Espelho do Medo - Final - Os sobreviventes

...

No corredor os meninos tentavam pensar num jeito de sair da mansão.

- Que tal começarmos pelo lado sul? – propôs Samuel.

- Por mim tanto faz – disse Dara abaixando a cabeça. Maia foi até a menina e a abraçou.

- A Laís, maia o que houve com ela? O que tá acontecendo aqui? – Dara a abraçou mais forte chorando.

- Olha Dara – se aproximou Nick – Eu sei que você e Laís eram muito amigas, mais não podemos continuar aqui. Dara se desvencilhou de maia enxugou os olhos e consentiu. Os jovens mal haviam chegado ao hall, quando houve um desmoronamento no teto. Henrique empurrou Nick e agarrou Dara que estava mais próxima a ele e se jogou no chão, enquanto Samuel rolou para o lado. Após a poeira baixar deram falta de Maia.

- Maia, cadê Maia? – Henrique foi até os escombros. Um grito.

- MAIA – Dara gritou ao vê-la nas garras de uma criatura disforme por onde se podia ver suas veias pulsando através de uma pele viscosa. A criatura parecia sorrir. Ao partir Maia ao meio viram a criatura sugar algo para em seguida devorar por inteiro o corpo da menina. Neste meio tempo Henrique tentou investir contra a criatura, porém foi impedido por Nick.

- Henrique a Maia já está morta o bicho arrancou a cabeça dela. Se não sairmos daqui seremos os próximos. Henrique olhou para Dara que parecia estar em choque, fechou os punhos, Nick o soltou.

- ELE ESTÁ VINDO – gritou Samuel correndo em direção as escadas.

- SAMUEL, NÃO!- Henrique tentou segurar Samuel ao passar por ele, mais o garoto foi mais rápido. A criatura passou veloz pelos três indo ao encalço.

- Droga! Vamos sair daqui o Samuel já era – disse Nick nervoso.

- Como você pode dizer uma coisa dessas. Vocês são amigos – falou Dara indignada. Henrique a segurou pelos ombros ficando de frente para ela.

- Dara, Nick tem razão. A atenção foi quebrada por gritos que vieram do andar de cima.

- Venham comigo rápido – disse uma mulher no corredor a direita com uma arma na mão. Os garotos se olharam e a seguiram.

Em algum cômodo da casa a mulher entregava uma arma a cada um.

- Sabem usar? – Henrique balança a cabeça afirmativamente enquanto verifica se a arma está carregada.

- Nunca peguei em uma de verdade mais não deve ser tão difícil – disse Nick. A mulher olhou para Dara.

- Não sei usar – avisou. A mulher começou a dar instruções de como usar, ficou irritada quando foi interrompida por Dara.

- Quem é você? O que era aquilo? Por que estamos aqui? O que está acontecendo? – parou para tomar fôlego. Ouviram sons.

- Meu nome é Natalia e não há tempo para mais explicações. Temos que chegar a sala de Alex.

- E quem é Alex? – perguntou Henrique. A mulher que já perscrutava o corredor se voltou dizendo entre dentes: - Já disse que não temos tempo. O corredor está limpo vamos.

Saíram da sala em que estavam passando pelo hall, o monstro não estava lá, havia somente os destroços do teto e sangue, sem sinal de corpos. Subiram as escadas viraram a esquerda, depois à direita e a direita novamente. Deram de frente para uma porta, ao entrarem na sala a mesma estava fazia com exceção de um enorme quadro e um candelabro posicionado na parede ao lado deste. A mulher se aproximou do candelabro e após um jogo de movimentos o quadro se moveu revelando uma passagem. Ouviram um ruído e em seguida pesados sons de passos.

- PASSEM RAPIDO ELE NOS DESCOBRIU – ordenou a mulher. Entraram as pressas.

- Garotos – disse para Nick e Henrique – Vigiem. Não se distraiam, ele é rápido.

- Dara, vou precisar da sua ajuda. Está reconhecendo este objeto – disse mostrando o pingente que fora dado à menina, ela consentiu.

- Preciso que espete o dedo aqui – apontou para uma cavidade atrás do pingente. Dara olhou com duvida, mas os sons que vinha de fora a fez obedecer.

- Ai – gemeu. A mulher pegou o objeto e o encaixou no Espelho.

- Você gosta dela? – perguntou Nick.

- O que? - exclamou o outro.

- Você sabe do que estou falando – disse sem olhar para Henrique. Henrique fechou e abriu os olhos suspirando.

- Agora não Nick.

- Quando sairmos dessa fique sabendo que você não vai chegar nela.

- Sabia que você era afim dela – disse Henrique rindo – Mas sabe de uma coisa cansei, vou lutar por ela. O jovem viu quando Nick ficou vermelho e o fitou com ódio nos olhos. Nick tentou dar um soco em Henrique, porém este foi mais rápido se abaixando e o empurrando, Nick caiu longe, Henrique ouviu algo se quebrando e todos ouviram um grito de dor.

- ELE ESTÁ AQUI – Henrique que portava uma pistola se pôs a atirar. A mulher foi até Henrique e o puxou.

- Garoto preste atenção, tome está arma – disse lhe entregando uma doze – Tente distraí-lo ao máximo enquanto eu leio o encantamento que vai aprisioná-lo.

- Dara, por favor nós não temos tempo por isso me ouça com atenção – disse a mulher com lagrimas – Meu nome é Natalia sou sua mãe, por favor deixa eu terminar, tive que abandonar vocês pois eu me viciei em uma droga muito forte. Minha filha eu quase te matei em um dos meus surtos, tive que partir, pois não conseguia me livrar do vicio.

- NATALIA – gritou ao ver que a criatura entrava na sala.

- Dara, quero que saiba que te amo e não teve um dia em que não tenha pensado em vocês, diga ao Afonso que sempre o amei. Após dar um forte abraço na filha pegou o Espelho e foi em direção ao monstro.

Natalia começou a recitar o feitiço, a cada palavra o Espelho irradiava um brilho cada vez mais forte. Henrique já tinha dado três tiros, conseguiu acertar um quarto na cabeça a criatura vacilou, porém continuou indo em sua direção, estava sorrindo. Dara percebeu que a criatura estava com formas humanas. Henrique deu um tiro na perna que fez a criatura se curvar um pouco. Quando o brilho do Espelho se tornou mas intenso a criatura se desviou de Henri que e foi em direção a Natalia. Com um rápido movimento já estava perto da mulher, Henrique acertou mais um tiro nas costas o que fez a criatura afrouxar Natalia que conseguiu finalizar o feitiço. O Espelho foi ao chão e as luzes que saiam envolveram a criatura, Dara e Henrique tentaram ajudar Natalia puxando-a pelas mãos, porém o monstro na ânsia de segurar em alguma coisa a partiu ao meio, pois a segurava pelo tronco. Houve uma explosão de luz.

- Dara, Dara – chamou Henrique com desespero.

- Estou aqui – disse Dara se levantando do chão.

- Você está bem?

- Sim. E você?

- Bem.

Os garotos olharam ao redor, viram apenas o Espelho. Henrique pegou o objeto e o encostou na parede, se afastou eu deu um tiro, verificou que houve somente uma pequena rachadura, tentou a atirar de novo, porém não tinha mais bala. Dara se aproximou com uma bastão que parecia ser de ouro e o entregou ao amigo. Henrique conseguiu quebrar o Espelho, envolveu Dara com um braço e se retiraram da sala, se ele olhasse para o espelho uma ultima vez veria que o mesmo estava se refazendo.

- Como vamos sair daqui? – perguntou Dara quando conseguiram sair da mansão.

- Henrique olhou ao redor – sorriu – O carro do cara que nos trouxe aqui. Correram até o veiculo e viram com alivio que a chave estava na ignição. A caminho do aeroporto passaram por um carro este buzinou e parou. Henrique freou e viu pelo retrovisor que uma mulher saia do carro. Era sua mãe.

- Mãe! Mas...- a mulher o abraçou.

No avião Emilia se pôs a explicar o porquê de estar ali.

- Tive uma visão em que você e Dara estavam em uma mansão e pareciam estar perdidos, peguei o convite e vi o endereço então aluguei este avião. Não pude contatar a policia, pois que explicação daria. Meu filho quando cheguei aqui não havia ninguém. Os meninos se olharam.

- Se a senhora não tivesse vindo ficaríamos presos nessa ilha? – perguntou Dara espantada.

- Sim – afirmou.

- Mãe você sabe o que aconteceu não sabe?

- Sei.

O avião decolou saindo daquele lugar macabro. Dara e Henrique tiveram que inventar para os pais dos outros, que não foram na viajem, pois estavam apaixonados e queriam ficar sozinhos. A policia foi contatada. As investigações não deram em nada, não havia corpos, nem digitais, nem nada. A mansão estava toda em ordem. Chegaram a prender os jovens, mas tiveram que solta-los por falta de provas. Algum tempo depois a mansão foi comprada e pendurado em um dos quartos da mansão se encontrava um Espelho muito especial...

Fim.