O misterioso desaparecimento de Sara (I)

OBS: Apesar dos acontecimentos descritos se passarem também com outras famílias, escolhi Sara da família Santos como protagonista do evento que se seguirá. Por isso a escolha do título.

Na casa da família Santos há três meses pairava uma nuvem de profundo pesar. Sara, menina bonita, alegre e inteligente havia saído de casa para morar em um alojamento, pois havia passado em uma conceituada faculdade do outro lado da cidade. Na cozinha a senhora Santos uma mulher de traços forte e pele morena preparava o almoço sem prestar a atenção no que fazia, na porta um rapaz de 16 anos a olhava com tristeza. Christofer andou de vagar e abraçou a mulher.

- Mamãe, você tem que sair dessa – falou o jovem a apertando mais.

Linda deixou a faca em cima da pia e ficou de frente para o rapaz.

- Filho... Eu vou até lá – informou.

- Lá aonde? – perguntou o rapaz temendo resposta.

- Preciso saber o que aconteceu com Sara...

- Mamãe pára – disse Chris cortando Linda e colocando as mãos em seus ombros. Linda tira as mãos do filho de cima de si e o encara.

- Eu preciso saber o que houve com a minha filha. E eu vou, mesmo você e seu pai odiando a idéia – com lagrimas rolando e a voz falhando prossegue – Ela saiu de dentro de mim, ela é um pedaço de mim, assim como você meu filho.

- Mas nós já estivemos lá, a policia federal esteve lá e não encontraram nada – disse Chris tentando convence-la.

- Não importa vou de novo – disse decidida. Chris a abraçou e assim ficaram durante alguns minutos.

Na manhã seguinte Linda terminava de fazer os últimos preparativos para viagem. Oscar seu marido estava sentado na cama. Tentara convencer a mulher a ficar. Sem êxito.

- Linda eu gostaria muito de ir com você, mas eu tenho meu trabalho e o Chris estuda. Será que você não pode esperar até junho?

- Junho, esperar até junho, são dois meses. Não mesmo – Linda parou de mexer nas malas se ajoelhou de frente para o homem e beijou suas mãos.

- Não se preocupe comigo – suspirou levantando-se – Só preciso saber o que houve de verdade. Se ela morreu eu quero o corpo dela. Quero poder enterrar a minha menina – parou ao sentir as lagrimas vindo à tona.

Três meses antes

- Meninas encontrei um lugar super maneiro e com um preço ótimo – disse Jessica que acabara de entrar e estava fechando a porta do quarto onde dividia com Sara e Márcia.

- Não sei o porquê de vocês cismarem em sair daqui – falou Sara num suspiro.

- Não sabe o porquê? Ela só pode tá brincando né Márcia? – perguntou Jessica para Márcia, sem esperar resposta, prosseguiu para Sara.

- Sara vamos ter mais liberdade. Poder deixar entrar quem quisermos. É por isso que eu agendei uma visita para amanhã às 14:00h – finalizou.

Sara que havia parado de digitar algo no computador para ouvir Jessica, levantou-se e deitou na cama com as duas mãos na cabeça e ficou a pensar fitando o teto.

Jessica foi a primeira a levantar, às 10:00h. Após se espreguiçar abriu a janela despertando as outras que começaram a resmungar.

- Caramba! Jessi fecha a droga dessa janela – falou Márcia jogando um travesseiro em direção a outra que o agarrou.

- Márcia nós temos que ir ver a casa – justificou.

- São que horas? – perguntou Sara cobrindo o rosto com a coberta.

- Dez e dez – respondeu Jessi puxando a coberta – Bora levantar, porque só a Márcia demora mais de 1 hora para se arrumar.

Sara dirigia o carro, sendo a única que possuía a habilitação na validade. Estava absorta em seus pensamentos sem perceber que Márcia falava com ela.

- Sara, SARA – chamou num tom um pouco mais alto. A garota se assustou e olhou para outra e com uma voz super calma e sarcástica disse:

- O que foi Márcia, algum problema? Não sou surda tá.

- Te fiz uma pergunta e você não respondeu.

- Ela deve tá pensando no Felipe – disse Jessica com gozação do banco de trás. Sara a olhou pelo retrovisor com cara amarrada por 1 segundo e depois olhou para Márcia e voltou-se para estrada.

- Desculpe Márcia é que estou um pouco preocupada.

- Com o quê? – perguntou Jessi se aproximando e apoiando o queixo no banco da frente.

- Não sei – dando a entender que não diria mais nada.

A viagem prosseguiu silenciosa até avistarem a casa.

- Chegamos! – disse Jessica querendo abrir a porta do carro em movimento.

- Ô sua doida fecha a porta! – gritou Márcia. Jessica caiu na gargalhada.

Cinco minuto depois Sara estacionava o carro na entrada da casa.

Sara e Márcia olhavam pasmas para o que viam. A casa tinha três andares. Suas paredes eram de tijolos artesanais e no último andar havia uma cúpula de vidro.

- Boa tarde meninas – cumprimentou Pedro um jovem recém formado em arquitetura e de muito boa aparência.

- Oi Pedro – retribuiu Jessica – Estas são a Sara e a Márcia – apresentou.

- Prazer conhecê-las – disse apertando a mão de cada uma.

- Bom vamos entrar?

O interior da casa estava muito bem decorado, Sara notou que não havia pó nos móveis.

- Vocês têm um pessoal que mantém a casa limpa? – perguntou passando o dedo na superfície de um dos móveis.

- Sim, uma vez por mês – respondeu Pedro.

- Por que esta casa está decorada, normalmente se vende casa vazia – estranhou Márcia.

- Márcia nós não estamos comprando esta casa e sim alugando – se intrometeu Jéssica.

- Por que está tão barato o aluguel? está casa é muito linda – perguntou Sara a Pedro.

Por um segundo Pedro pareceu meio indeciso, porém resolveu contar a verdade.

- Esta casa ela tem 4 anos de existência e somente duas famílias moraram aqui. os primeiros donos desta casa morreram aqui, os dois no mesmo dia, parece que foi de infarto, não tinham filhos...

- Eram idosos? – interrompeu Márcia

- Não. Estavam na faixa dos 30.

- Estranho – pensou sara

-... E a segunda família era composta por cinco pessoas, o pai a mãe e os três filhos, dois meninos e uma menina. Parece que a menina enlouqueceu e matou os pais e os irmãos enquanto dormiam. A policia foi chamada pela própria.

- E o que aconteceu com a menina? – interessou-se sara.

- Foi levada para um hospital psiquiátrico e pelo que parece está internada até hoje.

- Chega de conto de horror, nos mostre a casa – disse Jessica que detestava pensar que morreram pessoas ali quando tinha gostado tanto do lugar.

A noite as meninas comentavam sobre a casa. Jessica estava aborrecida, pois as amigas tentavam fazê-la mudar de idéia.

- Jessi não fica assim é que a casa é muito grande para nós três – disse Sara tentando conscientizar a amiga.

- Assim é que bom, teremos mais privacidade – Jessica se levantou da cama e gesticulando continuou – vocês sabem como eu sou e aqui não posso fazer o que quero.

Sara e Márcia trocaram olhares e se voltaram para Jessica.

- Olha Jéssica e que tal uma casa um pouco menor? – indagou Márcia.

- Meninas depois que encontrei aquela casa, por ela ser grande, eu tentei ver outras só que a mais barata que encontrei, o aluguel estava R$800. Vocês sabem que o bairro é caro.

Depois de ficarem discutindo durante horas decidiram ficar com a casa para alegria de Jessica. Se mudariam no fim de semana.

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Lana Fey
Enviado por Lana Fey em 13/04/2011
Reeditado em 14/12/2011
Código do texto: T2906062