Minha Morte!? Por Lana Fey
Fui desafiada pelo talentoso Julio A S Crisostomo, que, aliás, teve uma “bela” morte. Faby tai, mas um conto para o nosso E-book que está ficando “esplendorroso”. RS
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“Nestes últimos anos a população de vários países vêm sofrendo com ataques biológicos, um exemplo claro são os Estados Unidos da America, mas este fato não havia chegado ao Brasil, porém há alguns meses estamos sendo seriamente ameaçados...”
Notícia ruim às 05:30h da matina, não! 05:30h! Caramba tô atrasada!
Tive um dia cansativo e estressante. Na rua achei caído no chão um anel lindo com uma pedra vermelha. Guardei na bolsa. Em 15 minutos já estava dentro do ônibus, lembrei do anel. O peguei e fiquei a admirá-lo. Experimentei, não coube em nenhum de meus dedos. Vi que na lateral do anel havia um minúsculo botão. Apertei. A tampinha que tinha a pedra em cima se abriu. De dentro dele subiu um pozinho. Espirrei. A senhor que estava do meu lado também espirrou. Ouvi outras pessoas espirrando. Fechei a tampinha e o guardei.
Cheguei em casa me sentindo estranha. Liguei a TV, sentei no sofá e fui escorregando até ficar deitada. Minha cabeça estava latejando, senti meus olhos pesarem...
Acordei sobressaltada. A TV chiava. Me sentei. Tentei levantar, porém fiquei tonta cai sentada. Respirei fundo. Notei que o portão do quintal estava aberto. Levantei com calma. Não estava mais tonta. Caminhei devagar e desconfiada até o portão, então a vi. Uma mulher vestida de cigana na outra calçada. Tinha a pele morena, seus cabelos eram extremamente negros, assim como os seus olhos. Usava uma saia longa e uma blusa curta, com os ombros caídos, ambas vermelhas.
Ela fez um gesto com a mão me chamando. Me entregou um anel com uma pedra vermelha e disse:
-Corra ele está atrás de você – fiquei olhando para ela com dúvida. Ouvi um ruído. Olhei na direção do barulho e pude ver pela parede da casa da esquina uma sombra enorme. Gelei. Corri... Não olhei para trás, mas sabia que ele estava em meu encalço.
Vi uma casa aberta com uma movimentação de pessoas, parecia ser uma festa. Não pensei duas vezes, entrei na casa. O lugar estava cheio. Fui abrindo caminho com dificuldade. Só queria me esconder. Senti meu corpo arrepiar, ele estava perto. Entrei no banheiro. Lá encontrei uma amiga que estava com seu bebê de 6 meses.
-Oi Lana. Não sabia que tinha sido convidada. Você não gosta de festas – estava muito nervosa, vi que tinha uma outra porta no banheiro.
-Oi bruna. Na verdade eu não fui convidada. Olha depois agente conversa eu preciso ir - disse já me retirando, porém ela entrou na minha frente e “jogou” o bebê no meu colo.
-Lana será que você não poderia ficar com ela um pouco. Preciso fazer uma coisa.
-Olha bruna, de verdade, não vai dar – ele já estava na casa. Tentei entregar a criança mais ela saiu do banheiro. A luz começou a piscar. Não podia ir atrás dela. Sai pela segunda porta. Surpresa! Neve!? E... Cabanas!? Não havia tempo para pensar em como cabanas e neve foi aparecer ali. Com a Fernanda no colo continuei a correr. Parei por cansaço. Todos os meus músculos estavam latejando. Abracei forte a menina e chorei.
Senti um ar quente em minhas costas. O medo me paralisou, também não tinha mais forças para correr. Fiquei alguns minutos encolhida com os olhos fechados e apertando a criança. Nada acontecia, mas sabia que ele ainda estava ali, tomei coragem, abri meus olhos e me virei. A única coisa que vi foi uma foice vindo em minha direção e cortando o meu pescoço. Apesar de minha cabeça estar no chão vi meu corpo ainda segurando o corpo da pequena. A cabeça dela também foi separada do corpinho.
Não sei o que aconteceu naquele dia, mas hoje vejo que estou presa por algum motivo, pois ele continua se repetindo. Decidi que desta vez vai ser diferente. Estou sentada no sofá. Sei que a mulher está lá fora me esperando para entregar o anel. O anel... Acordei me sentindo arder em febre. Vi as horas e não havia se passado nem 10 minutos. Na TV passava um noticiário onde o repórter falava de uma epidemia. Me levantei meio cambaleante e fui até a cozinha tomar água. Não consegui beber. Segui para o banheiro, ao me olhar no espelho minha aparência era horrível. Minha pela estava num tom pálido esverdeado, passei a mão pelos meus cabelos e com facilidade veio um tufo em minhas mãos, meus olhos... Fui lançada para trás como se alguém tivesse me empurrado e me debati no chão com fortes convulsões. Apaguei. Quando voltei tudo estava estranho, tentei falar, porém de mim só saiu sons desconexos.
“O que está acontecendo comigo?” me perguntei chorando “preciso de ajuda”
Sai de casa andando trôpega e avistei um grupo de pessoas, quando me notaram apontaram para mim, cheguei mais perto, pude ver o horror e medo nos olhos de uma das mulheres. “Me ajudem, por favor” – GRRRRRR –
No meu ultimo vestígio de sanidade ouvi quando gritaram:
- Ela está infectada – “Como assim? Eu infectada? Do que estão falando?”
- Doug atire nela.
Bam-bam-bam.
“Quando uma pessoa morre e sua alma permanece presa dentro de um corpo apodrecido, esta se deteriora até deixar de existir”
Es o meu fim!
Escolho para a próxima vitima Dulcie, pois como dizem “primeiro as damas”, kkkk. Boa morte querida Dulcie e para fechar com chave de honra fica para o ser desafiado:
- Sidney Muniz