O Bebê maldito
Agradeço a todos que comentam os meus contos, apesar de eu não responder leio todos com muito agrado. Bjos.
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Às 21:45h, um gol em alta velocidade cruzava a estrada velha. Neste carro dirige um homem desesperado. Notasse a angustia em seu olhar toda vez que olha para sua esposa pelo retrovisor...
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- Amor – deitasse Sandra na rede em que seu marido descançava.
Rafael recebe a esposa a abraçando.
- Fala meu docinho – diz dando um beijo de leve em seus lábios.
Aninhada ao peito de Rafael, Sandra se enrosca ainda mais.
- Eu ainda quero muito ter um bebê...- Rafael solta um suspiro – Rafa, ontem eu estava conversando com uma amiga antiga e ela me deu o endereço de um lugar que sempre tem ótimos resultados – a mulher esperou para ver se o marido falava alguma coisa.
- Querido por favor – disse a mulher em tom suplicante. Rafael a olhou a abraçando mais forte.
- Tudo bem querida. Tudo o que quiser. Só não quero que você fique mal se não der certo ok? – a mulher dá um sorriso meio preocupado, mais sentiasse confortada.
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Por pouco Rafael não batia em um carro que vinha na direção oposta. Gotas de suor pingavam de seu rosto, não porque estivesse calor, ao contrário eram dias extremamente frios de inverno. O homem pensava e se julgava “É tudo culpa minha... se eu não fizesse sempre o que ela quer não estaríamos nesta situação... (choro) Droga, droga, droga...” socava o volante.
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- Então, há quanto tempo vocês tentam ter um bebê? – perguntou um jovem homem que não chegava aos 40, o que deixou Rafael bastante desconfortável.
- Há uns cinco anos – respondeu Sandra nervosa.
- Esse serviço é caro...
- Estamos dispostos a pagar qualquer preço – se apressou a mulher. O homem que se chamava Dr. Lois, deu um sorriso e prosseguiu.
- Como eu estava dizendo esse serviço é caro, porém vocês chegaram numa ótima hora – Lois se ajeitou na cadeira – Estamos dando início a um novo experimento e caso vocês aceitem não terão que pagar nada e ainda terão acompanhamento médico e internação sem nenhum custo.
Após assinarem a papelada Rafael e Sandra foram direcionados a salas diferentes onde permanecerem por meia hora cada. Ao final, Dr. Lois os entregou uns fracos de comprimido e os orientou a tomar a cada 8 horas durante 7 dias, quando retornariam a clínica.
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-AHHHHH – gritou a mulher do banco de trás se contorcendo e pondo a mão no ventre inchado.
- Calma querida, já estamos chegando – disse Rafael chorando. Sabia que havia algo errado desde o sexto mês quando Sandra começou a sentir fortes dores e a vomitar sangue coagulado.
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No laboratório Dóris a enfermeira e auxiliar analisava alguns resultados. Viu algo que a deixou inquieta.
- Parabéns. Vocês estão grávidos – disse o médico após os exames. Rafael e Sandra se olharam emocionados e ansiosos.
- Dr. Lois não estou bem certa quanto a essa gravidez – disse Dóris, quando se encontram a sós no escritório. Lois estava lendo alguns documentos. Olhou para a moça.
- Do que está falando Dóris? – indagou curioso.
- Estava analisando o liquido do esperma e... Há algo errado – disse receosa. Lois levantou da cadeira e disse ficando de frente para Dóris – Sabe que este não é um experimento comum.
- Mas doutor...- ensaiou Dóris que não pode concluir mediante um gesto de Lois. A moça olhou para o lado e saiu da sala.
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- Rafael – sussurrava a mulher - Está me matando – disse engasgando com o sangue.
- SANDRAAAA – gritou estacionando o carro para ver a mulher, porém pensou que se parasse poderia perdê-la. Prosseguiu.
Minutos depois chegaram à clínica. Tudo pronto para cirurgia.
A enfermeira olhava para a barriga da mãe assustada. A barriga da mulher estava escura com veias negras pulsando. A mulher que gritava desesperadamente foi cedada.
- O que é isso? – pensou alto o doutor responsável pelo parto, ao ver elevações na barriga de Sandra.
- É como se o bebê estivesse forçando a saída – disse a enfermeira temerosa.
Derrepente sangue, muito sangue jorrou da barriga quando algo a rasgou. As duas pessoas que estavam na sala recuaram assustados. Ficaram olhando para o buraco no corpo enquanto ouviam barulho de mastigação. O homem se aproximou devagar e não teve tempo de assimilar o que viu, pois garras e dentes estraçalharam a sua jugular. A mulher imediatamente saiu da sala. Rafael viu quando a enfermeira passou pela porta histérica. Já era 23:00h. Em toda a clínica havia somente cinco pessoas. O médico de plantão, a enfermeira, a recepcionista, o segurança, o marido e a esposa.
O segurança segurou Marisa que se debatia tentando se desvencilhar do homem.
- ME SOLTE ANDERSON, ME SOLTE. ELA DEU A LUZ A UM DEMÔNIO – Fernanda a recepcionista rapidamente pegou um copo com água e o levou até os dois.
- Marisa se acalme tome um pouco de água – ofereceu. Marisa jogou a água longe.
- Não quero saber de água, me solte, vou embora daqui, o demônio está aqui -
Anderson a imobilizou.
- Não vai a lugar nenhum até explicar o que está acontecendo e o porquê de todo este sangue – intimou.
Rafael chegou perguntando pela esposa.
- O que aconteceu, cadê minha mulher, cadê meu filho?
- Calma, senhor, é o que estamos tentando saber – disse Fernanda falando suave.
Fizeram a mulher sentar.
- O ventre da mulher foi aberto e quando o doutor Rodrigo foi ver o que era aquela coisa rasgou o pescoço dele – parou para chorar.
- Você viu o que era? – perguntou Fernanda. Rafael se levantou impaciente.
- Está dizendo que o meu filho matou a minha mulher e o médico? Eu vou ver – disse indo em direção a sala.
- Espera! – chamou o segurança – Eu vou com você.
Ao entrarem na sala viram sangue por todos os lados. O corpo do médico estava caindo próximo ao de Sandra, com a barriga aberta por garras por onde saiam suas vísceras. Na cabeça do homem havia um buraco e no chão pedaços de massa cefálica. Rafael viu que Sandra estava morta, não havia nada em suas entranhas. Viram um rastro de sangue que terminou em baixo da pia. Os homens se olharam, se aproximaram da pia se postando um de cada lado ouviram um chorinho.
- Meu filho – falou Rafael emocionado. Sem pensar ficou de frente para a cortina e a puxou. O que viu o paralisou. Uma criatura do tamanho de um bebê com a pele roxeada, seus olhos saltavam das orbita sendo que um estava dependurado, em suas mãos em vez de dedos havia garras, não tinha pés, tinha patas semelhante à de porcos, no alto de sua cabeça havia uma fenda que descia até o nariz por onde saiam vermes. A criatura terminava de comer algo macilento. Olhou para o pai e sorriu com uma fileira de dentes afiados.
Anderson quando olhou para criatura se afastou e viu quando Rafael teve seu peito estraçalhado pelas garras do troço. Tentou atirar, porém errou o tiro, a criatura era muito rápida. Não sabia para onde tinha ido. Correu. Fernanda viu o amigo correr assustado.
- Anderson o que houve. Você está bem? – o homem olhou para trás e ao redor nervoso.
- Onde está Marisa? – perguntou ignorando a pergunta da outra.
- Ela foi embora, não consegui impedi-la, por quê?
- Porque temos que sair daqui, venha – disse Anderson puxando os braços da mulher.
- O que é aquilo? – Anderson olhou na direção que a mulher apontava e viu o bicho sobre as duas patas segurando as tripas de alguém e sorrindo animalescamente. Diante do pavor Anderson esqueceu da amiga de trabalho e correu saindo da clínica. Ouviu os gritos da mulher, porém não parou para olhar para trás.
Ás 05:15h da manhã um distrito policial recebia uma denúncia de que haveria pessoas mortas em uma clínica perto da rodovia 35. A pessoa não se identificou.
No local quatro pessoas haviam sido assassinadas brutalmente. Em todas faltavam os cérebros.
- E fim da história – disse Otavio fazendo cara de mistério.
- E pra que, que a criatura comia os cérebros? – perguntou July.
- Isso eu não sei – respondeu.
-Mas essa estória, será que aconteceu? – indagou Mauricio jogando mas lenha na fogueira.
- Meus pais dizem que sim e é por isso que não sabem que estamos aqui. Miriam olhou para a construção abandonada há mais de cinco anos e sentiu um arrepio.
- Otavio, e o Dr. Lois o que aconteceu com ele? – perguntou July.
- Não sei. Parece que ele fugiu, pois não o encontraram. Bom, gente, eu vou tirar água do joelho – avisou Otavio indo para o mato.
Levou alguns minutos para mijar, pois estava prendendo desde que começou a contar a história. Ouviu gritos, pensou ser onda. Ao voltar se deparou com uma cena irreal. Os corpos de seus amigos estavam em pedaços, só ouve reação para gritar quando viu o ser que pensou não existir.
- Mas você... AHHHHHHHHHHHHH....