Noite Ruim? Talvez...

A noite já havia começado há horas, pois acho que já passava-se das duas da madrugada, fato, eu preciso de um relógio... Caminhava calmamente pelas ruas desertas. Desertas não por ser madrugada, mas sim pela infeliz chuva responsável pela ruína de minha pesada maquiagem. Oh, céus! Eu joguei pedra na cruz? Puxa, porque eu sofro tanto?! Estava tão cansada... Não via a hora de chegar àquele cubículo que infelizmente preciso chamar de apartamento. Caminhei mais um pouco, porém parei assim que uma estranha sensassão fez-me indagar sobre se estava em segurança. Eu estava segura? Talvez...

- Tem alguém ai? - indaguei olhando para um poste de luz que no momento encontrava-se apagado. Maldito governo!

Não obtive resposta alguma... Tratei de continuar andando, pois afinal meu apartamento era muito longe do ''Gothic's Sex.'' Está bem, nome horrível, eu sei, mas acontece que preciso trabalhar como ''Vadinete'' para pagar minha faculdade. Vadinete? Ah, sim! Uma mistura podre entre as palavras vadia e garçonete, mas fazer o quê? O bichinho da criatividade ainda não mordeu-me... Trabalho neste bar há quase dois anos tenho apenas 17 anos, mas minha face engana bastante. Fato! Apressei-me um pouco mais, pois a maldita chuva molhava-me com intensidade e o vento castigava-me impetuosamente.

O tempo só parecia piorar... Estava sem dinheiro para o táxi, havia perdido minha carona, pois havia feito hora extra e não havia mais ônibus neste horário. Droga, meu salto quebrou! Eu gastei dois salários comprando este sapato! Algo pior pode acontecer-me? Arrependo-me até hoje por indagar tal estúpida pergunta...

- Meio tarde para andar sozinha pelas ruas, não? - uma voz forte, masculina, grossa e rouca se fez presente, porém nada via ao meu redor.

- Quem está ai?! - minha voz saiu num sussurro.

Nunca pensei que diria isso, mas estava com medo. Muito medo! Sentir minhas pernas tornava-se cada vez mais difícil para mim.

- Não tenha medo...

- Não estou com medo, mostre sua face infeliz! - bradei ainda tremula.

Ouvi uma gargalhada jocosamente irritante.

- Tu fica uma graça brava deste jeito.

Quem era afinal...? Um ladrão? Um psicopata? Um estuprador...?

Não pude concluir meu raciocínio, pois senti uma coisa estranha e logo estava inconsciente.

Continuo?

Camylla
Enviado por Camylla em 18/02/2011
Código do texto: T2800773