Espelho do Medo - Parte 5
Agradeço a todos os leitores e escritores que se identificam com os meus contos. Obrigada Bela.
Laís já estava deitada olhando para o estranho pingente que tinha a forma de um homem encolhido. A moça morava com os pais, porém “raramente” os via. Estavam sempre envolvidos em seus negócios e em festas da alta sociedade. Quando chegou em casa foi recepcionada pela governanta Lucia que cuidava dela desde seu nascimento.
-Menina – disse Lucia se aproximando de Laís e lhe dando um beijo na testa.
-Como foi o seu dia?- perguntou a mulher sorrindo. Laís recebeu o beijo com prazer, pois a considerava mais que sua mãe.
-Foi tudo bem como sempre. O que é isso? É para mim?
-Ah sim, minha filha, deixaram agora pouco, está endereçado a você. Tome.
-Obrigada Lú. Não vou jantar já comi na rua. Boa noite.
E agora estava se perguntando quem havia entregue aquele colar horroroso. Acabou adormecendo com o objeto nas mãos.
-MAS QUE SACO! VOCÊ É UM ABELHUDO! – gritou Dara fincando ainda, mas furiosa ao ver que o irmão debochava de sua cara e se negava a entregar o colar.
-Quem deve ter te enviado isso?Será que foi um admirador secreto? Até que parece com você. E desatou a rir.
-PAPAAAAAIIIIIII!! Gritou Dara já começando a querer chorar. Derik era mais velho que Dara uns 5 anos e gostava de implicar com ela, mas sempre que precisava ela podia contar com ele,mas neste instante ele estava sendo muito mala.
-DERIK! – apareceu Afonso pai dos dois – Entregue o esse troço para sua irmã.
-Tá vendo até o papai chamou isso de troço – e ainda rindo entregou o colar para Dara que lhe deu um soco no estomago e correu para o quarto informando: - Eu já comi. Não me incomodem. Boa noite papai. Boa noite chato.
-Ei! peraí não te vi o dia todo e não me dar nenhum beijinho.
Dara que já estava na porta do quarto voltou.
-Desculpe papai – deu um beijo no rosto do homem e este lhe retribui com um no rosto e um forte abraço.
-Boa noite minha princesa. Te amo.
-Também te amo papai.
Afonso havia sido abandonado por Natalia mãe de Dara e Derik a 10 anos. Um belo dia saiu para trabalhar e quando voltou encontrou Derik e Dara sentados no sofá chorando. Derik entregou o envelope que a mãe o tinha dado para entregar a Afonso. E perguntou com lagrimas nos olhos:- Papai a mamãe vai voltar? Afonso olhou para o filho e pegou o envelope, que estava escrito somente uma palavra “Adeus”, e nunca mais viu a mulher de novo. Contou a verdade para as crianças. No começo choraram. Depois Derik começou a odiá-la. Dara nunca mais tocou no nome dela. E assim foi levando tentando suprir as necessidades dos filhos de todas as formas e até agora estava se saindo muito bem.
Dara, depois de fechar a porta do quarto se pôs a observar o colar que tinha um pingente com formato de um animal que a mesma não reconheceu. Ficou pensando se devia ou não jogar aquilo fora e em quem o teria mandado.
Depois que Henrique foi embora, assim que fechou a porta, tocaram a campanhia. Imediatamente ela abriu pensado ser Henrique. Ficou surpresa ao não ver ninguém e no chão um embrulho com seu nome. Pegou o embrulho e entrou dando uma última olhadela na rua trancando a porta em seguida. Abriu o pacote e viu um colar com o pingente em forma de um punhal. Achou bonitinho, resolveu guardá-lo.
Depois de ter visto Dara entrar em casa resolveu ir para sua. Nick morava do outra lado da rua numa casa de frente para a de Dara e sempre que dava ficava observando a menina. Entrou. Nick tinha 1,80m, ombros largos, porte atlético, cabelos louros e uns olhos extremamente azuis.
-Irmão, deixaram isto para você – disse Nicole sua irmã um ano mais velha.
-O que é isso? Quem deixou pra mim?
-Não sei. Tocaram a campanhia e quando fui atender não havia ninguém somente isto no chão.
Nicolas pegou o pacote e o abriu revelando um colar com um pingente em formato de uma rosa com espinhos. Não deu importância. Naquele momento só queria pensar nela e foi assim que adormeceu.