Eu te amo! E não me permito deixar-te!

Terror ou não, está aqui...

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- Oi, meu amor! - ele disse feliz.

Sem resposta...

- Tudo bem, querida? - o sorriso do rapaz torna-se mais fraco.

Sem resposta...

- Aconteceu alguma coisa, amor? - ele pergunta preocupado.

Sem resposta...

- Marie, não me ignore! - diz impaciente

Sem resposta...

- Amor, desculpe-me, pois não queria gritar contigo. Por favor, fale comigo! - implora choroso.

Sem resposta...

Ele solta, então um longo suspiro cansado.

- Olhe, eu lhe trouxe flores, princesa! - ele diz com os olhos marejados para então lhe estender as flores.

Tratava-se de rosas vermelhas, as favoritas dela. Contudo Marie, não pegou seu presente e isto fez com que o rapaz colocasse as flores sobre ela...

As rosas vermelhas, contrastavam com o final da tarde em tons de cinza frio.

- Como foi seu dia? - perguntou ancioso pela resposta.

Sem resposta...

- Marie, eu lhe fiz algo? Porquê não fala comigo, amor? - indagou deixando sua face extremamente branca ser coberta por lágrimas de desespero.

Sem resposta...

- Eu queria tanto conversar com você! Marie, você é a minha vida! - ele disse sem conseguir conter os soluços do choro doloroso.

Sem que o rapaz pudesse notar um senhor com aproximadamente 80 anos, já estava ao seu lado...

- Ela não pode conversar com você, Renato. - o senhor disse doce.

- Ela está brava? Eu trouxe flores para ela. - Renato disse cabisbaixo.

- Ela não está brava, jovem, ela apenas não pode lhe responder. - o senhor disse sentando-se ao lado do rapaz que era sim, muito belo, mas que no momento demonstrava uma expressão bastante sofrida.

- Ela está triste? - ele perguntou ao senhor.

- Não, Renato que dia é hoje? - o senhor indagou desconfiado.

- Dia 07/12/2004. Seu Mauro. - o rapaz respondeu sem demora.

- Não, Renato, hoje é dia quinze de fevereiro, de dois mil e onze. - o senhor disse calmo, mas preocupado com o rapaz, pois desde o acontecido o jovem Renato, estava fora da realidade.

- Não, não pode ser... hoje é dia sete. - o rapaz disse atordoado.

Como a tarde estava cinzenta logo uma fina chuva molhava o chão e tudo ali presente.

- Renato, venha já começou a chover. - o senhor disse erguendo-se.

- Não quero, vá o senhor. - disse ainda sentado.

A chuva rapidamente tornou-se forte e perigosa...

- Vamos, Renato!!! - o mais velho gritou, pois o vento estava muito forte.

- NÃO!

- Tome cuidado! - o senhor disse derrotado, pois sabia que nunca conseguia tirar Renato, de perto da sua amada.

O mais velho logo afastou-se andando pelo cemitério castigado pelo tempo e agora pela chuva também...

Parecia impossível, mas a chuva aumentava mais e mais...

- Marie, todos me dizem que você se foi, mas isso não é verdade, não é? - o rapaz indaga mais para ele do que para qualquer coisa.

Sem resposta...

- Eu não posso viver sem você! Parece que foi ontem... - Renato se referia ao dia da morte de Marie, ou melhor no dia do assassinato. Marie, caminhava pelo parque da cidade quando de repente começa uma perseguição policial e Marie, acaba recebendo uma bala perdida em seu peito... Desde então, Renato praticamente vivia no cemitério.

Já cansado de não obter respostas...

Renato retirou de seu bolso do jeans um canivete.

- Eu não vivo sem você, apenas existo! - dito isso o jovem em um momento de insanidade começou a cortar seu pulso esquerdo.

- Você é minha vida, Marie! - disse chorando descontroladamente.

O corte ficava cada vez mais profundo...

- Perdoe-me, se não pude protegê-la do mundo! - disse sentando em cima do túmulo de sua eterna amada.

Renato já encontrava-se fraco e a chuva parecia nunca ter fim...

- Eu preciso de você! - disse para então começar a cortar o pulso que lhe restava.

Antes de terminar o corte... Renato escreveu na lápide onde não pegava chuva... ''M&R Forever.''

- Eu te amo! E não me permito deixar-te! - Renato disse para então, deitar-se sob o túmulo molhado pela chuva... Aos poucos a respiração de Renato, foi sumindo junto com a chuva...

A cena era gótica, mas bonita! Incrivelmente linda... Um túmulo em um cemitério molhado e fazio, um jovem deitado sob o mesmo, um buque de rosas vermelhas ao lado do jovem e claro sangue... Muito sangue banhando o túmulo. A escrita do jovem brilhando em vermelho escarlate...

oooOOOooo

Na manhã seguinte...

- Será que Renato, dormiu novamente sobre o túmulo da moça? - o velho coveiro indagava para si mesmo, enquanto caminhava pelo cemitério... Desde a morte de Marie o rapaz havia apresentado alguns problemas mentais, pois o mesmo conversava com a foto da lápide de um jeito anormal...

- Esse moço precisa de ajuda... - disse o velho coveiro.

Seu Mauro, andou mais um pouco e logo viu a cena trágica, mas bela em seus detalhes.

- Cristo meu! - foi a única coisa que conseguiu balbuciar, pois seu estado era de um choque imenso.

O velho aproximou-se um pouco mais e pôde notar a escrita do jovem.

- Eu conversei tanto com a mãe desse rapaz... Eu cuidei deste jovem como pude, mas não foi o bastante. - O velho Mauro falava para o vento. A mãe do rapaz havia pedido para o velho coveiro cuidar de seu filho, mas Renato estava fora da realidade isso era um fato.

- Eu nada pude fazer... Esse garoto amava demais essa menina...

Olhava a cena meio incrédulo.

- Agora, não há mais nada para se fazer. - disse para então, afastar-se do local... Já dentro de sua pequena casa o velho ligou para a mãe do rapaz e contou tudo... Um dia depois Renato estava enterrado ao lado de Marie, seu eterno amor...

Renato não podia ficar sem Marie!

Afinal, Marie era a vida de Renato...!

''M&R Forever.''

Camylla
Enviado por Camylla em 16/02/2011
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