marcava 00:06h. Foi até o bar beber alguma coisa e esperar. Depois de uns 15 minutos bebendo sozinho um rapaz louro e muito bonito aparentando ter uns 21 anos se aproximou.
- Boa noite – cumprimentou com um sorriso enigmático.
- Boa noite – respondeu Daniel sentindo raiva por dentro. Não acreditava que teria que se sujeitar aquilo, mas faria de tudo para não ferir sua masculinidade.
- Está esperando alguém?
- Não. Gostaria de me acompanhar em um drink? – convidou Daniel.
- Claro. Me chamo Herinque. E você? – perguntou se sentando ao lado de Daniel.
- Sou Daniel – disse estendendo a mão. Henrique apertou a mão estendida e demorou um pouco para largá-la o que deixou Daniel com vontade de esmurrá-lo.
Nas duas horas que se seguiram conversaram sobre muitas coisas. Toda vez que o copo de Henrique ficava vazio Daniel tratava de enchê-lo até que chegou o momento de saírem.
- Aonde vamos? – perguntou Henrique alisando o peito de Daniel.
- Vamos a um drive-in – respondeu Daniel fazendo o jogo dele. Henrique parou e pensou um pouco para logo responder:
- Não seria mais confortável e divertido se fosse em um lugar que tivesse uma cama e alguns brinquedinhos?
- É uma fantasia minha. E quanto aos apetrechos eu sempre estou preparado.
***
- Esse lugar é perfeito – disse Daniel encarando a floresta escura.
- Tanto faz – disse Henrique se aproximando por de trás de Daniel beijando-lhe o pescoço enquanto suas mãos procuravam tirar-lhe as calças. Daniel sentindo asco virou-se e lhe desferiu um soco que o desmaiou. Pegou uma faca e perfurou-lhe o coração. Deixou o corpo dentro do carro que pertencia a Henrique. Andou alguns quilômetros até o carro que havia escondido mais cedo e foi direto para rodoviária.
4º Dia
Daniel chegou em casa lá pelas 16:00h, não dormiu a viajem inteira, também não comeu. Já estava se sentindo fraco resolveu se forçar a comer, pois tinha mais trabalho a fazer só não sabia se teria coragem. Após comer um sanduíche e depois por tudo para fora, foi até a farmácia comprar um remédio para enjôo. Tomou-o e tentou comer de novo. Já sustentado pegou o telefone e discou um número, quando a outra pessoa o atendeu desligou.
- DROGA, DROGA, DROGA – gritou batendo na cabeça. Mas uma vez se pôs a chorar. Como teria coragem de matar seu pai, sua irmã e sua tia. Tinha que haver outro jeito. Viu que faltavam 3 dias para o fim do prazo, resolveu que não sairia aquele dia. Tomou uns comprimidos para dormir, tinha que voltar aquele lugar.
Tomou 3 de uma vez e em 20 minutos já estava apagado. Levantou-se.
- Até que enfim consegui voltar – disse se dirigindo para o ponto de luz negro. Porém não conseguiu entrar. Algo o bloqueava. Sentiu o desespero mais uma vez tomando conta.
“O que fazes aqui Daniel?” ouviu aquela voz em sua cabeça.
- Por que não consigo entrar?
“E por que queres entrar?”
- Eu já derramei sangue de 3 pessoas. Só que meu pai, minha irmã são minha única família, tenho também minha tia, mas ela tem 2 crianças pequenas... – Daniel parou ao ouvir gargalhadas.
“Não há outra opção. É você ou aqueles que de quem ama”. Daniel sentiu algo o empurrando. Acordou. O relógio marcava 22:00h. Foi até o banheiro e não gostou do que viu no espelho. Seu rosto estava pálido e marcado por olheiras profundas, parecia que tinha envelhecido uns 10 anos. Foi para sala sentou em sua poltrona preferida e pegou o telefone que estava em cima da mesinha. Discou o número e aguardou enquanto chamava, respirou fundo antes responder o usual alô.
- Tia Carla. Sou eu Daniel... Como a senhora está?... E o papai?... Poderia falar com ele?... Diga que estou indo para aí passar alguns dias... Pela manhã, vou sair daqui a pouco... Beijos – desligou sentindo-se derrotado. Encostou-se à poltrona e ficou um tempo de olhos fechados. Por fim foi fazer os preparativos da curta viagem.
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